segunda-feira, 27 de maio de 2013

Peregrinação das Famílias - Santuário Nacional


Com grande satisfação, dou as boas vindas a todos, em especial, aos que vieram ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, como família, em peregrinação. Esta é a 5a Peregrinação Nacional das Famílias. O tema escolhido para esta peregrinação, em sintonia com a Jornada Mundial da Juventude e com o Ano da Fé, é “A transmissão e a educação da fé cristã na Família”.

Estamos hoje celebrando a solenidade da Santíssima Trindade. Com esta celebração, somos convidados a contemplar o mistério da Santíssima Trindade e a compreender melhor como nossa relação com Deus é marcada pelo mistério de sua vida íntima, pela sua Trindade de Pessoas.

Na segunda leitura, na carta aos Romanos, S. Paulo afirma, referindo-se a Cristo: “Por Ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus”(5,2). Aqui se encontra a indicação clara do modo como nossa relação de comunhão com Deus é estabelecida e fundamentada: “Por Ele tivemos acesso a esta graça”. A graça é a nossa condição de cristãos. E esta graça, como ensina S. Paulo, nós a recebemos na fé, ou seja, pelo batismo e pela vida nova que este sacramento nos comunica. Por sermos batizados, com Cristo somos filhos de Deus, estamos em relação de familiaridade com o Pai, e somos habitados pelo Espírito Santo, o Espírito da Verdade, que nos conduz à verdade plena, como nos ensina o Evangelho de hoje (Jo 16,13).

Desse modo, somos orientados corretamente para o mistério de Deus. Não se trata de termos que decifrar intelectualmente o mistério trinitário de Deus. Trata-se de o contemplarmos a partir da experiência de comunhão com esse mistério, que nos é comunicada nos sacramentos, na liturgia e em nossa vida espiritual.

O início de tudo, em nossa vida de fé, é o batismo. Com esse sacramento, somos marcados com o sinal de nossa salvação: a Cruz de Cristo, pela qual fomos resgatados do pecado e postos em uma relação de amor e amizade com Deus. E somos também postos sob a marca do Nome Santo de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Ter a marca de um nome sobre nós indica que pertencemos a Ele. 

Ao fazermos sobre nós o sinal da Cruz, no início do dia, no início de nossas celebrações e orações, antes de nossas refeições e de todas as atividades importantes, nós estamos recordando o mistério dessa pertença amorosa a Deus e estamos procurando viver em profunda sintonia com a graça batismal, que nos transformou profundamente.

Assim, compreendemos que se trata, em primeiro lugar, de vivenciarmos a relação de comunhão, na fé e no amor, com Deus que, como nos diz a primeira leitura, do livro dos Provérbios, se alegra em estar na companhia das pessoas humanas (8,31).

“A transmissão e a educação da fé cristã na família”, este é o tema da 5a Peregrinação das Famílias ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. O tema recorda que essa é uma missão da família. Este tema foi aprofundado ontem, durante o 3o Simpósio Nacional da Família, promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a vida e a Família. Essa Comissão expressa a solicitude de toda a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e da Igreja no Brasil pela Família, e por seu papel insubstituível na vida de cada um de nós, na vida da Igreja e na vida social.

Recordemo-nos que a transmissão da fé deve ser feita primeiro  pela família. De fato,  não basta transmitir a vida biológica; é necessário , por meio da educação, ensinar o modo correto para viver bem. Não basta ensinar a viver bem neste mundo; é necessário transmitir também o significado eterno da vida humana, que se encontra na fé em Deus e na comunhão com Ele. Transmitir a fé e educar nela é parte fundamental da missão da família cristã.

Muitas vezes, durante as celebrações, vemos os pais ou avós, tendo nos braços seu filhinho ou netinho, no início da celebração, depois de ter feito sobre si mesmos o sinal da cruz, tomarem a mão da criancinha e a ajudá-la a traçar também esse sinal; ou vemos, durante a oração do Pai Nosso, segurarem para  o alto uma das mãozinhas da criança, enquanto rezam. Quando já estão maiorzinhas, vemos essas crianças tentarem fazer  sozinhas o sinal da cruz ou elevarem as mãos durante o Pai Nosso. Desajeitadamente, muitas vezes, mas tentando fazer certo. E as vemos olhar para os olhos de seus pais ou avós, buscando aquele sinal de aprovação e aquela confirmação que os faz ir adiante e progredir no caminho da fé.

São sinais exteriores, mas importantes. Como ontem, no Simpósio, quero recordar aqui, uma das perguntas que se faz aos noivos durante a celebração do sacramento do Matrimônio:  “estais dispostos a receber com amor os filhos que Deus vos confiar, e a educá-los na lei de Cristo e da Igreja?”. Quando assistimos a cenas como  as que acabo de descrever, temos alegre convicção de que sim, a família cristã continua fiel a sua missão, embora tenha que enfrentar desafios para isso. E se é verdade que muitos pais já não se preocupam tanto em transmitir e educar na fé os seus filhos, em diversos casos, os avós ainda o procuram fazer, como nos recordou há poucos dias o Papa Francisco, lembrando-se de sua própria avó. E  cresce o número dos que descobrem que educar na fé é garantia  segura de um futuro melhor para seus filhos.

Queridos irmãos e irmãs,  desejo a todos  que a experiência de ser família e de procurar viver em família a fé cristã, os faça progredir no conhecimento amoroso do mistério de Deus e, por este caminho da fé e da graça, os faça famílias felizes e comprometidas com o Evangelho.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Festa da Ascensão do Senhor - Santuário Nacional


Neste sétimo domingo da Páscoa, celebramos a festa da Ascensão do Senhor. Depois de ter cumprido aqui na terra a missão que o Pai lhe confiou, Jesus ressuscitado entra como Deus e como homem na glória divina, na comunhão plena com Deus. 

A subida de Jesus aos céus não significa afastamento de nossa condição humana ou indiferença em relação a nós. Jesus ressuscitado continua presente e atuante na sua Igreja e no mundo através do Espírito Santo.

A missão de Jesus como homem foi concluída; agora começa a missão da Igreja, de todos os batizados. Jesus deixou nas mãos dos discípulos a missão de anunciar e testemunhar o que tinham visto e ouvido. Os apóstolos começaram sua missão com a força do Espírito Santo, em Jerusalém, Judeia, Samaria, até alcançarem regiões mais distantes.

Hoje, somos nos chamados a testemunhar o evangelho de Jesus Cristo no ambiente de nossa família, na realidade do nosso trabalho, nas nossas comunidades, enfim, no lugar onde vivemos e atuamos. É necessário, contudo, primeiro tornar-se discípulo de Jesus, viver como Jesus para somente depois anunciá-lo no mundo de hoje. Se não estivermos unidos a Jesus, nosso trabalho será em vão. 

Hoje, festa da Ascensão, a Igreja no Brasil celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais, com o tema: “Redes Sociais: Portas da verdade e da fé; novos espaços de evangelização.” A 47ª Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações deste ano é datada no dia 24 de janeiro deste ano, portanto, foi escrita pelo então Papa Bento XVI, hoje Bispo-Emérito de Roma. 

A mensagem deste ano trata das redes sociais digitais que são como um espaço público e aberto onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões, estabelecem novas relações e formas de comunidade. As pessoas que usam as redes sociais devem se esforçar por serem autênticas, para que contribuam para construir relações e amizades verdadeiras e partilhar conhecimentos, buscar respostas para as questões fundamentais da vida humana, como a verdade, o amor, o sentido da vida. 

É importante usar também as redes sociais digitais para partilhar a Mensagem de Jesus e os valores da dignidade humana. O importante é que saibamos utilizar os meios de comunicação e os recursos tecnológicos da internet também para ajudar as pessoas a descobrirem o rosto de Cristo. Felicitamos os jornalistas e todos aqueles que trabalham nos meios de comunicação com os votos para que se coloquem a serviço da verdade, da justiça e de paz.

Felicito, também, as mães neste seu dia. A maternidade não é uma realidade, exclusivamente, biológica, mas se expressa de diversas formas de amor, compreensão e serviço aos demais.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Pentecostes


Vivendo as alegrias do tempo pascal, estamos, agora,  na expectativa do Pentecostes. Pentecostes é uma palavra que vem do grego e significa "quinquagésimo". É o 50° dia depois da Páscoa. “Os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se se tratasse de um só e único dia festivo, como um grande domingo." (Normas Universais do Ano Litúrgico, n 22).  

A solenidade de Pentecostes é também  conhecida como a Festa do Espírito Santo. É    a manifestação pública da Igreja chamada a anunciar o Evangelho de Cristo, com a força do Espírito a todos os povos da terra até o fim do mundo. O  Espírito Santo é chamado “a alma da Igreja” porque realiza na Igreja uma função semelhante àquela da alma no nosso corpo. 

O mesmo Espírito que nos primórdios do mundo pairava sobre as águas e as encheu de vida; que fecundou o seio de Maria e fez dela a mãe do Filho de Deus; que ressuscitou Jesus dentre os mortos; que desceu sobre os discípulos no dia de Pentecostes, é o mesmo Espírito que hoje  continua a santificar, animar, e conduzir a Igreja. É ele que estabelece na Igreja os pastores; que guia a comunidade e seus dirigentes; que a impele para a missão; que rejuvenesce e renova continuamente a Igreja. Ele é a força e a vida da Igreja e de sua missão no mundo.

Aproveito a oportunidade para convidar você e sua família  para participar da Festa do Povo de Deus, a realizar-se no dia 19 de maio, em Guaratinguetá, a partir das 12h30, com  show do Pe. Antonio Maria, encerrando com a Celebração Eucarística, às 18h. Será uma alegria tê-lo conosco! 

Não posso esquecer de deixar uma saudação especial a todas as Mães que, no segundo domingo de maio, celebram  seu dia. A todas elas, o nosso amor, respeito e  gratidão. Que Deus as abençoe e as proteja sempre.