Estamos no tempo pascal e a
liturgia nos convida a celebrar com alegria a ressurreição de Jesus que
ressuscitado caminha conosco e nos dá força para mudar nossa vida, e lhe dar
uma orientação definitiva. A primeira leitura de hoje, dos Atos dos Apóstolos,
faz referência à conversão de São Paulo que mudou radicalmente sua vida. Ele
havia empregado sua vida em impedir que outros descobrissem e aderissem ao
evangelho.
A mudança em sua vida foi
tão grande que os discípulos desconfiavam de sua conversão. Precisou, então, de
Barnabé para introduzi-lo aos apóstolos, e avalisar a sua conversão, tal era a
desconfiança da comunidade cristã em relação a mudança radical da vida de
Paulo.
O encontro de Paulo com
Jesus ressuscitado no caminho de Damasco mudou completamente o rumo de
sua vida. De perseguidor dos discípulos de Cristo, tornou-se pregador
entusiasta e corajoso do Evangelho. A
mudança na sua vida foi tão profunda que poderá dizer: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.”
Paulo fez a experiência da
bondade deste “Deus que é maior que o
nosso coração e conhece todas as coisas”, e seu amor supera toda miséria
humana, conforme escreve São João, na segunda leitura deste domingo.
Deus conhece nossas
fraquezas e está sempre pronto a nos perdoar e a nos acolher como seus filhos.
Jesus continua vindo ao
nosso encontro como veio ao encontro de Paulo, perseguidor dos cristãos, e nos
propõe, como propôs a Paulo, e a tantos
outros, um caminho concreto a seguir e a abandonar aquilo que nos impede de
produzir frutos de boas obras em nossa vida, frutos de justiça, de amor e de
paz.
“Aquele que permanece em Mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque
sem Mim nada podeis fazer. Quem não permanece em Mim será lançado fora como um ramo
separado do tronco e secará.”
Jesus usa a imagem da vinha
para expressar a relação pessoal entre
ele e seus discípulos. Há uma relação pessoal com ele, a exemplo da relação
entre o ramo e a videira. Se o ramo se separa da videira, do tronco, ele não
produz frutos, não dá uvas. Assim também, o discípulo que não estiver unido a
Jesus, em comunhão com ele, identificado com a causa do Reino, não poderá fazer
nada, não produzirá frutos de justiça, de solidariedade, de perdão, de amor.
Jesus não só está em nosso meio, na comunidade reunida em seu nome, mas, principalmente,
na Eucaristia onde ele se faz comida, alimento para nós. “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e Eu nele.”
Peçamos a Jesus que não nos separemos Dele e que nos faça instrumentos do amor,
da bondade de Deus em nossas atividades e nas nossas relações com os outros.
A peregrinação mariana que
hoje se realiza na Canção Nova, escolheu como tema as palavras de Isabel,
quando recebeu a visita de sua prima, a Virgem de Nazaré: “Feliz aquela que acreditou.”
Num tempo marcado pelo relativismo onde se duvida de tudo, a
Virgem Maria é modelo de fé decidida. Ante a mensagem do Anjo Gabriel, de que ela
foi a escolhida para ser a mãe de Deus, Maria indaga, pergunta, pois a fé não é irracional: “Como acontecerá isso se eu não convivo com
um homem”? O Anjo lhe responde: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do
Altíssimo te fará sombra; por isso o consagrado que nascer levará o título de
Filho de Deus. Vê a tua parenta Isabel
que concebeu na sua velhice e era considerada estéril, e já está grávida de
seus meses, pois nada é impossível para Deus.” Maria responde: “aqui tens a escrava do Senhor.” Maria
deixou-se conduzir pela providência divina e caminhando e progredindo na fé por
toda a vida, seguirá seu Filho Jesus até o Calvário, tornando-se a sua primeira
e mais perfeita discípula e missionária. Pela sua fé se entrega a Deus e se consagra sem reservas
à pessoa e à obra de seu Filho Jesus; esse Filho que ela concebeu primeiro na
sua mente e no seu coração por meio da fé. Por isso, Isabel, sua prima, ao
receber Maria em sua casa, a saúda dizendo: “Feliz és tu que creste, porque se cumprirá o que o Senhor te anunciou.”
A fé de Maria se traduz em
obediência à missão que Deus lhe confiou: “cumpra-se
em mim, segundo a tua palavra”, o que equivale dizer: que a vontade de Deus
seja feita.
Imitemos Maria na sua
fé: “nos falta fé, afirma Santo
Agostinho, e acrescenta: o dia que
vivermos esta virtude confiando em Deus e em sua Mãe, seremos corajosos e leais. Deus fará milagres
por nossas mãos. Dai-me, ó Jesus, essa fé que eu desejo! Maria Santíssima, Mãe
e Senhora minha, fazei que eu creia.”
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