segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Natal e Ano Novo: momentos de Reflexão


É com alegria que estamos terminando mais um ano de caminhada na história das nossas vidas em geral, e da nossa devoção à Nossa Senhora Aparecida, em especial. É com muito prazer e agradecidos a Deus que podemos dizer de consciência tranquila: conseguimos vencer mais uma etapa. Cumprimos nosso papel evangelizador fazendo o que nos compete como devotos de Nossa Senhora Aparecida.

Este é o sentido desta mensagem que vos envio, como nos anos anteriores: ao mesmo tempo que agradeço a cooperação de todos, sinto-me na responsabilidade de dizer algo bem no coração de todos os devotos: este é um momento forte de reflexão sobre o nosso papel de evangelizadores na condição de devotos de Nossa Senhora Aparecida.

Estamos nos aproximando das festas de fim de ano, sendo que o Natal do Senhor merece especial destaque. Se não cumprirmos o nosso papel, Jesus ficará esquecido no dia do seu aniversário. Pensando nisso, a Igreja Católica no Brasil nos faz um forte apelo, que se concretiza na Campanha para a Evangelização: precisamos anunciar que o mistério da Encarnação do Filho de Deus no seio da Virgem Santíssima e o seu nascimento no meio de nós nos convida a ser criaturas novas. Este fato exige que todos nós vivamos em comunhão com Deus, fugindo de tudo o que nos afasta Dele e procurando ser fiéis aos seus mandamentos, realizando sua vontade e dando o devido valor a tudo o que Ele, que nos ama com amor eterno, nos concede em vista do nosso bem e da nossa salvação.

Neste ano, em especial, a Campanha para a Evangelização nos convida a pensar na obra da Criação realizada por Deus e levada à plenitude por Jesus. A Campanha quer nos chamar à responsabilidade que temos diante da natureza que nos foi dada e ao encargo que nos foi confiado de cuidarmos dela.

Celebrar o Natal é assumir um novo compromisso de caminhar em união com Jesus, sob o olhar da Senhora Aparecida, com Jesus e fazer novos propósitos para serem vividos no ano novo. Somos convidados pela Igreja a fazermos o proposito de, no próximo ano, como discípulos e missionários, mostrarmos a beleza da criação, a grandeza do Criador e a obra renovadora de Jesus, que faz novas todas as coisas.

Que Deus conceda a cada um, membro da Campanha dos Devotos de Nossa Senhora Aparecida, as mais copiosas bênçãos e graças, extensivas aos familiares e amigos e que, enriquecidos por elas, tenham um Santo Natal, repleto de alegrias e um Ano Novo cheio de realizações. No dia 20 de novembro passado fui nomeado Cardeal da Santa Igreja pelo Papa Bento XVI. Confio as vossas orações este meu serviço eclesial.

1º Domingo do Advento - Santuário Nacional


Prezados irmãos no episcopado, caros irmãos no sacerdócio ministerial, religiosos, familiares, amigos, colaboradores, romeiros, fiéis da arquidiocese, telespectadores, rádio-ouvintes.

Aproveito este momento da homilia para agradecer, cordialmente, a todos que me acompanharam com suas orações no Consistório, realizado dia 20, em Roma, para a criação dos 24 novos cardeais, ao receberem o barrete, a Bula de nomeação e o anel das mãos de Sua Santidade Bento XVI. Peço a Deus, nesta eucaristia, que derrame suas bênçãos sobre todos que estiveram unidos a mim neste momento significativo de minha vida e peço que continuem rezando por mim para que possa, com o auxílio de Deus, desempenhar este serviço apostólico com alegria, fidelidade e em estreita comunhão com o Santo Padre. Os cardeais devem ser intrépidas testemunhas de Cristo e de seu evangelho na cidade de Roma e em lugares mais distantes.

Ao ser nomeado Cardeal, o Papa Bento XVI, designou para mim uma Igreja titular, a Igreja da Imaculada Conceição, em Roma, por isso, a partir de agora devo estar unido mais estreitamente à Cidade Eterna. Em março próximo, deverei tomar posse desta Igreja, sem no entanto, assumir diretamente a responsabilidade pastoral por esta Igreja que está confiada aos padre Josefinos, de São Leonardo Murialdo.

Recebi esta nomeação do Papa Bento XVI com humildade e temor, mas confiado na graça de Deus e agradecido por me dar mais esta oportunidade de viver esta experiência eclesial em âmbito universal e de servir a Igreja neste novo encargo. Deus tem os seus planos em relação a cada um de nós e cabe a nós aceitar com espírito de fé o que nos acontece, procurando discernir sua vontade, confiar nele, e olhar para frente e nunca para trás. Como presidente do CELAM – Conselho Episcopal Latino-americano - e Arcebispo da Arquidiocese de Aparecida, onde está o Santuário Nacional da Padroeira do Brasil, vejo nesta minha nomeação de Cardeal uma atenção especial do Papa Bento XVI para com a Igreja na America Latina e no Brasil.

Ao agradecer a todos pela presença nesta celebração eucarística e àqueles que estão unidos a nós pelos meios de comunicação social, desejo confiar este meu serviço eclesial ao Senhor e à proteção de sua Mãe Santíssima, Nossa Senhora Aparecida e à oração de todos.

Começamos o tempo do advento certamente, em dos mais belos do ano. É tempo de férias para muita gente. Tempo de confraternização. Para o cristão, o tempo do advento é, sobretudo, tempo de preparação para a celebração do nascimento do Filho de Deus. Que este tempo seja uma ocasião favorável para abrir o nosso coração à salvação que Deus nos oferece em seu Filho Jesus, deixando-nos iluminar pela luz da verdade que é Cristo e o seu evangelho. É hora de despertar do sono, do nosso comodismo, do nosso egoísmo, escreve São Paulo aos romanos, e de abandonar tudo que nos afasta do amor de Deus e do amor do próximo. Só Jesus pode nos dar a paz, só Ele pode nos ajudar a aceitar nossas limitações e nos ajudará a ver seu rosto em todas as pessoas, especialmente, nos mais necessitados.
Um Santo e abençoado Advento para todos!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

33º Domingo do Tempo Comum - 14/11/2010


Estamos próximos do fim do ano cristão, do calendário litúrgico que se encerra no próximo domingo com a festa de Cristo Rei do Universo.

Ao concluir o ano litúrgico os textos bíblicos tem um tom escatológico, isto é, nos falam do futuro definitivo da história humana, do fim do mundo.

Desde o início da humanidade, o homem se preocupa em advinhar, predizer como será o amanhã, o futuro.

A palavra de Deus nos alerta para o fato de que o nosso fim último, nós o preparamos desde agora e a Eucaristia, celebração do acontecimento central da nossa redenção, nos é dada como alimento que nos revigora em nosso caminho e, desde já, nos garante a vida eterna, a vida definitiva, em plenitude, junto de Deus.

O texto do profeta Malaquias, que viveu no século V, depois do exílio da Babilônia, no tempo da reconstrução do judaísmo, convida-nos a olhar para frente, para o “dia do Senhor”, dia em que Deus restabelecerá a justiça, punindo os que praticaram o mal e premiando os justos, os que realizaram o bem.

No evangelho de Lucas, Jesus convida-nos também a olhar para o futuro com realismo e seriedade.

No evangelho de hoje é preciso distinguir três momentos diferentes aos quais se refere o evangelista: a destruição histórica de Jerusalém pelos romanos, no ano 70; o tempo da missão da Igreja que será marcado por dificuldades, perseguições, e a vinda do Filho do Homem como plenitude do Reino de Deus.

Com uma linguagem cheia de imagens, própria da época, o evangelho nos comunica uma mensagem fundamental: “o juízo final acontecerá quando o Cristo glorioso voltar. Só o Pai conhece o dia e a hora em que terá lugar; só Ele decidirá a sua chegada. Então, ele pronunciará por meio de seu Filho Jesus Cristo, sua palavra definitiva sobre toda a história. Conheceremos o sentido último de toda a obra da criação e de toda a história da salvação. Compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais sua Providência terá conduzido todas as coisas ao seu fim último. O juízo final manifestará que a justiça de Deus triunfa sobre todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que o seu amor é mais forte que a morte”. (CIC 1040).

Enquanto peregrinamos nesta terra, cabe-nos trabalhar como afirma São Paulo na 1ª. Leitura, na construção do Reino de Deus, reino de justiça, de verdade, de amor e de paz, fazendo deste mundo um sinal do reino definitivo. Somos chamados a renovar à luz do evangelho a vida familiar, os costumes sociais, as relações econômicas, as leis trabalhistas, os ambientes culturais. Lembremo-nos das palavras de São João da Cruz, no entardecer da vida, seremos examinados no amor ao nosso irmão, sobretudo, aos mais necessitados.

2ª Romaria Nacional da Juventude - 13/11/2010


Queridos jovens, sejam todos muito bem-vindos ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. É Deus nosso Pai, e Maria, nossa Mãe, que nos acolhe, em sua casa! Desde já, faço o convite a todos e a todas para que participem no ano que vem da III Romaria Nacional da Juventude. Se gostaram, tragam mais um amigo, mais uma amiga com vocês, para a próxima romaria.

O futuro e o presente da Igreja e da sociedade dependem muito de vocês. A Igreja espera que vocês não se deixem enganar pelas falsas ilusões de felicidade nem pelos paraísos enganosos das drogas, nem pela tentação de substituir o diálogo pela violência, como caminho para resolver conflitos.

Diante de modelos culturais que se nos apresentam hoje em dia, no contexto da globalização, é importante não abandonar os valores cristãos e humanos que recebemos e que fazem parte da nossa identidade cristã e nacional, como o valor da vida, a dignidade humana, o matrimônio, a família, a liberdade religiosa, a solidariedade. Por outro lado, não se pode deixar de reconhecer as contribuições positivas das culturas modernas, como liberdade, a defesa e a promoção dos direitos humanos, a democracia, o progresso cientifico. É importante a partir de um autêntico diálogo intercultural valorizar o positivo recebido da tradição, do passado, com o positivo oferecido pela modernidade, para construir uma sociedade mais humana segundo o projeto de Deus para a humanidade e um futuro melhor para todos.

Na parábola que Lucas nos apresenta no evangelho de hoje, Jesus nos convida a confiar e a perseverar na oração, certos de que ele nos atenderá. A parábola nos apresenta de um lado, um juiz duro, sem escrúpulo que não temia a Deus e por isso não respeitava ninguém. De outro lado, uma viúva, que pertencia a uma categoria de pessoas que naquela época, não era considerada pela sociedade e que pede justiça contra seu adversário. Somente depois de ter sido aborrecido durante muito tempo por aquela mulher, é que aquele juiz, para ser ver livre dela, decidiu, finalmente, fazer-lhe justiça.

E o evangelho acrescenta: “E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa”.

A viúva venceu o juiz pela sua obstinação. Assim, também nós, pela perseverança na oração seremos atendidos em nossas dificuldades e necessidades por Deus nosso Pai, que é justo e misericordioso. Mais ainda, se pensarmos que Nossa Senhora apresenta nossos pedidos a Deus Pai pela mediação de seu Filho Jesus Cristo.

Se a nossa oração se une à de Jesus, sabemos que Ele nos concede muito mais deste ou daquele dom: recebemos o Espírito Santo que transforma o nosso coração. Recorramos, pois, sempre a Virgem Maria em nossas necessidades, com confiança e perseverança: Ela é nossa mãe e nos obterá as graças de que precisamos para nossa salvação.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010


Somos convidados a celebrar o dia de hoje com muita alegria, por duas razões: é domingo, o dia do Senhor, e no Brasil, é a festa de Todos os Santos, celebrada no dia primeiro de novembro, quando cai num domingo. Quando isso não acontece, a Solenidade de todos os Santos é celebrada no domingo seguinte, como neste ano.

Esta festa foi iniciada no século IV e era dedicada a memória somente dos mártires e que se tornou mais tarde uma celebração em honra de todos e de todas que viveram nesta vida, de maneira coerente, a sua fé cristã

Celebramos aquela “multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas”, conforme escutamos na leitura do texto do Apocalipse.

Festejamos todos aqueles e aquelas que já alcançaram o Reino dos Céus e de lá intercedem por nós, e nos estimulam com seus exemplos, nós, que ainda somos peregrinos nesta terra.

No dia de hoje comemoramos não só os santos e bem-aventurados reconhecidos oficialmente pela Igreja, e venerados publicamente pelos fiéis cristãos em todo o mundo, mas todos que realizaram a vontade de Deus nessa vida e já gozam da visão de Deus no céu. Os santos são todos aqueles e aquelas que fazem parte da Igreja triunfante, invisível aos nossos olhos, mas solidária conosco que fazemos parte desta Igreja peregrina na terra. As imagens dos santos e santas em nossas Igrejas, em nossas casas são representações dos santos e manifestam que eles estão conosco e pedem a Deus por nós. Nós veneramos os santos, representados em suas imagens, como veneramos a representação de uma pessoa querida.

Os santos não são super-heróis. São seres como nós que na vida procuraram seguir o caminho indicado por Jesus nas bem-aventuranças: o caminho da caridade, da humildade, a comunhão com Deus, a pureza de coração, a atitude de misericórdia, o desapego das coisas materiais, o trabalho pela justiça e pela paz.

Todos nós, seja qual for o nosso estado de vida ou classe, somos chamados em virtude do batismo à santidade. É a vocação fundamental de todo cristão. “Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito”. “Sede santos como vosso Deus é santo.”

Para alcançar a santidade devemos empregar nossas forças recebidas segundo a medida da dádiva de Cristo, para nos dedicarmos à glória de Deus e ao serviço do próximo, no estado de vida que abraçamos, na profissão que exercemos ou na situação de vida em que nos encontramos.

Peçamos a Deus que nossos irmãos e irmãs já glorificados intercedam por nós que formamos a Igreja peregrina nesta terra. Que Maria, Rainha de todos os santos, nos ajude a seguir fielmente a Cristo, para que possamos chegar à glória eterna e participar com todos os santos da vida em plenitude.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Onde está, ó morte, tua vitória?


Em recente visita ao senhor Bispo da diocese de Essen, na Alemanha, observei que acima da soleira da porta principal da entrada da residência, estava escrita na pedra, em latim, a frase: “o mors, ubi est Victoria tua”? que, em português, se traduz por “onde está, ó morte, tua vitória”?


Esta lembrança me veio à mente porque neste mês de novembro, a Igreja celebra no dia 02 a comemoração de todos os fiéis falecidos. Esta festa foi introduzida no ano de 998 pelo abade Odilo, monge do mosteiro de Cluny, na França. Aos poucos esta festa se estendeu para toda a Igreja.

Em todas as nações e culturas encontramos diferentes maneiras de comemorar os seus mortos. A morte é uma realidade irrevogável, mas para nós cristãos, ela não é o fim de tudo, a que tem a última palavra.


Ao recordar e ao rezar pelos mortos expressamos a comunhão universal que une todos os cristãos e professamos nossa fé na ressurreição e na vida eterna que Deus nos garantiu por meio da vitória de Jesus Cristo sobre a morte, o pecado e o demônio.

Ao rezar na oração do credo: “creio na comunhão dos santos” afirmamos que formamos uma família em Deus: nós que ainda peregrinamos nesta terra; aqueles que já morreram e estão se purificando, ajudados pelas nossas orações; e aqueles que já gozam da plenitude da vida na glória de Deus e intercedem por nós, no céu. Todos juntos formamos em Cristo uma só família, a Igreja, que luta, que sofre e que triunfa para louvor e glória da Trindade.


No final do capítulo 15, da primeira carta aos Coríntios, São Paulo depois de ter anunciado a “boa notícia” da ressurreição aos Coríntios e que eles aceitaram com fé, exclama cheio de júbilo: “onde está, ó morte, tua vitória. Graças sejam dados a Deus, que nos dá a vitória por meio do Senhor nosso Jesus Cristo. Ficai convencidos de que vossa fadiga pelo Senhor não será inútil” (I Cor 15,55-58).

31º Domingo do Tempo Comum - 31/10/2010


As duas leituras bíblicas que acabamos de ouvir nos transmitem uma mensagem de bondade, de perdão da parte de Deus.

A primeira leitura do livro da Sabedoria nos apresenta um Deus que se compadeceu de todos, que fecha os olhos aos pecados dos homens, para que se arrependam. Um Deus terno, compassivo, amigo da vida.

Um Deus que criou todas as coisas e, diante do qual, o mundo inteiro é com um grão de areia ou como uma gota de orvalho da manhã que cai sobre a terra.

Esta onipotência de Deus, porém, não o leva à prepotência, ao contrário, “Ele ama tudo o que existe, porque se odiasse alguma coisa não a teria criado”.

Conta-se que um dos anjos, certa vez, perguntou a Deus como Ele, que é eterno, ocupava o seu tempo. E Deus lhe respondeu: passo o tempo perdoando. Todos nós temos experiência do pecado em nossa vida e como necessitamos do perdão de Deus.

O evangelho nos apresenta Jesus como imagem desse Deus misericordioso, bondoso, descrito pelo texto do livro da Sabedoria.

Dante, o autor da Divina Comédia, chama o evangelista Lucas de “Secretário da misericórdia de Deus”. De fato, o evangelho de Lucas guardou as mais belas parábolas que retratam o amor, a misericórdia de Deus, especialmente para os pobres e os pecadores.

O episódio da conversão de Zaqueu é um desses exemplos. A história de Zaqueu é contada unicamente por Lucas. É mais um exemplo trazido pelo autor do terceiro evangelho e do livro dos Atos dos Apóstolos do amor de Deus para com os pecadores, manifestado em Jesus Cristo e da universalidade da salvação que Ele veio trazer à terra. Este evangelista que exalta tanto a pobreza, mostra-nos no evangelho de hoje como a salvação chega a um homem rico. Zaqueu era chefe dos cobradores de impostos, os chamados publicanos. Ficou muito rico a custa de exigir dos outros mais do que era justo. Os publicanos eram detestados pelos seus concidadãos por colaborar com o opressor estrangeiro – os romanos – arrecadando impostos do povo para as autoridades romanas. Apesar disso, Jesus teve uma atenção muito especial para com Zaqueu. Jesus toma a iniciativa e se auto-convida para ir à casa de Zaqueu: “desce depressa da árvore! Hoje eu vou ficar na tua casa”. É claro que essa atitude de Jesus provocou uma grande reação.

Com a visita de Jesus, Zaqueu se converteu, decidiu mudar de vida e reparar o mal que havia feito. “Senhor eu dou a metade dos meus bens aos pobres e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais. E Jesus lhe disse: hoje a salvação entrou nesta casa. Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido.”

Deus espera que nos entreguemos a Ele tal como somos. É Ele quem nos vai transformar. Você que, talvez, está se sentindo distante de Deus, lembre-se que ele veio procurar e salvar o perdido. Depende apenas de você aceitar o seu perdão, a sua graça, e viver como Ele nos ensinou.

30º Semana do Tempo Comum - 30/10/2010


Hoje, neste sábado, as Irmãs da Congregação das Filhas de Jesus se unem aos romeiros em peregrinação ao Santuário Nacional para agradecer a Deus a canonização de sua fundadora Madre Cândida Maria de Jesus, canonizada pelo Papa Bento XVI, no dia 17 de outubro passado.

A Congregação das Filhas de Jesus foi fundada em Salamanca, na Espanha, em 8 de dezembro de 1871, pela Irmã Cândida e mais cinco mulheres que iniciaram esta aventura, confiadas unicamente em Jesus Cristo e na proteção da Virgem Imaculada. O objetivo da Congregação é promover a educação integral das crianças e dos jovens, em suas múltiplas formas, à luz dos valores humanos e cristãos, dando atenção especial aos pobres, pois como afirmava a Madre Cândida “onde não há lugar para meus pobres não há lugar para mim”.

A promoção social realizada pelas Filhas de Jesus se estende aos imigrantes, aos presidiários e suas famílias, à promoção da mulher, às crianças em situações de risco, aos enfermos, às famílias em dificuldades, aos indígenas e às minorias étnicas. Além das Irmãs, a Congregação conta com leigos e leigas que participam da mesma missão e da mesma espiritualidade.

Depois da Espanha, o Brasil é o país que conta com o maior número de Irmãs das Filhas de Jesus e de alunos em seus colégios.

Louvemos e agradeçamos a Deus pela canonização da Madre Cândida, modelo e exemplo de discípula e missionária de Jesus Cristo. Jesus no evangelho de hoje, que escutamos nos ensina que devemos ser humildes. Maria viveu este ensinamento de Jesus mais do que qualquer criatura: a minha alma exulta em Deus meu Salvador porque olhou para a humildade de sua serva. Caminhar na humildade, na simplicidade, reconhecendo nossas limitações, nossa dependência em relação aos outros, nossas faltas, confiando em Deus, sem desanimar, é o caminho para encontrar a paz em nosso coração. Não desejar coisas extraordinárias, nem buscar honrarias, nem poder, mas estar sempre disponível a realizar projeto de Deus para convosco.

Jesus nos deu o exemplo de humildade para que o sigamos: “Ele apesar de sua condição divina, não fez alarde de ser igual a Deus, mas esvaziou-se de si e tomou a condição de escravo, fazendo-se semelhante aos homens. E mostrando-se em figura humana, humilhou-se, tornou-se obediente até a morte, morte de cruz.”

Peçamos a Virgem Maria que nos ensine o caminho da santidade, Ela que soube unir o privilégio da maternidade divina a uma vida de humildade e de simplicidade.

Santa Cândida interceda por nós todos junto a Deus e nos inspire a buscar a santidade, que consiste em realizar em nossa vida a vontade de Deus.