segunda-feira, 30 de maio de 2011

6º Domingo da Páscoa - 3ª Peregrinação das Famílias


Estamos no tempo pascal e a liturgia deste tempo continua convidando-nos a celebrar com fervor e alegria a ressurreição do Cristo ressuscitado.

Na primeira leitura de hoje, vimos Filipe, um dos sete diáconos, anunciando o evangelho aos judeus da Samaria, após ter fugido de Jerusalém por causa da perseguição que se desencadeara contra os seguidores de Jesus. Pedro e João vão a Samaria para confirmar a obra de Filipe com a invocação do Espírito Santo sobre aqueles que ele havia batizado. Graças a perseguição da Igreja em Jerusalém, o evangelho foi levado para outros lugares, dando assim origem ao nascimento de outras Igrejas locais, expressões históricas no tempo e no espaço do projeto de Deus em favor da salvação de todos os povos.

Em cada Igreja local, isto é, em cada Diocese, subsiste a Igreja de Jesus Cristo, una, santa, católica e apostólica.

Como Filipe, os apóstolos e os primeiros cristãos, nós também somos chamados a anunciar o evangelho aos que conhecem pouco ou nada de Jesus Cristo.

A Conferência de Aparecida convoca a todos nós a nos tornarmos mais discípulos missionários de Jesus Cristo no mundo de hoje para que nossos povos Nele tenham vida e vida em abundância.

O respeito a liberdade das pessoas e a tolerância não devem ser pretexto para nos acomodarmos e deixarmos de dar o testemunho alegre de nossa fé com nosso exemplo e de anunciar com a palavra Jesus Cristo no mundo de hoje.

Nós cristãos não devemos temer nada nem a ninguém. Se tivermos que sofrer algo porque somos cristãos e quisermos viver de maneira coerente nossa fé na nossa vida familiar, no nosso trabalho, no nosso ambiente social, devemos recordar as palavras de Jesus: “felizes os que são perseguidos por causa da justiça, por causa do meu nome, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,10)

São Pedro nos adverte que “devemos estar sempre prontos a dar razão de nossa esperança, de nossa fé, a todo aquele que no-la pedir”. Devemos anunciar o evangelho e dar testemunho de nossa fé, como escreveu São Pedro, com mansidão, respeito, sem ser agressivo, auto-suficiente, orgulhoso.

No evangelho, Jesus garante aos seus discípulos que ele mandará o Espírito Santo que os fortalecerá e consolará ante as dificuldades que irão enfrentar.

Ele não nos deixará órfãos. O Espírito Santo que ele vai enviar é o espírito da verdade, que os ajudará a aprofundar e a viver a mensagem de Jesus. Por meio do Espírito Santo, Jesus continuará sempre com sua Igreja, conosco, animando-nos na nossa peregrinação rumo à Casa do Pai. Unidos ao Espírito Santo pelo amor a Deus e ao próximo, estaremos unidos a Jesus Cristo e ao Pai. Nisto consiste a vida cristã: viver em comunhão com o Filho, o Pai, e o Espírito Santo.


Hoje, realiza-se, aqui, no Santuário, a 3ª. Romaria Nacional da Família, que tem como tema: Família, Pessoa e Sociedade. Você que está nos acompanhando nesta Celebração Eucarística está, cordialmente, convidado a participar desta romaria! A Família é a primeira sociedade humana natural, a primeira comunidade de pessoas, e é na Família que o homem aprende ser pessoa. Ela contribui de modo único e insubstituível para o bem da sociedade. Cabe ao Estado estabelecer políticas públicas em defesa e promoção da Família.

5ª Semana da Páscoa - Santuário Nacional


Minha saudação muito cordial a todos os diáconos permanentes da América Latina que estão participando do encontro continental em Aparecida. Para os nossos ouvintes recordo-lhes o que diz o Documento Conclusivo da V Conferência Geral dos Bispos da América Latina sobre o Diaconato Permanente: “Os diáconos permanentes são ordenados para o serviço da Palavra, da caridade e da liturgia, especialmente, para o sacramento do batismo e do matrimônio; também, para acompanhar a formação de novas comunidades eclesiais, especialmente, nas fronteiras geográficas e culturais; onde, ordinariamente, não chega a ação evangelizadora da Igreja. Seu trabalho deve ser feito em fiel comunhão com o seu bispo, em unidade com os presbíteros e os demais membros do povo de Deus” (DA 205 e 206). “Devem ser apóstolos em suas famílias, em seus trabalhos e em suas comunidades” (DA 208).

A leitura dos Atos dos Apóstolos que escutamos nos fala que Paulo e Timóteo não tiveram êxito em sua segunda viagem missionária. Deus tinha um outro projeto para eles. “Durante a noite, Paulo teve uma visão: na sua frente, estava de pé um macedônio que lhe suplicava: vem a Macedônia e ajuda-nos!” (At 16,9). Paulo e Timóteo deixam a Ásia e partem para a Macedônia, província no norte da Grécia e no continente europeu. É a voz da Europa pedindo ajuda! É o início da evangelização da Europa! Às vezes, Deus nos mostra o seu desígnio através de um fracasso, como aconteceu com Paulo e Timóteo. Podemos dizer que este fracasso de Paulo e Timóteo foi providencial, pois partiram para a Macedônia e iniciaram a Evangelização do Continente Europeu. Deus nos conduz também por caminhos tortuosos, como dizemos em português: Deus escreve certo por linhas tortas!

No evangelho, Jesus disse aos discípulos: “se fosseis do mundo, o mundo gostaria daquilo que lhe pertence. Mas, porque não sois do mundo, porque vos escolhi e apartei do mundo, o mundo por isso vos odeia”. Todos sabemos que no evangelho de João a palavra mundo pode significar a realidade material que nos cerca, mas também, pode designar aqueles que não crêem em Jesus, aquele se opõem a sua missão.

Os discípulos de Jesus vivem no mundo, mas não são do mundo, isto é, não vivem conforme a mentalidade e o pensamento do mundo para o qual o importante são os valores materiais, o sucesso, o dinheiro, a aparência. Para os que são do mundo, a Boa Notícia do Evangelho, evangelho, o próprio Cristo são elementos estranhos que perturbam e incomodam, provocando, às vezes, agressividade, ódio, perseguição. A oposição a Cristo, ao seu evangelho e aos seus discípulos sempre existiu e sempre existirá, como afirma Jesus: “Se me perseguiram a mim, também, perseguirão a vós”

O mundo não é todo ele contra Cristo, como afirma o Evangelho. Há aqueles que acolheram Jesus e sua palavra no seu tempo e, hoje, são tantos em toda parte que acolhem a Igreja e sua mensagem. “Se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa”.

As perseguições atuais não são como as de outrora, mas não são menos dolorosas. Vivemos num ambiente secularizado que procura ridicularizar os valores cristãos da vida, do matrimônio, da família; despreza a lei de Deus e os seus ensinamentos. Não devemos ter medo, pois como afirma Jesus: “todo aquele é Filho de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5,4).

Hoje, realiza-se, aqui, no Santuário, a 3ª. Romaria Nacional da Família, que tem como tema: Família, Pessoa e Sociedade. Você que está nos acompanhando nesta Celebração Eucarística está, cordialmente, convidado a participar desta romaria! A Família é a primeira sociedade humana natural, a primeira comunidade de pessoas, e é na Família que o homem aprende ser pessoa. Ela contribui de modo único e insubstituível para o bem da sociedade. Cabe ao Estado estabelecer políticas públicas em defesa e promoção da Família.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A Igreja no Brasil e os atuais desafios


Um olhar responsável para o presente e o futuro do Brasil percebe, ao mesmo tempo, preocupações e esperanças. Alegra-se com um país que se empenha em se modernizar, tornar-se uma nação cada vez mais influente nos destinos do mundo para que a amplitude territorial corresponda à importância política, social e econômica. Estamos vivendo o primeiro semestre dos novos governos nos níveis federal e dos estados. A possibilidade, portanto, de muito se fazer em benefício do país e de seu povo é grande.

As maiores preocupações encontram-se nos campos da pobreza e da violência. Dados oficiais recentemente divulgados indicam que mais de 16 milhões de brasileiros ainda vivem em situação de extrema pobreza. A violência permanece ativa em suas variadas formas, desde aquelas mais agudas, como o massacre de crianças numa escola do Rio de Janeiro, até a violência cotidiana, por exemplo, dentro dos lares, nas relações pessoais, no comércio de drogas, nas chacinas e na facilitação em se conseguir armas. Preocupa igualmente a fragilidade ética diante do bem comum e as constantes notícias de corrupção. Este ano, através da Campanha da Fraternidade, a Igreja no Brasil alertou a respeito da responsabilidade ecológica de todos, com risco até mesmo de destruição do planeta, não deixando para as futuras gerações o que Deus nos deu como lar para toda a humanidade.

A tudo isso, soma-se o que o que se convencionou chamar de mudança de época. Experimentamos aguda alteração nos valores, nas atitudes e nas referências. Muito do que, até pouco tempo, servia para orientar, sustentar e reagir diante dos problemas, tem perdido vigor, trazendo, a pessoas e grupos, a forte sensação de perplexidade diante de como pensar, sentir e agir.

Ao lado destas preocupações, o mesmo olhar responsável encontra inúmeras iniciativas que

fazem brotar a esperança. Percebe-se, por exemplo, o esforço por novas formas de vida comunitária, relações econômicas que não se escravizam ao lucro, revalorização da família, grupos organizados na sociedade civil investindo na reintegração humana, ações nos campos da saúde, da educação ou da alimentação. As duas leis de iniciativa popular, tanto a 9840, que trata da corrupção eleitoral, quando a da Ficha-Limpa, mostraram até onde se pode chegar quando a consciência do bem comum, a responsabilidade ética e a organização se articulam.

Como se vê, há muito pelo que agradecer a Deus, mas também há muito a ser feito. A Igreja sabe que não depende somente dela realizar o futuro. Num tempo de pluralidade e parcerias, a Igreja é consciente de que sua presença haverá ser de, ao mesmo tempo, firme na própria identidade e incansável no diálogo. Em sua identidade, a Igreja tem a máxima certeza de que lhe cabe a irrenunciável tarefa de anunciar Jesus Cristo e o Reino de Deus, tirando, deste anúncio, as conseqüências para cada uma das situações concretas que o dia-a-dia vai apresentando. Ao fazê-lo, a Igreja sabe que, em decorrência do próprio Jesus, haverá de dialogar com todos os que, de coração sincero, buscam o bem comum.

As atuais Diretrizes Gerais para Ação Evangelizadora, aprovadas na última assembléia geral da CNBB, indicam alguns destes desafios e apontam, à luz do Evangelho, caminhos a serem percorridos. Indicam uma Igreja que, ao mesmo tempo, firma-se no discipulado de Jesus Cristo, voltando-se ainda mais às fontes da Fé. Uma Igreja que se coloca de modo inquestionável ao lado da vida, em especial a vida fragilizada, ameaçada e desrespeitada. Uma Igreja samaritana, irmã dos mais pobres. Uma Igreja que se quer cada vez mais aberta ao diálogo ecumênico e interreligioso. Uma Igreja, enfim, onde cada batizado reconhece e assume o valor testemunhal de sua própria vida.

A sabedoria brasileira diz que “o futuro a Deus pertence”. Este confiante olhar aos céus não faz com que nossos pés saiam do chão. Olhamos o presente, discernimos os desafios e caminhamos confiantes nos rumos que o próprio Deus nos traçou.

4º Domingo de Páscoa - Dia Mundial de Oração pelas Vocações


Hoje, 4o. domingo da Páscoa, o Evangelho de João apresenta-nos Jesus como o Bom Pastor, como a Porta pela qual chegamos a Deus e à salvação.

O papa Paulo VI institui este domingo como o Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

A primeira leitura extraída do livro dos Atos dos Apóstolos apresenta-nos a conclusão do discurso de Pedro no dia de Pentecostes, onde ele afirma que Jesus crucificado, a partir de sua ressurreição, foi constituído por Deus, Senhor e Messias. Nele se cumpriram as promessas do Antigo Testamento e nele se realizaram as esperanças do povo de Israel. Nele alcançamos a remissão dos pecados e a salvação.

No evangelho, João afirma a mesma verdade, com a imagem do pastor e da porta.

Jesus é o único e verdadeiro pastor, a única porta pela qual se chega a salvação.

Este domingo, como disse há pouco, é o “Dia Mundial de Oração pelas Vocações”. Cada ano, o Santo Padre dirige à Igreja uma mensagem especial alusiva ao dia. A mensagem para este domingo foi escrita no dia 15 de novembro de 2010.

A mensagem de Bento XVI tem como título: “propor as vocações na Igreja local”.

Vivemos num mundo cheio de ruídos, de vozes, de ofertas, prometendo-nos felicidade, realização pessoal e profissional. Descobrir qual é a nossa vocação, a missão para a qual Deus nos chama e atender ao chamado é essencial para a nossa realização pessoal e para a nossa contribuição com o bem da sociedade. Todos somos chamados a uma vocação na Igreja e no mundo.

A mensagem do Bento XVI recorda-nos que a vocação ao sacerdócio e à vida consagrada são “fruto, primariamente, de um contato constante com o Deus vivo e de uma oração insistente que se eleva ao “Dono da messe”, quer nas comunidade paroquiais, quer nas famílias cristãs, quer nos encontros vocacionais”.

A primeira condição para remar em águas mais profundas, isto é, para descobrir o chamado de Deus em nossa vida, é cultivar a oração pela escuta diária da Palavra de Deus. Abrindo o nosso coração a Cristo compreende-se melhor o mistério da própria existência e da própria vocação.

“Especialmente, neste tempo, escreve o Papa Bento XVI na sua mensagem, em que a voz do Senhor parece sufocada por “outras vozes” e a proposta de seguir a Cristo oferecendo a própria vida pode parecer demasiado difícil, cada comunidade cristã, cada fiel, deveria assumir, conscientemente, o compromisso de promover as vocações. É importante encorajar e apoiar aqueles que mostram claros sinais de vocações à vida sacerdotal e à consagração religiosa, de modo que sintam o entusiasmo da comunidade inteira quando dizem o seu “sim” a Deus e à Igreja. É preciso que cada diocese, continua o Papa, se torne, cada vez mais, sensível e atenta à pastoral vocacional para promover o mais possível as vocações sacerdotais e religiosas, e de modo particular, as missionárias.”

“O dever de fomentar as vocações pertence a toda a comunidade cristã, que deve promover, sobretudo, mediante uma vida plenamente cristã”.

O nosso empenho na promoção e cuidado das vocações adquire plenitude de sentido e de eficácia pastoral, quando se realiza na unidade da Igreja e visa servir à comunhão. A capacidade de cultivar as vocações é sinal característico da vitalidade de uma diocese.

Peçamos a ajuda da Virgem Maria, para que, seguindo o seu exemplo de acolhimento do plano divino da salvação e com uma eficaz intercessão, se possa difundir no âmbito de cada comunidade a disponibilidade para dizer “sim” ao Senhor, que não cessa de chamar novos trabalhadores para a sua messe.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Conclusão da 49ª Assembleia Geral da CNBB - Santuário Nacional


Com essa Celebração Eucarística, estamos encerrando a 49ª Assembleia Geral da CNBB, acontecida aqui em Aparecida. Queremos elevar nossa ação de graças a Deus pelos trabalhos realizados, e pedir para que a Igreja continue agindo sob a ação do Espírito Santo para colocar em prática o que ele nos inspirou nesses dias.


Hoje, memória de Nossa Senhora de Fátima, é para nós um dia especial, pois há quatro anos o Santo Padre Bento XVI inaugurava a Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, aqui, junto ao Santuário Nacional da Padroeira do Brasil. Festa que nos remete à aparição da Virgem Maria em plena primeira Guerra Mundial aos três pastores Francisco, Jacinta e Lúcia, em Fátima, Portugal, com uma mensagem que os convidava à reza do terço e à penitência pela conversão dos pecadores e pela paz no mundo. A memória de Nossa Senhora de Fátima também nos faz recordar o Beato João Paulo II, que por intercessão da Virgem de Fátima, teve poupada, milagrosamente, sua vida no violento atentado ocorrido no dia 13 de maio de 1981 e que abalou o mundo inteiro.


Estamos comemorando, neste ano, o 94o aniversário da aparição de Fátima que, segundo o Papa Bento XVI, foi a mais profética das aparições e trouxe grandes luzes para a nossa vivência cristã.
Não podemos nos esquecer que comemoramos, também, neste dia 13 de maio a abolição da escravatura, fato histórico que nos recorda um compromisso que ainda não foi totalmente assumido, diante das condições sociais de muitas pessoas afro-descendentes.


A Assembleia Geral está terminando e temos motivos para agradecer e comemorar, como a elaboração das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, que apresenta como principais prioridades a missionariedade da Igreja, a conversão pastoral e a Palavra de Deus como o grande indicador iluminativo da ação evangelizadora e pastoral. O conteúdo da mensagem cristã não muda com o passar dos tempos. Porém, mudam os meios utilizados para a sua transmissão, compreensão e vivência. As Diretrizes devem ser o grande instrumento da ação evangelizadora da Igreja e, por isso, vem iluminar as Assembleias pastorais diocesanas e regionais, de modo que possam ser colocadas em prática, com a devida contextualização, em todo o Brasil.


Também foi eleita a Presidência que irá dirigir a CNBB nos próximos quatro anos, assim como as Presidências das Comissões Episcopais Pastorais, que agora são 12, além dos membros do Conselho Permanente eleitos pelos seus 17 Regionais e do Delegado da CNBB junto ao CELAM. Não foram eleições como a sociedade compreende, nas quais existem candidatos, disputa e interesses. Houve, antes de tudo, discernimento, a partir da oração, que teve como ponto alto o Retiro espiritual conduzido pelo Cardeal Marc Ouellet, Prefeito da Congregação para os Bispos e Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, em Roma. Para os bispos, o cargo ou a missão recebida é sempre um serviço à Igreja e ao mundo e foi, a partir desse princípio, que os eleitos acolheram sua indicação e os eleitores fizeram suas escolhas.


Outros assuntos de importância, não só para a Igreja, mas também para toda a sociedade brasileira, e alguns de âmbito internacional, foram tratados, como a Celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II, um dos maiores eventos da história da Igreja; os primeiros passos para a preparação da Jornada Mundial da Juventude, que esperamos ser anunciada após a jornada em Madrid; a aprovação das Diretrizes para o Diaconato Permanente e vários outros temas relevantes, incluídos na pauta.

A Assembleia foi uma grande manifestação da colegialidade episcopal, não só na oração e nos trabalhos, mas também, na convivência diária, entre os bispos e com aqueles e aquelas que exerceram diferentes funções na Assembleia e também com os romeiros que estiveram em Aparecida nesses dias. Podemos afirmar que Deus esteve conosco e iluminou os nossos passos.

A nova Presidência, ao assumir seus encargos, tem plena consciência de que não está sozinha neste trabalho. Por isso, conta, em primeiro lugar, com o auxílio divino e a proteção da Virgem Maria. Mas confia na colaboração de todos os irmãos bispos, presbíteros, consagrados e fiéis leigos. Todos são convidados a unir esforços para que, na comunhão, possamos construir o Reino de Deus na história da humanidade. O mundo de hoje marcado por tantas divisões, precisa de sinais de unidade. Somos chamados a trabalhar em conjunto, em comunhão, no respeito e valorização das diferenças e dos carismas de cada um.


O Papa João Paulo II já dizia que a comunhão fortalece a missão e a missão é para a comunhão. Neste ponto, também não podemos nos esquecer que o Documento de Aparecida evidencia a ministerialidade da Igreja. Mas esta não se limita à hierarquia que está a serviço do Povo de Deus. Ela é uma dimensão de toda a Igreja, cujo sinal visível de unidade da fé é o sucessor de Pedro, que para nós, hoje, é o Papa Bento XVI, a quem amamos e afirmamos nossa fidelidade.


A primeira leitura tirada dos Atos dos Apóstolos, narra a conversão e o batismo de Saulo que de perseguidor feroz da Igreja, tornou-se Paulo, corajoso anunciador do nome de Jesus. Como outrora, hoje a Igreja enfrenta também não só obstáculos para realizar sua missão, como o secularismo com uma visão da realidade sem referência a Deus, à fé, à religião.O laicismo com sua concepção do Estado que não leva em consideração a componente cristã da cultura do nosso povo e a realidade da Igreja como instituição da sociedade civil. Ela tem também desafios a vencer, como o número insuficiente de agentes de pastoral; a deformação da consciência moral; o esmorecimento do espírito missionário; a debilidade da formação cristã dos fiéis leigos; o fortalecimento do Projeto da Missão Continental; o aprofundamento da comunhão através de uma integração e cooperação maior das diversas comissões e organismos da CNBB.

Para que a Igreja permaneça unida a Jesus Cristo e seja fortalecida na sua missão, o Senhor nos alimenta com o seu corpo e o seu sangue nesta caminhada até à vida eterna. Este é, de fato, o grande alimento que nos foi dado por Deus e faz que Aquele que é exterior a nós, Jesus Cristo, viva em nós e nos una à sua própria vida, de modo que não vivemos mais para nós, mas para Ele, que se dá em alimento por nós. Somos chamados a alimentar o ardor missionário e a eficácia apostólica na Palavra de Deus e na Eucaristia.


Ao concluir a nossa Assembleia, queremos agradecer, em primeiro lugar, a Deus, fonte de todo bem; aos irmãos bispos da Presidência da CNBB, aos membros das Comissões Episcopais Pastorais e aos do Conselho Permanente que deixam seus cargos, após quatro anos de dedicado serviço à Conferência. Nossa gratidão ao Seminário Missionário Bom Jesus, nas pessoas do Pe. Matusalém, da senhora Silvia Aquino e da Senhora Maria da Penha, pela fraterna e amiga acolhida que nos foi dada durante a Assembleia. Agradecemos, em especial, ao Santuário Nacional, na pessoa do seu reitor, Pe. Darci José Nicioli, que nos acolheu, generosa e cordialmente, e com a sua equipe de trabalho, funcionários e voluntários, não mediu esforços para que tudo ocorresse da melhor forma possível. Agradecemos a todos os que estiveram conosco em oração: os romeiros que visitaram o Santuário nesses dias de Assembleia e os que nos acompanharam pelos meios de comunicação social.

A Mãe de Deus e nossa, a Padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que nos acolheu em sua casa nesta Assembleia, continue caminhando conosco. Ela, a Estrela da Evangelização, nos guie como peregrinos da história, no caminho que leva ao Reino definitivo. Assim possamos ser fiéis ao Espírito Santo que nos iluminou durante a Assembleia e chegarmos a colocar em prática as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

3º Domingo da Páscoa - Dia das Mães - Santuário Nacional


Celebramos hoje o 3º. Domingo da Páscoa e no calendário civil, no Brasil, comemoramos o Dia das Mães.

A estátua de João Paulo II que está aqui no presbitério nos faz recordar sua pessoa, e, especialmente, sua beatificação pelo Papa Bento XVI, no dia 1º. de maio passado, que contou com a participação de quase 2 milhões de pessoas em Roma. Queremos nesta Eucaristia louvar a Deus e agradecer ao Papa Bento XVI a beatificação deste santo Pontífice, de quem o povo brasileiro guarda a mais grata recordação de suas três visitas apostólicas e de suas iluminadoras mensagens. Pedimos a Deus, por sua intercessão, que proteja nosso povo e guie o nosso País pelos caminhos da prosperidade, na justiça, na solidariedade e na paz.

Pedro, no seu primeiro discurso aos judeus, no dia de Pentecostes, afirma que Cristo ressuscitou e que a paixão e a morte de Jesus foram caminhos escolhidos por Deus em seu desígnio insondável, para realizar a nossa salvação. E que esses acontecimentos já tinham sido previstos no Antigo Testamento. “Deus em seu desígnio e previsão determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios e vós o matastes, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou” (At 2, 23-24).

O evangelho de hoje é, do ponto de vista literário, uma das páginas mais belas do Novo Testamento. O texto do evangelista Lucas, narra o encontro de Jesus com dois de seus discípulos, que não pertenciam ao grupo dos onze apóstolos. Estes dois discípulos desiludidos com o que aconteceu com Jesus na sexta-feira e descrentes do anúncio de algumas mulheres que foram ao túmulo e voltaram dizendo que viram anjos e que estes tinham afirmado que Jesus está vivo, resolveram abandonar os outros discípulos e a cidade de Jerusalém e regressar ao seu povoado chamado Emaús.

O próprio Senhor ressuscitado é quem vai ao encontro dos dois discípulos tristes e abatidos e enquanto caminhavam, Jesus relê com eles a história de Israel, “começando por Moisés e passando pelos profetas, explica-lhes todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele” (Lc 24,27). Jesus mostrou-lhes que a cruz não foi um fracasso e que tudo que aconteceu com o Cristo, fazia parte do plano salvífico de Deus. “Será que o Cristo, dizia-lhes Jesus, não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória” (Lc 24,26)?

Ao chegarem ao seu destino, os dois discípulos decidiram convidar Jesus para permanecer come eles, pois já estava anoitecendo. Jesus entrou em casa e ao assentar-se à mesa com seus anfitriões, “ele tomou o pão, abençoo-o, partiu-o e o distribuiu. Neste momento, diz o evangelho, os seus olhos se abriram e reconheceram a Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles” (Lc 24,30-32).

Tendo reconhecido a presença do Ressuscitado na Escritura e na Eucaristia, os dois discípulos recobram o entusiasmo perdido e voltam a Jerusalém para se integrarem novamente à sua comunidade e confirmados na sua fé pelo testemunho dos onze, “realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”, os dois discípulos se tornaram junto com os apóstolos, missionários do Senhor ressuscitado.

O Cristo ressuscitado continua presente no meio de nós e caminha conosco e nós podemos também encontrá-lo na fé recebida e vivida na Igreja, que é a nossa casa. Como aconteceu com os discípulos de Emaús, Jesus Cristo continua vindo ao nosso encontro e podemos fazer uma experiência de encontro de fé com Ele, conforme indica o Documento de Aparecida. Entre os diversos lugares de encontro com Cristo, indicados pelo Documento, destaco os três lugares do encontro do Ressuscitado com os discípulos de Emaús: na Escritura, lida na Igreja, através da leitura orante da Bíblia, bem praticada; na eucaristia, lugar privilegiado do encontro do discípulo com Cristo, pois sem a participação ativa na celebração eucarística, sobretudo, dominical, não existirá um discípulo missionário maduro; numa comunidade viva na fé e no amor fraterno, pois “onde estão dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”

Neste 2º. Domingo de maio, comemoramos no Brasil, o Dia das Mães. Neste mês de maio veneramos, de modo muito especial, aquela que é a Mãe de Deus, e nossa Mãe, a Virgem Maria a quem amamos e veneramos em todo o Brasil com o título de Nossa Senhora Aparecida, nossa padroeira.

Celebrar as mães é celebrar a vida, sua presença amorosa no lar, presença que acolhe, cuida, educa e ajuda a crescer. Neste dia queremos parabenizar e agradecer as mulheres deste imenso Brasil que assumem e vivem com dedicação e responsabilidade sua vocação materna. O dia das Mães recorda-nos também a importância fundamental da família natural, fundada na união entre o homem e a mulher e a sua imprescindível missão na construção desta grande família que é a humanidade. Aproveito esta oportunidade para recordar e convidar a todos para a terceira Romaria Nacional da Família que se realizará no Santuário Nacional, no dia 29 de maio, domingo.

Deus Pai derrame suas bênçãos sobre as mães e as famílias do nosso Brasil e a todas o nosso abraço afetuoso e as nossas orações.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Maio: mês de Maria, mês das mães


Maio, mês que toca nosso coração e por vários motivos: é o mês em que celebramos o Dia das Mães, e entre todas elas, aquela que é a mãe de Deus e nossa Mãe, a Virgem Maria a quem amamos e reverenciamos em todo o Brasil, com o titulo de Nossa Senhora Aparecida, nossa padroeira.

Celebrar as mães é celebrar a vida, é celebrar sua presença amorosa no lar, presença que acolhe, cuida, educa e ajuda a crescer. No Dia das Mães queremos cumprimentar e agradecer a todas as mulheres deste imenso Brasil que assumem e vivem com dedicação e responsabilidade sua vocação materna, que se realiza de diversas maneiras, seja no cuidado dos próprios filhos, seja na acolhida e adoção de outros, seja na vida consagrada, que, ao renunciar a maternidade biológica, pelo Reino de Deus, não abdica da maternidade espiritual, mas a realiza ao entregar toda a vida ao serviço de tantas crianças. Deus Pai, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, derrame suas bênçãos sobre todas as mães do nosso Brasil.

Maio é também o mês de Maria, e desde o início da evangelização do Brasil, Nossa Senhora teve e tem uma grande presença na formação e na vivência cristã do nosso povo. Pode-se dizer que a nossa cultura tem raiz cristã e mariana. Basta observar quantas dioceses, paróquias, cidades, vilas, bairros, serras, rios, colégios, empresas, pessoas trazem o nome da Mãe do Céu, sob os mais diferentes títulos com os quais é invocada no Brasil e no mundo, para perceber o quanto o nosso povo, venera e ama a Virgem Maria.

Que Nossa Senhora Aparecida abençoe todos os lares do Brasil, para que sejam uma pequena igreja doméstica, onde se vive o amor, a fé, a união e a paz.