As leituras bíblicas deste Domingo nos falam da fragilidade da condição humana e da perigosa situação daqueles que não têm outro horizonte na vida além deste mundo e colocam toda sua confiança nos bens materiais.
Lucas no seu evangelho dá importância muito grande às relações entre pobres e ricos e, sobretudo, à atitude que o discípulo de Cristo deve ter no uso dos bens materiais.
A primeira vista poderia parecer-n os que o texto do Livro do Eclesiastes, conhecido também como livro de Cohelet, e a parábola do evangelho desaprovam o trabalho, o comércio, a indústria, o progresso e todo dinheiro que resulta dessas atividades humanas. Não é isso que a palavra de Deus quer nos dizer.
No evangelho, como vimos, Jesus parte de um problema concreto da vida diária, de uma pessoa anônima que lhe pede para que seu irmão reparta com ele a herança, lhe dê aquilo que lhe é devido.
Jesus aproveita a pergunta para através de uma parábola de um relato da vida real, aprofundar e refletir sobre nossas relações com os bens materiais, com a riqueza.
O rico da parábola que acumulou muitos bens e decidiu gozar a vida egoisticamente, pensando que a fortuna lhe garantiria uma existência feliz indefinidamente é um insensato, um imprudente, pois a vida é dom de Deus, é um empréstimo que Deus nos dá por um prazo determinado para que a usemos para fazer o bem, servir a Deus e ajudar aos mais necessitados.
O mundo atual marcado por um grande desenvolvimento técnico-científico, por um extraordinário progresso material e por um consumo exagerado de bens materiais, pode facilmente seduzir de tal modo o nosso coração que podemos converter esses bens materiais necessários para a nossa dignidade, em verdadeiros ídolos, afastando-nos da verdadeira riqueza que é Deus, origem e meta de nossa vida e da solidariedade com nossos irmãos mais necessitados.
Jesus não condena a riqueza nem pede que seus seguidores vivam na miséria. O que ele nos diz é que os bens materiais são meios para viver com dignidade e nunca fim em si mesmos.
O ensino social da Igreja nos lembra que a atividade econômica e o uso dos bens materiais exigem a prática das virtudes da temperança, da justiça, da solidariedade a fim de respeitar a dignidade humana. A virtude da temperança modera a avareza e a cobiça; a justiça preserva os direitos do próximo e garante o que lhe é devido e a solidariedade nos leva a partilhar nossos bens com os mais necessitados.
Se somos todos filhos de Deus, Ele quer que nos amemos como irmãos e que trabalhemos para construir uma sociedade mais justa e solidária, conscientes de que há valores maiores, mais elevados do que os bens terrenos, valores como a solidariedade, a generosidade, a partilha, a paz, a sobriedade, o cultivo da oração, esses que nos abrem as portas do céu e pelos quais vale a pena lutar na vida.
Nesta primeira semana do mês de agosto, a Igreja no Brasil nos convida a refletir sobre a importância da vocação para o sacerdócio ordenado. Sem o padre não há Eucaristia, não há missão, não há Igreja. A vocação sacerdotal é um dom, uma graça de Deus. Não é uma vocação que alguém se atribui a si mesmo e busca alcançar com as próprias forças. A vocação sacerdotal não é um direito. É dom de Deus que exige daquele que a abraça, doação e entrega total ao serviço do Reino de Deus.
Dia 06 próximo, a Arquidiocese de Aparecida reinaugurará parte do edifício do Seminário Bom Jesus, destinado a residência e formação dos seminaristas maiores da Arquidiocese de Aparecida. Rezemos a Deus para que surjam numerosas e santas vocações para o sacerdócio ordenado a serviço do povo de Deus.
sábado, 31 de julho de 2010
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