Celebramos,
hoje, a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida, tradicionalmente,
como festa de “Corpus Christi”, a festa do Corpo de Cristo. Nós, católicos,
queremos celebrar solene e publicamente a presença permanente de Cristo na
eucaristia, isto é, no pão e no vinho consagrados. Na Quinta-Feira Santa,
rememoramos a última ceia de Jesus com seus discípulos, ceia na qual Jesus
instituiu a Eucaristia.
Esta festa foi instituída no séc. XII e nós queremos continuar fiéis a essa
tradição, percorrendo as ruas de nossas cidades exaltando a Cristo presente na
Eucaristia e pedindo que Ele abençoe e proteja nossas famílias, as crianças, os
jovens, os idosos, os enfermos e queremos pedir-lhe também, a graça de nos
tornarmos cada vez mais, seus discípulos missionários no mundo de hoje.
Queremos com esta celebração solene manifestar a comunhão, a unidade de nossa
Igreja diocesana, pois embora muitos, nós formamos, em torno da mesa do Senhor,
um só corpo, o Corpo de Cristo, que é a sua Igreja.
A
primeira leitura de hoje, do livro do Êxodo nos fala da Aliança de Deus com o
povo de Israel, após a libertação do Egito. O sinal da Aliança é o sangue dos
animais oferecidos em sacrifício ao Senhor Deus e com o qual Moisés aspergiu o
altar, que representa Deus e todo o povo que acolhendo a aliança proposta por
Deus se compromete a cumprir seus mandamentos.
É uma aliança sagrada e inviolável com a qual Deus e o povo colocavam em
jogo a própria vida: “Eu sou o vosso Deus
e vós sois o meu povo”. Esta Aliança de Deus com o povo de Israel é a
prefiguração da nova e eterna Aliança de Deus com o homem através do sangue de
Cristo derramado na cruz.
A
Carta aos Hebreus no texto de hoje afirma que “Cristo com o seu próprio sangue nos obteve uma redenção eterna. Ele se
ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha, no lugar de oferecer sangue
de bodes e bezerros”. A morte de
Cristo é vida para nós, o seu sangue derramado é a nossa salvação. Por Cristo
se realiza nova aliança de Deus com a humanidade.
São
Marcos, no evangelho de hoje, relata a instituição da Eucaristia numa ceia de
despedida de Jesus dos seus apóstolos. A grande novidade da páscoa de Jesus em
relação à páscoa judaica, está nas palavras que ele pronunciou ao tomar o pão e o cálice com
vinho, em suas mãos: “Tomai, isto é o meu
corpo”. “Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado em favor de
muitos”. No pão partido e no sangue partilhado, Jesus se entrega totalmente
a nós. Ele antecipa nos sinais do pão e do vinho, o seu sacrifício na cruz que
ele realizará no dia seguinte, isto é, na sexta-feira santa. Na eucaristia,
Cristo atualiza para nós, o seu sacrifício na cruz, faz-se alimento que é
garantia de vida eterna: “Quem come deste
pão viverá eternamente”, disse Jesus, e permanece conosco no sacramento da
Eucaristia.
Depois
da consagração, o pão não é mais alimento físico, mas é Jesus Cristo que se faz
presente por meio da Eucaristia na comunidade dos cristãos.
Sua
presença real na hóstia consagrada e conservada nos sacrários de nossas Igrejas
deve ser objeto de nossa visitação e adoração. Jesus na Eucaristia é também
alimento, conforto e força para os doentes, os idosos que não podem participar
da celebração eucarística na comunidade.
Nossos
ministros extraordinários da Sagrada Comunhão prestam um serviço importante
quando levam e distribuem a Sagrada Eucaristia aos enfermos e as pessoas idosas nos hospitais ou em suas casas, levando
a todas elas conforto, vigor, esperança.
A
participação na Celebração Eucarística nos compromete também com a construção
de uma sociedade mais humana, santa, solidária e de paz.
Alimentar-se
do mesmo Pão, participar no mesmo sacrifício de Cristo é formar um só Corpo
nele: essa foi a experiência profunda das origens da Igreja que sabia e sentia o
seu nascimento ao redor da mesa da Eucaristia. A Palavra nos convoca à mesma
mesa, para partir o mesmo pão e beber do mesmo cálice que reúne os fiéis
cristãos num só Corpo, o corpo de Cristo que é a sua Igreja.
Peçamos
ao Espírito Santo que desça sobre nós e nos faça amar e dar a vida pelos
outros, como Jesus a ofereceu por todos nós. A procissão são práticas antigas
na Igreja e nos lembram que nós estamos a caminho, somos peregrinos,
caminheiros em marcha para Deus. Participemos, pois com alegria da procissão agradecendo, louvando a Deus pelo
dom da Eucaristia, a presença permanente de Cristo entre nós e peçamos sua
proteção para toda a nossa cidade e o nosso Brasil.
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