O domingo, para nós cristãos, é o dia,
por excelência da Eucaristia, dia em que nos reunimos para o encontro especial
com o Cristo ressuscitado na mesa da palavra e na mesa do pão consagrado.
Na primeira leitura de hoje, escutamos
um trecho do primeiro livro dos Reis que nos falou do profeta Elias, esse
grande personagem que viveu no século 9o., antes de Cristo.
Abatido e desanimado diante do pouco
resultado de sua luta contra a idolatria e perseguido pela sua fidelidade a
Deus por Jesabel, esposa do rei Acaz, Elias pensa em abandonar sua missão de
profeta e foge para o deserto. A sua situação é tão desesperadora que a oração
que ele fez a Deus nos impressiona. “Agora,
basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que os meus pais”.
É uma oração de revolta. Deus, porém,
não atendeu ao pedido de Elias, pois, era necessário continuar ainda a missão
que Ele lhe havia confiado. Envia-lhe,
então, por meio de um anjo, uma comida simples: um pão assado e um jarro de
água. Comida simples, mas misteriosa
pela sua origem e pelo seu efeito. A crise do profeta se transforma num momento
de graça, convertendo aquele momento de desespero num início de uma nova vida. “Levanta-te
e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”. Com a força desse
alimento, Elias caminhou quarenta dias e quarenta noites até chegar ao monte de
Deus.
Quantas vezes na nossa vida experimentamos
a mesma tentação de Elias! Quando as coisas não andam como desejamos, quando
nosso trabalho não é reconhecido, quando nossos planos fracassam, quando a
doença bate a nossa porta, quando não vemos resultado na nossa luta contra a
injustiça, a corrupção, a violência, a nossa atitude, muitas vezes, se parece
com a de Elias, somos levados ao desânimo, e, às vezes, até mesmo ao desespero
e à descrença no poder de Deus.
No evangelho deste domingo, Jesus
afirma que Ele é o “pão que desceu do céu”, “pão da vida” . Os judeus escandalizaram-se com as
palavras de Jesus por causa de sua humanidade. Eles conheciam bem a sua origem
e para eles, Jesus não podia querer igualar-se a Deus que fez surgir o maná e
com o qual alimentou o povo de Israel no deserto. E mais ainda, no deserto, o
povo de Israel alimentou-se com o maná, mas
não estava livre da morte. E agora, Jesus tem a ousadia de dizer que quem comer de sua carne nunca
morrerá.
Todos nós necessitamos de alimento
para viver e refazer nossas forças. A medicina tem progredido muito no
diagnóstico das doenças e na sua cura e com isso, prolongado o tempo de vida
das pessoas, mas nenhum recurso material garante a nossa imortalidade.
Necessitamos de outro tipo de alimento, como o aconchego e o calor de uma
família, a amizade e o apoio dos amigos que nos encorajam na vida. Mas não
podemos dispensar o alimento da palavra de Deus que nutre nossa fé e ilumina
nossos passos. Não podemos ficar sem o Pão Vivo, que é o Cristo na Eucaristia que nos fortalece na
caminhada e nos garante a vida eterna.
“Quem comer desse pão viverá para
sempre”.
Hoje comemoramos o Dia dos Pais. Ser pai é uma
vocação. Exige entrega, sacrifício e renúncia. É doar-se, a cada dia,
pelo bem-estar da esposa e dos filhos. É ser motivo de orgulho para a família,
não pelo que ele contribui materialmente,
mas pelo seu papel na construção da família e da sociedade. O verdadeiro pai - biológico ou adotivo - é aquele que ama, cuida e educa para a liberdade com
responsabilidade; é aquele que sempre está ao lado do filho, mas que sabe ser
firme quando necessário; é aquele que mostra o caminho do bem pelo exemplo e
pela palavra; é o amigo das horas alegres e difíceis.
Parabéns a todos os
pais! A eles, o nosso carinho, reconhecimento e gratidão. Aos que já não estão
mais entre nós, nossas preces. Que São
José, modelo de esposo e de pai,
inspire todos os homens e os
ajude a cumprir esta missão tão desafiadora, e ao mesmo tempo, tão
gratificante: amar, educar e preparar os
filhos que Deus lhes confiou, para serem bons cristãos e bons cidadãos, pois o
futuro da humanidade passa pela família.
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