segunda-feira, 9 de setembro de 2013

8 de setembro - Aniversário da Rede Aparecida - Santuário Nacional

Na primeira leitura, tirada do livro da Sabedoria, escutamos um trecho de uma oração colocada nos lábios do rei Salomão.

Salomão toma consciência das limitações do espírito humano e constata agradecido que Deus vem em socorro de nossa fraqueza: “Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus”? “ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor”?  

 Ninguém pode conhecer a vontade de Deus sem que ele a tenha revelado. E nós cristãos, sabemos que “o Filho de Deus feito homem para a nossa salvação, no seio virginal de Maria, nos revelou o desígnio de Deus. Só Jesus Cristo sabe qual é o caminho para alcançar a sabedoria do coração que orienta retamente a nossa  vida e obter paz e salvação” (João Paulo II)

A muralha entre Deus e nós foi superada pela encarnação de Jesus Cristo, sua morte e ressurreição. Jesus é, para nós, o Caminho, a Verdade e a Vida.

A segunda leitura deste domingo, a carta de São Paulo a Filêmon, é a mais breve carta do apóstolo.  Paulo   pede a Filêmon, patrão de Onésimo, que o  receba:  “já não como escravo, mas muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto mais ele o foi para ti, tanto como  pessoa humana quanto como irmão no Senhor”

A vida econômica e social na antiguidade se apoiava na escravidão e não permitia uma liberdade plena das pessoas. Jesus não falou abertamente da escravidão, mas colocou as bases de um novo relacionamento interpessoal, fundado sobre o amor, a justiça e a igualdade. Somos todos filhos de Deus  e irmãos em Jesus Cristo, iguais em dignidade,  e “já não há, como disse São Paulo, diferenças entre judeus e não-judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: pois todos vocês são um só para estarem unidos com Cristo Jesus” (Gl 3,28)

No evangelho de Lucas, que acabamos de escutar, Jesus nos fala das exigências para segui-Lo. Seguir Jesus,  tornar-se discípulo seu é procurar viver de acordo com seus mandamentos, viver em comunhão com ele.

“Se me amais, observareis os meus mandamentos”, disse Jesus e o meu mandamento é esse: “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 14,15). Não se trata, portanto, de renunciar ao amor, mas sim ao amor egoísta, possessivo. 

Cada um, segundo sua condição de vida é  chamado a viver com Cristo e em Cristo, a entregar-se totalmente a Ele e ao bem dos outros, nossos irmãos. 

Seguir Jesus Cristo é também carregar a cruz que a vida nos apresenta. Jesus não nos engana. Não promete uma vida fácil e confortável para seus discípulos, mas nos ensina o caminho do verdadeiro amor, capaz de dar a vida, de aceitar a cruz, o sacrifício quando é o meio para realizar o plano de Deus em nossa vida. Amor que nos enche de alegria, porque é amor que vem de Deus e que só é possível se contarmos com sua ajuda e não com nossas próprias forças. 

Aproveito este momento para parabenizar os diretores, funcionários e colaboradores da Rádio Aparecida pelos seus 62 anos de existência e a TV Aparecida pelo seu 8º aniversário e, igualmente, pela estreia do novo portal A12.com

Após a missa será inaugurada oficialmente o Master digital e a unidade móvel da TV Aparecida.  O Santuário tem feito grandes esforços para utilizar os modernos meios de comunicação a serviço do anúncio da Boa Nova do Evangelho. Isto tem sido possível graças aos diretores, funcionários e a generosa colaboração da Família Campanha dos Devotos, do Clube dos Sócios e Devotos de Nossa Senhora Aparecida. 

Parabéns Rádio e Tv Aparecida e o novo portal A12.com

Foto: a12.com 

7 de setembro - Romaria dos Trabalhadores - Santuário Nacional

São Paulo na carta aos Colossenses que escutamos na 1ª leitura, fala do contraste que existia na vida dos Colossenses, antes e depois da conversão a Cristo pela pregação do evangelho. Antes da conversão, os colossenses eram hostis a Cristo e praticavam ações perversas; agora foram reconciliados pela morte de Cristo, para se apresentarem diante dele santos, imaculados e irrepreensíveis.  

É normal que a pessoa que ofendeu alguém, procure reconciliar-se com o ofendido e não o contrário. No caso da nossa salvação, é Deus quem nos procurou primeiro e realizou a reconciliação pela morte e ressurreição do seu Filho Jesus Cristo.  É  a  extraordinária generosidade de Deus! Através de Cristo, Deus nos deu uma nova existência. Por meio dele, aquele que foi reconciliado com Deus, pode e deve levar uma vida santa, irrepreensível diante dele. 

Na carta aos romanos, Paulo exprime sua admiração diante deste modo de agir de Deus: “Quando ainda éramos pecadores, Cristo, a seu tempo, morreu pelos malvados; por um inocente talvez alguém morresse;  por uma pessoa boa talvez alguém se arriscasse a morrer. Pois bem, Deus nos demonstrou seu amor porque, sendo ainda pecadores, Cristo morreu por nós.” (Rm 5, 6-8).

Deus tem uma proposta muito elevada e exigente para nós: ele quer que levemos uma vida digna e irrepreensível diante dele. Isso é possível com a graça que nos vem por meio de Jesus na oração e nos sacramentos.

Para isso, é necessário estar “alicerçados e firmes na fé”, isto é,  estar unidos a Cristo pela fé e pelo amor.”

No evangelho de hoje, Jesus afirma que é o senhor do sábado, o que significa que Ele é igual a Deus, porque foi Deus quem estabeleceu a lei do sábado como refere o livro do Gênesis. Esta igualdade com Deus é afirmada mais explicitamente no quarto  evangelho de João, quando Jesus foi criticado por alguns judeus por ter curado um paralítico no dia de sábado. Ele lhes disse: “Meu Pai continua trabalhando e eu também trabalho. Por este motivo, os judeus com mais empenho, tentavam matá-lo, porque não só violava o sábado, mas além disso chamava a Deus de seu pai, igualando-se a Deus”  (Jo 5, 17-18).

Este ano de 2013 é um ano muito especial para a juventude: Fraternidade e Juventude foi o tema da CF, com o lema “Eis-me aqui, envia-me”, e em julho passado foi realizada a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, com a presença do Papa Francisco.  O tema foi: “Ide e fazei discípulos todos os povos.” A juventude é também o tema da romaria dos trabalhadores (as) e do grito dos excluídos.

Os jovens ainda são  maioria da nossa população (47 milhões de brasileiros de 15 a 29 anos – censo do IBGE 2010) e são um grande potencial para a renovação da sociedade e da Igreja.

As estatísticas revelam que os jovens  tem acesso restrito à educação de qualidade, dificuldades de inserção no mundo do trabalho, são as principais vítimas da violência, das drogas. Os jovens com seu dinamismo, criatividade, entusiasmo, com seus anseios por uma coerência entre fé e vida, tem muito a contribuir para o bem da sociedade e a Igreja.

Concluo com as palavras do Papa Francisco aos jovens no Rio de Janeiro, “ponha Cristo em sua vida e encontrarás um amigo em quem confiar; bote Cristo e você verá crescer as asas da esperança para percorrer com alegria o caminho do futuro; bote Cristo  e sua vida estará plena de seu amor, será uma vida fecunda e você não ficará desapontado.”

Rezemos pela nossa pátria, por todos os brasileiros, para que caminhemos na prosperidade, na justiça e na paz, sob a proteção da Mãe Aparecida, Padroeira e Rainha do Brasil. Em especial, peçamos a Deus, por intercessão de Nossa Senhora, Rainha da Paz, a solução para a paz na Síria, no Oriente Médio, e para que os governantes, por meio do diálogo, da negociação, encontrem o bem de suas populações.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Setembro, mês da Bíblia

No Brasil, no último domingo de setembro, celebra-se “o Dia Nacional da Bíblia”.  A palavra “Bíblia” designa a Palavra de Deus escrita  e consignada nos 73 livros que compõem o Antigo e Novo Testamentos.

Para nós cristãos, “a Bíblia é um livro inspirado pelo Espírito Santo  e nos ensina com certeza, fielmente, e sem erro, a verdade relativa à nossa salvação,  que Deus, quis   fosse consignada  nas Sagradas Letras” (DV 11).

A composição dos livros da Bíblia abarca um período de cerca de mil anos, entre os anos  900 a. Cristo e o ano 100 d. Cristo. Eles foram recolhidos, pouco a pouco, através de um longo processo de escolha por parte das comunidades e formam a lista oficial dos textos bíblicos. Contam a história do amor de Deus para conosco, a História da Salvação que tem o seu centro no mistério da encarnação do Filho de Deus, Jesus Cristo.  A Igreja tira a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas não só da Sagrada Escritura, mas também, da Sagrada Tradição. 

O Antigo Testamento nasceu de tradições orais  e o Novo Testamento, sobretudo, do testemunho dos apóstolos sobre Jesus. 

Nas Sagradas Escrituras tudo converge para Cristo, de tal modo, que a leitura e meditação do texto sagrado devem  nos levar ao conhecimento e ao amor de Jesus Cristo. Por isso, São Jerônimo afirma que ignorar as Escrituras é ignorar o próprio Cristo. Na Bíblia, nós descobrimos o projeto de Deus sobre o mundo e encontramos nela “o alimento da alma e a fonte pura e perene da vida espiritual”  (DV 21). Sua leitura ilumina e orienta a nossa vida.  Maria é para nós o modelo de ouvinte e de praticante da Palavra de Deus. “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

No evangelho (Mt 13; Lc 8; Mc 4), Jesus compara a Palavra de Deus com a semente que o agricultor lança à terra. A semente é vida e quando é semeada em terra boa, ela germina, cresce e produz frutos. Assim é á Palavra de Deus, ela é vida e eficaz e quando a acolhemos e a compreendemos,  superando  as dificuldades, como o desânimo, o cansaço, a superficialidade, a Palavra de Deus cria raízes profundas em nosso coração e produz muitos frutos não só para nós, mas para todo o mundo e causa em nós paz e  alegria verdadeiras. 

22º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional

As leituras de hoje nos apontam o caminho: ser humildes e simples: fazer de nossa vida um serviço; ser abertos a todos; particularmente aos mais necessitados. 

A antiga sabedoria do povo de Israel recomendava com freqüência a prática da humildade: “Filho, realiza teus trabalhos com mansidão e humildade e serás mais estimado que um homem generoso”, diz-nos hoje o trecho do livro do Eclesiástico. 

Somente a pessoa humilde é capaz de acolher a Deus e as demais pessoas. Ser humilde é uma questão de realismo e de fé. A raiz da palavra humildade vem de humus, que em latim, significa terra, barro. É ter presente nossa condição de criaturas. Não é desprezar a si mesmo, mas reconhecer nossos limites e não se supervalorizar diante de Deus, nem diante do outro, nem diante de si mesmo.

O Evangelho de hoje nos fala que Jesus foi convidado por  um dos chefes dos  fariseus para uma refeição num dia de Sábado.

Sabemos que o banquete celebrado no dia de sábado era um símbolo do Reino celeste. Quem quiser entrar no Reino de Deus deve fazer-se pequeno a exemplo do próprio Cristo que “sendo Deus não usou do seu direito de ser tratado como um deus, mas se desprezou, tomando a forma de escravo. Tornando-se semelhante aos homens, e reconhecido em seu aspecto como um homem, abaixou-se, tornando-se obediente até a morte, à morte sobre uma cruz” (Fl 12, 6-8).

Se a humildade nos faz reconhecer nossa condição de criatura, o serviço nos faz estar atentos às necessidades dos outros. “Quando deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos ricos, pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa” (Lc 14,12).

É claro que Jesus não quer dizer que devemos ser grosseiros, deseducados, ingratos. O que Jesus quer nos dizer é que devemos ser generosos, “que há mais alegria em dar do que em receber”. E quanta gente boa, maravilhosa em nosso meio, em nossas comunidades! Pessoas que estão sempre dispostas a ajudar, a colaborar. Há também aquelas que não são capazes de mover um dedo se for não para tirar algum proveito, senão for por algum interesse próprio. 

Finalmente, o evangelho nos diz que “quando deres uma festa, convida os pobres. Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos” (Lc 14,13-14). O Papa João Paulo II nos diz que hoje se faz necessária  “uma nova fantasia da caridade”. É preciso descobrir ao nosso redor as pessoas que necessitam  de uma palavra de conforto, de apoio, de uma atenção, de um carinho. Isso não rende dinheiro, nem fama aqui na terra, mas “a recompensa na ressurreição dos justos”. 

Em um mundo onde tudo é comercializado, onde não se faz nada  pelos outros a não ser para receber uma contrapartida, as palavras do Evangelho de hoje nos convida a cultivar atitudes de gratuidade e a realizar gestos desinteressados e feitos por amor, são muito atuais.  Maria é a humilde serva do Senhor que se colocou à disposição de Deus e da humanidade para a realização do plano divino de salvação.

Que a seu exemplo, nós sejamos também solidários com nossos irmãos e coloquemos nossos dons a serviço da construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

21º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional

Estamos chegando ao final do mês de agosto. Neste domingo, estamos encerrando, aqui, em Aparecida, a 44ª Semana Vocacional promovida pela Rádio e Tv Aparecida e pelo Santuário. Certamente, muitas comunidades pelo Brasil afora nesta semana de oração pelas vocações e de reflexão sobre o tema geral: “Vocação e juventude” e seus diversos desdobramentos: a vocação humana, a vocação cristã, a vocação sacerdotal, a vocação à vida consagrada, a vocação para os diversos serviços na comunidade.

A 44ª Semana Vocacional deste ano quis dar prioridade a Juventude devido à Jornada Mundial da Juventude, realizada no mês de julho passado, no Rio de Janeiro.

É fundamental na nossa vida fazer um discernimento vocacional e  a partir de um discernimento feito com toda seriedade diante de Deus e da própria consciência, coadjuvado por alguém experiente e tendo em vista os dons que Deus nos deu, tomar a decisão mais acertada para realizar com alegria, na Igreja e na sociedade, a missão para a qual Deus nos chamou. Da boa escolha da vocação, depende a nossa realização e o bem que podemos fazer aos outros.

No evangelho, escutamos a pergunta que alguém dirigiu a Jesus: “Senhor, é verdade que são poucos os que se  salvam?” Alguns pensavam que somente o povo de Israel é que participaria  da vida eterna; para outros, somente os que observavam a lei  é que se salvariam. Jesus rompe esse esquema que reduzia a salvação a um número de pessoa que pertencia um determinado grupo religioso e mostra que o importante é “ser fiel na busca do reino e fazer a vontade de Deus.”

A imagem da “porta estreita” de que nos fala Jesus, alude, certamente, às muralhas que cercavam as cidades antigas para protegê-las contra os ataques dos inimigos. Para entrar na cidade havia uma porta larga por onde passavam as pessoas, os animais, carros de guerra. No tempo de guerra, essa porta era fechada e só ficava uma porta aberta, bem estreita e por onde podia passar somente uma pessoa.

À pergunta dos discípulos, Jesus não responde se serão poucos ou muitos os que se salvarão, mas convida a todos a corresponder ao amor de Deus. “Fazei todo o esforço possível para entrar pela porta estreita”.

Com essa parábola, Jesus quer nos dizer que  Deus quer a salvação de todos os homens, mas é necessário esforçar-se para fazer o bem, praticar os mandamentos e conformar nossa vida com o Caminho que é o próprio Jesus Cristo, Caminho, Verdade  e Vida e procurar viver uma vida coerente com a nossa fé, com a vocação que abraçamos.

Deus não nos obriga a nada. Ele nos oferece a salvação, mas não a impõe a ninguém. “Deus nos criou sem nós, mas não nos salvará sem nós”, disse Santo Agostinho. A parábola de Jesus é uma advertência não só para os judeus da época de Jesus, mas também, para nós hoje que vivemos numa sociedade marcada pela superficialidade, pela falta de coerência e de fidelidade aos compromissos assumidos com o estado de vida que escolhemos e com a profissão eu exercemos. 

Que Maria, a Virgem fiel nos ajude a permanecer firmes na fé que abraçamos no batismo e a testemunhá-la com alegria e coragem até o fim de nossa vida.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Triunfo de Maria, é nosso triunfo - Santuário Nacional

Em 1950, o Papa Pio XII atendendo ao pedido  de numerosos católicos, vindos de várias partes do mundo, proclamou através da Constituição Apostólica “Munificentissimus Deus” que “a Imaculada Mãe de Deus, Maria sempre Virgem, depois de terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória celeste”.

A Assunção de Maria não se encontra diretamente testemunhada na Sagrada Escritura, mas o fato do Magistério da Igreja ter definido a elevação de Maria aos céus em corpo e alma  como verdade de fé, deriva da tradição e da reflexão da Igreja sobre o papel de Maria na história da salvação. Desde o século IV existe textos litúrgicos e de Padres da Igreja que falam da Assunção de Maria e esta festa já se celebra desde o século VI. 

Maria que carregou no seu seio  o Cristo que é Vida; que ocupou um lugar todo especial no plano da salvação; que foi preservada do pecado original, não poderia ser entregue à corrupção.  

Na sua Exortação Apostólica sobre “O Culto á Virgem Maria”, o Papa Paulo VI, falando da Assunção  de Nossa Senhora, assim se expressa: “é esta a festa do seu destino de plenitude e de bem-aventurança, da glorificação da sua alma imaculada e do seu corpo virginal, da sua perfeita configuração com Cristo Ressuscitado. É uma festa, pois,  que propõe à Igreja e à humanidade a imagem e o consolador penhor do realizar-se da sua esperança final: que é essa mesma glorificação plena, destino de todos aqueles que Cristo fez irmãos, ao ter como eles em comum o sangue e a carne”. 
A solenidade da Assunção tem um prolongamento festivo na celebração da Realeza da bem-aventurada Virgem Maria, que ocorre oito dias mais tarde (22 de agosto), e na qual se contempla aquela que, “sentada ao lado do Rei dos séculos, resplandece como Rainha e intercede como Mãe”.

Cristo é o primeiro que vence plenamente a morte e o pecado com a sua ressurreição. A morte foi tragada  pela vitória da ressurreição de Cristo. Maria, mãe e perfeita discípula de Jesus, participa antecipadamente da vitória de seu Filho, tendo sido elevada à glória definitiva em corpo e alma.

Todos  somos chamados a ressurreição do corpo, e Assunção de Nossa Senhora nos recorda a todos a nossa meta final, que é o encontro definitivo com Deus. Incorporados a Cristo pela fé e pelo batismo, temos a esperança de poder participar do triunfo e da vitória de Cristo sobre a morte. 

Numa sociedade marcada por tantos sinais de morte, como a violência, as guerras, a exclusão social, a corrupção, e por uma mentalidade materialista que não enxerga nada além do horizonte deste mundo, podemos ser  levados ao desânimo, ao pessimismo, à desilusão.

Ao celebrar a festa da Assunção, somos convidados, ao contrário, a fortalecer nossa esperança, a  construir um mundo novo, sinal do Reino definitivo,  pois o Cristo Ressuscitado e sua Mãe, a Virgem Maria, assunta aos céus, são uma garantia de que o nosso destino não é a morte e sim a vida.  Este é o nosso futuro se percorrermos com Maria o caminho de discípulos e missionários  de Jesus. 

Ao celebrar a Assunção de Maria nós exultamos e agradecemos com Ela, porque a vida nos foi garantida para sempre com o  Cristo. Nós que ainda somos peregrinos, confiemo-nos à proteção de Maria: que Ela nos ajude a escutar a palavra de seu Filho e a colocá-la em prática e que sustente nossa esperança de nos encontrarmos um dia junto Dela no céu.  

Felicito a Editora  Santuário pelo lançamento do livro-álbum “Aparecida” que retrata através da fotografia de Fábio e Edna Colombini e dos  textos da conhecida e admirada escritora e poetisa Adélia Prado, a beleza dos painéis e vitrais do interior do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, obra do renomado artista sacro  Cláudio Pastro. O livro traz, também,   belíssimas imagens da expressão da espiritualidade popular. Parabéns aos idealizadores e realizadores desta maravilhosa obra. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

19º Domingo do Tempo Comum - Dia dos Pais

A liturgia deste 19º. domingo do tempo comum, convida-nos a abandonarmo-nos nas mãos de Deus nosso Pai e a esperar confiantes e atentos a vinda do Senhor Jesus.

O livro da Sabedoria oferece-nos uma meditação sobre a saída do povo de Israel do Egito. O povo que esperava a libertação estava  vigilante naquela noite em que o Senhor Deus passou.  Naquela noite da  libertação, o povo judeu celebrou a primeira  Páscoa, comendo o cordeiro pascal, cantando salmos de louvores ao Deus libertador, expressando, assim, o agradecimento a Deus e o compromisso de obedecer a Lei de Deus que representava o dom da liberdade para Israel e a luz e a vida para todos os povos.

A Carta aos Hebreus que será ainda lida nos próximos quatro domingos, nos fala, hoje, da fé e nos dá uma definição da mesma: a  fé é  pregustar o que seremos, é possuir já agora o que ainda se espera, é a certeza acerca de realidades que não se vêem.

O autor da Carta apresenta-nos dois modelos de fé obediente e confiante: a fé dos pais da promessa, Abraão e Sara, que já gozam da Jerusalém celeste, a cidade que esperavam. Abraão obedeceu a ordem de Deus e “partiu sem saber para onde ia”, e Sara, sua esposa, mulher estéril, “que se tornou capaz de ter filhos, porque acreditou no autor da promessa”.

A  exemplo dos antepassados que caminharam na fé, somos chamados também, hoje, a peregrinar, procurando construir um mundo mais humano,  justo, solidário que seja sinal, desde agora, da pátria verdadeira que esperamos.

A fé é dom de Deus e tarefa nossa. Ela nos é dada na família cristã, na comunidade através do testemunho de pessoas cristãs que vivem,  no seu ambiente social, a fé que professam.

É necessário, porém, cultivar a nossa fé com a meditação da Palavra de Deus, a oração pessoal e comunitária, a participação na missa dominical,  nos sacramentos e a vivência da fé, pois, a fé “cresce ou morre”.

A fé é como um transplante que nos dá olhos novos, os olhos de Jesus Cristo que nos faz ver com um sentido novo tudo que acontece na nossa vida: a alegria e a dor, a morte e a vida, o dinheiro, os fracassos, o trabalho, o sucesso e a humilhação.

No evangelho de hoje, escutado com os olhos da fé, podemos destacar quatro atitudes que devemos cultivar, como discípulos de Cristo: a confiança em Deus que nos ajuda  a caminhar na vida apesar das dificuldades. “Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o reino”.

O desprendimento das coisas materiais, para viver a generosidade com os outros. “Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe, onde o ladrão não chega, nem a traça corrói”.

A vigilância ante a segunda vida de Jesus Cristo: “Ficai preparados! Porque o Filho do homem vai chegar na hora em que menos pensardes.” 

Ao felicitar os pais pelo seu dia, recordo-lhes o que diz o Documento final da V Conferência de Aparecida: “o pai tem o dever de ser verdadeiramente pai que exerce sua indispensável responsabilidade e colaboração na educação de seus filhos.”  Sua atuação é insubstituível para o desenvolvimento da inteligência, do julgamento, da afetividade, da convivência e da vida religiosa dos filhos. 

Que a Eucaristia que hoje celebramos nos fortaleça e a Virgem Maria, modelo de fé, nos acompanhe em nossa caminhada rumo a bem-aventurança eterna.