sexta-feira, 25 de junho de 2010
Homilia 13º Domingo do Tempo Comum - 27.06
As leituras de hoje nos falam da vocação de Eliseu e das exigências do seguimento de Cristo para o cristão. Eliseu é chamado por Deus para ser seu porta-voz, para continuar a luta do profeta Elias contra a idolatria, o culto a Baal, deus da fertilidade, venerado em diferentes lugares no tempo do profeta Elias. Ao chamado de Deus, Eliseu responde de maneira incondicional e prontamente. Rompe com seu passado; abandona sua propriedade rural; queima a madeira do arado e da canga e com o fogo assa os bois e dá-os de comer a sua gente. Parte e assume a missão de Elias e seu estilo de vida.
A vocação de Eliseu e sua resposta ao chamado de Deus é modelo de toda vocação. Eliseu é exemplo de ousadia, de liberdade interior, de abandono de seguranças humanas para confiar totalmente em Deus.
É para a liberdade que Cristo nos libertou, afirma São Paulo na carta aos Gálatas. Liberdade que não consiste em deixar-se escravizar por nossas paixões, nossos instintos, nossos caprichos, nossos egoísmos, mas liberdade guiada pelo Espírito Santo para amar e servir aos outros.
Esta é a aspiração mais profunda do coração humano: o amor e o verdadeiro amor nos liberta de toda forma de escravidão.
O evangelho de hoje começa afirmando que Jesus tomou a firme decisão de partir para Jerusalém, onde ele vai ser crucificado e dar a vida para a nossa salvação.
No caminho, Jesus aproveita para instruir seus discípulos. Aos dois discípulos João e Tiago que queriam vingar-se dos samaritanos, porque não acolheram bem a Jesus, Ele os repreende, ensinando-lhes que não se deve pagar o mal com o mal; ao contrário, o mal se vence com o bem. Em seguida, o evangelho nos apresenta três cenas que ilustram as exigências do seguimento de Jesus.
Todo cristão é chamado a seguir Jesus, a crer nele, amá-lo, imitá-lo e testemunhá-lo. É a vocação comum à santidade. Os caminhos para a realização desta vocação de todo cristão à santidade são diversos: há o caminho da vocação matrimonial, o caminho de uma vida dedicada completamente a Deus no sacerdócio ordenado e na vida consagrada. Seja qual for a vocação abraçada, Jesus nos pede um coração livre de todo egoísmo, desprendido, generoso, e cheio de amor a Deus. Se queremos seguir verdadeiramente a Jesus, devemos segui-lo no seu caminho que é um caminho de entrega, de amor total, de fidelidade até a morte.
Que a Virgem Maria, dedicada ao serviço de Deus e do próximo, nos ajude a seguir Jesus, Caminho, Verdade e Vida.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Homilia - 13 de junho - Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida
Estamos celebrando hoje o 11o. Domingo do Tempo Comum do Ano C e neste ano C, a Liturgia da Palavra nos apresenta o evangelho de Lucas, conhecido como o evangelho da misericórdia, porque somente Lucas registrou algumas parábolas que mostram o amor misericordioso de Deus para com o pecador, como no caso da mulher anônima do evangelho de hoje, conhecida na sua cidade como pecadora.
A 1a. leitura do 2o. livro de Samuel nos fala do pecado grave do rei Davi, do reconhecimento de seu pecado e do seu sincero arrependimento ao qual Deus responde com o seu amor e perdão. Esta leitura nos prepara para entender melhor o texto do evangelho.
Apesar de agraciado com tantos benefícios por parte de Deus, Davi o ofendeu gravemente. Para esconder o pecado de adultério, cometeu um pecado ainda mais grave, o homicídio de um de seus servos, Urias, para tomar-lhe a esposa. O profeta Natan denunciou corajosamente o rei Davi e fez com que ele tomasse consciência da gravidade do seu pecado e Deus lhe deu a graça do arrependimento. Davi arrependido pede perdão e Deus lhe perdoa o pecado.
Todo o Evangelho é a revelação em Jesus Cristo do amor misericordioso de Deus para com cada um de nós pecador.
No evangelho de hoje, essa verdade se apresenta de maneira muito clara. O perdão é dado em abundância àquela mulher pecadora que demonstrou muito amor. O seu débito, o seu pecado era grande e por isso reconhece que recebeu muito ao ser perdoada. O seu amor e arrependimento se manifestaram nas lágrimas com que lavou os pés de Jesus e no carinho com que os enxugou. Suas lágrimas são lágrimas de felicidade e de gratidão, seus gestos são de ação de graças antecipada. Antes de qualquer palavra de Jesus ela se sente perdoada porque crê no amor infinito de Jesus.
O pecado está presente na vida de cada um de nós, por isso, a misericórdia de Deus se estende a todos, sem distinção. Todos nós temos um pouco ou muito do rei Davi e da mulher pecadora. “Deus nos criou sem nós, mas não quis nos salvar sem a nossa colaboração”, diz Sto. Agostinho. Davi e a mulher pecadora reconheceram seu pecado, sua fraqueza, a necessidade de ajuda e de perdão por parte de Deus. Por isso, foram capazes de amar e sentir a alegria do perdão. Para alcançar, portanto, o perdão de Deus, a salvação, é necessário pedir a Deus a graça de reconhecer o próprio pecado, e o firme propósito de emendar-se, de amar a Deus. Sem amor não há perdão dos pecados. Ninguém pode salvar-se a si mesmo.
Deus é amor e não fica indiferente a quem o ama. E a prova de seu amor é que “entregou o seu Filho único para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,16-17).
O sacramento do Perdão de Deus, da Reconciliação, da Penitência é um dom do Senhor para todos nós membros de sua Igreja, no qual encontramos o perdão dos pecados. Procurar o perdão de nossos pecados nesse sacramento é manifestar nossa confiança na misericórdia de Deus e a necessidade que temos do seu perdão para nossos pecados.
No sacramento da Penitência é Jesus, que na pessoa do padre, perdoa nossos pecados. Só Jesus porque é Deus, tem o poder de perdoar pecados. No sacramento da penitência, o homem se reconhece pecador, abre seu coração ao perdão e oferece a Deus a ocasião de manifestar sua misericórdia ao ouvir dos sacerdotes: “Teus pecados estão perdoados. Vai em paz!”.
Que a Eucaristia aumente em nós a fé em um Deus que nos ama tanto a ponto de morrer por nós.
A 1a. leitura do 2o. livro de Samuel nos fala do pecado grave do rei Davi, do reconhecimento de seu pecado e do seu sincero arrependimento ao qual Deus responde com o seu amor e perdão. Esta leitura nos prepara para entender melhor o texto do evangelho.
Apesar de agraciado com tantos benefícios por parte de Deus, Davi o ofendeu gravemente. Para esconder o pecado de adultério, cometeu um pecado ainda mais grave, o homicídio de um de seus servos, Urias, para tomar-lhe a esposa. O profeta Natan denunciou corajosamente o rei Davi e fez com que ele tomasse consciência da gravidade do seu pecado e Deus lhe deu a graça do arrependimento. Davi arrependido pede perdão e Deus lhe perdoa o pecado.
Todo o Evangelho é a revelação em Jesus Cristo do amor misericordioso de Deus para com cada um de nós pecador.
No evangelho de hoje, essa verdade se apresenta de maneira muito clara. O perdão é dado em abundância àquela mulher pecadora que demonstrou muito amor. O seu débito, o seu pecado era grande e por isso reconhece que recebeu muito ao ser perdoada. O seu amor e arrependimento se manifestaram nas lágrimas com que lavou os pés de Jesus e no carinho com que os enxugou. Suas lágrimas são lágrimas de felicidade e de gratidão, seus gestos são de ação de graças antecipada. Antes de qualquer palavra de Jesus ela se sente perdoada porque crê no amor infinito de Jesus.
O pecado está presente na vida de cada um de nós, por isso, a misericórdia de Deus se estende a todos, sem distinção. Todos nós temos um pouco ou muito do rei Davi e da mulher pecadora. “Deus nos criou sem nós, mas não quis nos salvar sem a nossa colaboração”, diz Sto. Agostinho. Davi e a mulher pecadora reconheceram seu pecado, sua fraqueza, a necessidade de ajuda e de perdão por parte de Deus. Por isso, foram capazes de amar e sentir a alegria do perdão. Para alcançar, portanto, o perdão de Deus, a salvação, é necessário pedir a Deus a graça de reconhecer o próprio pecado, e o firme propósito de emendar-se, de amar a Deus. Sem amor não há perdão dos pecados. Ninguém pode salvar-se a si mesmo.
Deus é amor e não fica indiferente a quem o ama. E a prova de seu amor é que “entregou o seu Filho único para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,16-17).
O sacramento do Perdão de Deus, da Reconciliação, da Penitência é um dom do Senhor para todos nós membros de sua Igreja, no qual encontramos o perdão dos pecados. Procurar o perdão de nossos pecados nesse sacramento é manifestar nossa confiança na misericórdia de Deus e a necessidade que temos do seu perdão para nossos pecados.
No sacramento da Penitência é Jesus, que na pessoa do padre, perdoa nossos pecados. Só Jesus porque é Deus, tem o poder de perdoar pecados. No sacramento da penitência, o homem se reconhece pecador, abre seu coração ao perdão e oferece a Deus a ocasião de manifestar sua misericórdia ao ouvir dos sacerdotes: “Teus pecados estão perdoados. Vai em paz!”.
Que a Eucaristia aumente em nós a fé em um Deus que nos ama tanto a ponto de morrer por nós.
Encerramento Ano Sacerdotal - 11 de junho - Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida
Como no ano passado, na abertura do Ano Sacerdotal no dia 19 de junho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, igualmente neste ano, a Província Eclesiástica de Aparecida se une ao Santo Padre Bento XVI e à toda a Igreja católica na mesma solenidade do Coração de Jesus, para celebrar o encerramento do Ano Sacerdotal e agradecer e louvar a Deus pelos numerosos frutos que o Ano Sacerdotal produziu na vida dos presbíteros, e por conseqüência, na vida e na missão da Igreja.
O lema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote” deve continuar iluminando e inspirando a vida e o ministério de cada sacerdote. Jesus Cristo é o modelo de entrega total e de fidelidade à missão que o Pai lhe encomendou; entrega e fidelidade até a doação de sua vida na cruz por todos nós. A exemplo de Cristo, nós sacerdotes, devemos aprender a assumir com entrega plena e fidelidade até o fim o dom de nossa vocação a serviço de todos, principalmente, dos mais necessitados. Da mesma maneira, os objetivos propostos pelo Papa Bento XVI para o Ano Sacerdotal não devem valer apenas para este período de tempo, pois o aprofundamento da identidade e da missão do presbítero na Igreja e na sociedade contemporânea, a oração pelos sacerdotes e um maior empenho pela promoção das vocações ao ministério ordenado, devem constituir compromisso permanente de todos nós.
A festa de hoje, assim como as leituras da missa, nos falam da bondade inesgotável de Deus, de um Deus que quis escolher o símbolo do coração para expressar o seu amor para conosco. Amor que não é sentimentalismo, mas sacrifício que não se deteve nem mesmo diante da cruz. O coração de Jesus símbolo do amor humano e do amor divino é o modelo do amor que deve abrasar o coração do padre, pois como afirmava o Santo Cura d’Ars “o sacerdote é o amor do Coração de Jesus.”
O profeta Ezequiel anuncia o retorno de Israel do exílio e Deus se revela como pastor, que conduzirá o seu povo e o reunirá novamente na sua terra. “Vou retirar minhas ovelhas do meio dos povos e recolhê-las do meio dos países para reconduzi-los a sua terra”.
No evangelho de Lucas, Jesus retoma a imagem tradicional e simbólica do pastor na parábola da ovelha perdida e encontrada pelo pastor, para falar do amor e da ternura do seu Pai e nosso Pai manifestados em nosso Senhor Jesus Cristo.
“Quem de vós tem cem ovelhas e se perde uma não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu até encontrá-la?”
Para o pastor cada ovelha é única e por isso é preciosa e ele cuida de cada uma atentamente, sobretudo, das mais fracas, doentes e, quando nota que alguma ovelha se extraviou do rebanho, ele a busca e não descansa até encontrá-la.
A solicitude de Deus para conosco supera tudo o que os profetas anunciaram. Jesus é o pastor por excelência. Ele não só cuida de suas ovelhas, as reúne e as apascenta, mas as conhece individualmente, está a serviço delas e dá a vida por elas e as faz participantes da vida divina, vida plena e perpétua. “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem”.
Jesus Cristo, o grande e supremo pastor do rebanho (Hb 13,20) nos chamou a nós sacerdotes e nos enviou para continuar a obra da redenção e é nEle que nós, presbíteros, devemos nos espelhar.
Como recomenda São Pedro aos responsáveis da comunidade: “Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, cuidando dele não forçadamente, mas de boa vontade, como Deus quer; não por torpe ganância, mas generosamente; não como senhores daqueles que vos foram confiados, mas como modelos do rebanho. Assim quando se revelar o pastor supremo, recebereis a coroa de glória a que não murcha” (I Pd 5,2-4)
Conforme o Documento de Aparecida “o presbítero, à imagem do Bom Pastor, é chamado a ser homem de misericórdia e compaixão, próximo ao seu povo e servidor de todos, particularmente, dos que sofrem grandes necessidades” (DA 198). “O Povo de Deus tem necessidade de presbíteros configurados com o coração do Bom Pastor – Jesus Cristo, dóceis às orientações do Espírito; que se alimentam da Palavra de Deus, da Eucaristia e da oração, e movidos pela caridade pastoral cuidem do rebanho a eles confiados; saiam em busca dos mais distantes anunciando a Palavra de Deus, sempre em comunhão com o seu Bispo, os presbíteros, diáconos, consagrados e leigos; presbíteros servidores da vida, cheios de misericórdia, disponíveis para administrar o sacramento da reconciliação” (DA 199).
Como afirma o Santo Padre Bento XVI na Carta de proclamação do Ano Sacerdotal: “Todos nós sacerdotes deveríamos sentir que nos dizem pessoalmente respeito aquelas palavras que o Cura D’ Ars colocava nos lábios de Cristo: “encarregarei os meus ministros de anunciar aos pecadores que estou sempre pronto para os receber, que a minha misericórdia é infinita”.
Agradeçamos a Deus a graça da vocação sacerdotal e tudo o que ele nos permitiu realizar em nosso ministério em favor daqueles que Ele colocou ao nosso lado, em nossas vidas. Confiados na graça de Deus, no amor transbordante do Coração de Jesus e no amor materno da Virgem Maria, olhemos para o futuro com esperança e, a exemplo de São João Maria Vianney, nosso patrono, entreguemo-nos com amor, alegria e fé ao nosso ministério a serviço da santificação do povo de Deus.
O lema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote” deve continuar iluminando e inspirando a vida e o ministério de cada sacerdote. Jesus Cristo é o modelo de entrega total e de fidelidade à missão que o Pai lhe encomendou; entrega e fidelidade até a doação de sua vida na cruz por todos nós. A exemplo de Cristo, nós sacerdotes, devemos aprender a assumir com entrega plena e fidelidade até o fim o dom de nossa vocação a serviço de todos, principalmente, dos mais necessitados. Da mesma maneira, os objetivos propostos pelo Papa Bento XVI para o Ano Sacerdotal não devem valer apenas para este período de tempo, pois o aprofundamento da identidade e da missão do presbítero na Igreja e na sociedade contemporânea, a oração pelos sacerdotes e um maior empenho pela promoção das vocações ao ministério ordenado, devem constituir compromisso permanente de todos nós.
A festa de hoje, assim como as leituras da missa, nos falam da bondade inesgotável de Deus, de um Deus que quis escolher o símbolo do coração para expressar o seu amor para conosco. Amor que não é sentimentalismo, mas sacrifício que não se deteve nem mesmo diante da cruz. O coração de Jesus símbolo do amor humano e do amor divino é o modelo do amor que deve abrasar o coração do padre, pois como afirmava o Santo Cura d’Ars “o sacerdote é o amor do Coração de Jesus.”
O profeta Ezequiel anuncia o retorno de Israel do exílio e Deus se revela como pastor, que conduzirá o seu povo e o reunirá novamente na sua terra. “Vou retirar minhas ovelhas do meio dos povos e recolhê-las do meio dos países para reconduzi-los a sua terra”.
No evangelho de Lucas, Jesus retoma a imagem tradicional e simbólica do pastor na parábola da ovelha perdida e encontrada pelo pastor, para falar do amor e da ternura do seu Pai e nosso Pai manifestados em nosso Senhor Jesus Cristo.
“Quem de vós tem cem ovelhas e se perde uma não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu até encontrá-la?”
Para o pastor cada ovelha é única e por isso é preciosa e ele cuida de cada uma atentamente, sobretudo, das mais fracas, doentes e, quando nota que alguma ovelha se extraviou do rebanho, ele a busca e não descansa até encontrá-la.
A solicitude de Deus para conosco supera tudo o que os profetas anunciaram. Jesus é o pastor por excelência. Ele não só cuida de suas ovelhas, as reúne e as apascenta, mas as conhece individualmente, está a serviço delas e dá a vida por elas e as faz participantes da vida divina, vida plena e perpétua. “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem”.
Jesus Cristo, o grande e supremo pastor do rebanho (Hb 13,20) nos chamou a nós sacerdotes e nos enviou para continuar a obra da redenção e é nEle que nós, presbíteros, devemos nos espelhar.
Como recomenda São Pedro aos responsáveis da comunidade: “Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, cuidando dele não forçadamente, mas de boa vontade, como Deus quer; não por torpe ganância, mas generosamente; não como senhores daqueles que vos foram confiados, mas como modelos do rebanho. Assim quando se revelar o pastor supremo, recebereis a coroa de glória a que não murcha” (I Pd 5,2-4)
Conforme o Documento de Aparecida “o presbítero, à imagem do Bom Pastor, é chamado a ser homem de misericórdia e compaixão, próximo ao seu povo e servidor de todos, particularmente, dos que sofrem grandes necessidades” (DA 198). “O Povo de Deus tem necessidade de presbíteros configurados com o coração do Bom Pastor – Jesus Cristo, dóceis às orientações do Espírito; que se alimentam da Palavra de Deus, da Eucaristia e da oração, e movidos pela caridade pastoral cuidem do rebanho a eles confiados; saiam em busca dos mais distantes anunciando a Palavra de Deus, sempre em comunhão com o seu Bispo, os presbíteros, diáconos, consagrados e leigos; presbíteros servidores da vida, cheios de misericórdia, disponíveis para administrar o sacramento da reconciliação” (DA 199).
Como afirma o Santo Padre Bento XVI na Carta de proclamação do Ano Sacerdotal: “Todos nós sacerdotes deveríamos sentir que nos dizem pessoalmente respeito aquelas palavras que o Cura D’ Ars colocava nos lábios de Cristo: “encarregarei os meus ministros de anunciar aos pecadores que estou sempre pronto para os receber, que a minha misericórdia é infinita”.
Agradeçamos a Deus a graça da vocação sacerdotal e tudo o que ele nos permitiu realizar em nosso ministério em favor daqueles que Ele colocou ao nosso lado, em nossas vidas. Confiados na graça de Deus, no amor transbordante do Coração de Jesus e no amor materno da Virgem Maria, olhemos para o futuro com esperança e, a exemplo de São João Maria Vianney, nosso patrono, entreguemo-nos com amor, alegria e fé ao nosso ministério a serviço da santificação do povo de Deus.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Homilia Corpus Christi - 03 de junho
Celebramos hoje a festa do Corpo e do Sangue de Cristo e com esta celebração queremos louvar, agradecer e adorar Jesus pelo seu grande amor para conosco manifestado na eucaristia, memorial da sua morte e ressurreição, sinal de sua presença salvífica entre nós e alimento para a nossa vida cristã. Esta festa surgiu no final do século XIII na Bélgica, a partir de um movimento eucarístico nascido na Abadia de Cornillon, em Liége. Em 1264, o Papa Urbano IV, estendeu essa festa a toda a Igreja.
“É o que de mais precioso pode ter a Igreja no seu caminho ao longo da história” (João Paulo II, E de E no.9).
Jesus antes de sua ascensão aos céus havia dito aos seus discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20).
Jesus está presente realmente entre nós de muitas maneiras. Na comunidade reunida em seu nome: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome ali estou eu no meio deles” (Mt 18,20). Está presente também na pessoa de nosso irmão mais necessitado, o pobre, com o qual se identifica: “cada vez que fizestes isso a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”, disse Jesus referindo-se ao amor, valor moral supremo que servirá de critério para o último julgamento. Ele está presente também na Sagrada Escritura, palavra de Deus, quando lida e meditada à luz da Tradição, dos Padres da Igreja e do Magistério.
Há, porém, uma presença por excelência de Cristo na eucaristia, porque depois da consagração, sob os sinais sacramentais do pão e do vinho, encontra-se presente Cristo total na sua “realidade física”, inclusive corporalmente.
A eucaristia é o mesmo e único sacrifício de Cristo que se atualiza incesantemente no tempo. Ela é também verdadeiro banquete onde Cristo se oferece como alimento para a nossa vida cristã e garantia de vida eterna, “remédio de imortalidade, antídoto para não morrer”, como definia o Pão eucarístico Santo Inácio de Antioquia. Devemos, pois, estar conscientes do dom que Deus nos oferece na eucaristia e ao aproximarmo-nos do Senhor, ele deve encontrar o nosso coração limpo do egoísmo e do pecado.
Se o pão e o vinho consagrados são realmente o corpo e o sangue de Jesus, é lógico que devemos adorá-lo na hóstia consagrada que se conserva nos sacrários, nas nossas igrejas.
Santo Afonso de Ligório dizia “que a devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós”
O evangelho de Lucas que escutamos há pouco, situa o milagre da multiplicação dos pães num contexto litúrgico.
Jesus fala primeiro do Reino de Deus às multidões: é a celebração da palavra. Depois, Jesus toma os pães e os peixes, eleva os olhos ao céu, abençoa-os, parte-os e dá aos discípulos para distribuí-los à multidão. É o anúncio do alimento eucarístico, do alimento de vida eterna, que é o corpo e o sangue de Jesus.
A Eucaristia nos une a nossos irmãos e irmãs. Sentar-se à mesma mesa, escutar a mesma palavra e comer o mesmo pão são sinais de fraternidade e de amizade entre os participantes. Participar da eucaristia é comprometer-se a ser solidário com nossos irmãos, especialmente os mais necessitados. A multiplicação dos pães e dos peixes mostra-nos Jesus solidário com aquela multidão, que naquela hora da noite, já não tinha lugar onde encontrar comida.
Unamo-nos às comunidades que, no dia de hoje, em todo o mundo, nas ruas e praças das cidades, louvam, agradecem e adoram Jesus na eucaristia e peçamos a Deus que aumente a nossa fé na presença real de Jesus nos sinais do pão e do vinho consagrados, com todo o seu ser humano e divino, a exemplo de Maria que acreditou que Aquele que ela concebeu por obra do Espírito Santo era o Filho de Deus. Ao acompanharmos Jesus em procissão em volta do Santuário de N. Sra. Aparecida, peçamos a Ele que faça florescer em nossa Arquidiocese numerosas e santas vocações sacerdotais para que não nos faltem sacerdotes santos e numerosos para renovar o sacrifício da redenção e nos alimentar com o pão da Palavra e da Eucaristia.
Que todos nós cristãos, discípulos e missionários de Jesus Cristo, fortalecidos com a Palavra de Deus e o Corpo de Cristo, o testemunhemos a todos com coragem e alegria para que Nele todos tenham vida.
“É o que de mais precioso pode ter a Igreja no seu caminho ao longo da história” (João Paulo II, E de E no.9).
Jesus antes de sua ascensão aos céus havia dito aos seus discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20).
Jesus está presente realmente entre nós de muitas maneiras. Na comunidade reunida em seu nome: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome ali estou eu no meio deles” (Mt 18,20). Está presente também na pessoa de nosso irmão mais necessitado, o pobre, com o qual se identifica: “cada vez que fizestes isso a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”, disse Jesus referindo-se ao amor, valor moral supremo que servirá de critério para o último julgamento. Ele está presente também na Sagrada Escritura, palavra de Deus, quando lida e meditada à luz da Tradição, dos Padres da Igreja e do Magistério.
Há, porém, uma presença por excelência de Cristo na eucaristia, porque depois da consagração, sob os sinais sacramentais do pão e do vinho, encontra-se presente Cristo total na sua “realidade física”, inclusive corporalmente.
A eucaristia é o mesmo e único sacrifício de Cristo que se atualiza incesantemente no tempo. Ela é também verdadeiro banquete onde Cristo se oferece como alimento para a nossa vida cristã e garantia de vida eterna, “remédio de imortalidade, antídoto para não morrer”, como definia o Pão eucarístico Santo Inácio de Antioquia. Devemos, pois, estar conscientes do dom que Deus nos oferece na eucaristia e ao aproximarmo-nos do Senhor, ele deve encontrar o nosso coração limpo do egoísmo e do pecado.
Se o pão e o vinho consagrados são realmente o corpo e o sangue de Jesus, é lógico que devemos adorá-lo na hóstia consagrada que se conserva nos sacrários, nas nossas igrejas.
Santo Afonso de Ligório dizia “que a devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós”
O evangelho de Lucas que escutamos há pouco, situa o milagre da multiplicação dos pães num contexto litúrgico.
Jesus fala primeiro do Reino de Deus às multidões: é a celebração da palavra. Depois, Jesus toma os pães e os peixes, eleva os olhos ao céu, abençoa-os, parte-os e dá aos discípulos para distribuí-los à multidão. É o anúncio do alimento eucarístico, do alimento de vida eterna, que é o corpo e o sangue de Jesus.
A Eucaristia nos une a nossos irmãos e irmãs. Sentar-se à mesma mesa, escutar a mesma palavra e comer o mesmo pão são sinais de fraternidade e de amizade entre os participantes. Participar da eucaristia é comprometer-se a ser solidário com nossos irmãos, especialmente os mais necessitados. A multiplicação dos pães e dos peixes mostra-nos Jesus solidário com aquela multidão, que naquela hora da noite, já não tinha lugar onde encontrar comida.
Unamo-nos às comunidades que, no dia de hoje, em todo o mundo, nas ruas e praças das cidades, louvam, agradecem e adoram Jesus na eucaristia e peçamos a Deus que aumente a nossa fé na presença real de Jesus nos sinais do pão e do vinho consagrados, com todo o seu ser humano e divino, a exemplo de Maria que acreditou que Aquele que ela concebeu por obra do Espírito Santo era o Filho de Deus. Ao acompanharmos Jesus em procissão em volta do Santuário de N. Sra. Aparecida, peçamos a Ele que faça florescer em nossa Arquidiocese numerosas e santas vocações sacerdotais para que não nos faltem sacerdotes santos e numerosos para renovar o sacrifício da redenção e nos alimentar com o pão da Palavra e da Eucaristia.
Que todos nós cristãos, discípulos e missionários de Jesus Cristo, fortalecidos com a Palavra de Deus e o Corpo de Cristo, o testemunhemos a todos com coragem e alegria para que Nele todos tenham vida.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Ano Sacerdotal
No dia 19 de junho de 2009 o Santo Padre Bento XVI iniciou na basílica de São Pedro, em Roma, o Ano Sacerdotal, com o lema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do Sacerdote”, para celebrar os 150 anos da morte de São João Maria Vianney, o Cura d`Ars, declarado pelo mesmo Sumo Pontífice, patrono universal de todos os sacerdotes, por causa do seu exemplo no ministério sacerdotal.
No dia 11 de junho deste ano, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Papa Bento XVI, encerrará o Ano Sacerdotal em Roma, com uma Jornada Sacerdotal que contará com um grande número de sacerdotes de todo o mundo.
A solenidade do Sagrado Coração de Jesus é também o “Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes”. O coração, segundo São Francisco de Sales, é sede e origem do amor, quer dizer, no coração do homem e da mulher reside sua capacidade, seu poder de amar. O coração de Jesus aberto na cruz, com uma lança é a manifestação suprema do amor de Cristo. Jesus durante a sua vida pública, manifestou um coração cheio de sentimentos, mas sobretudo, um coração que ama apaixonadamente. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (Jo 13,1).
Pela ordenação o padre foi configurado ao Cristo Pastor e Cabeça da Igreja e na Pessoa do Cristo ressuscitado ele age no seu ministério. Por isso, o presbítero, a exemplo do Bom Pastor, deve assumir o estilo de vida do próprio Jesus: “deve ser um homem de misericórdia e compaixão, próximo ao povo e servidor de todos, com o coração pleno e indivisível, solidário com aqueles que sofrem e com os pobres de todas as formas de pobreza” (Mons. Mauro Piacenza). O Santo Cura d’Ars afirmava que “um bom pastor, um pastor segundo o Coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia, e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina”. Agradeçamos e louvemos a Deus pelos sacerdotes que vivem com toda fidelidade e alegria o dom de sua vocação e realizam com gozo a sua missão. Peçamos ao Sagrado Coração de Jesus que faça dos sacerdotes, pastores segundo o seu coração e pelo aumento das vocações sacerdotais.
Assinar:
Postagens (Atom)