terça-feira, 29 de novembro de 2011

1º Domingo do Advento - Santuário Nacional 2011


Estamos celebrando hoje o primeiro domingo do advento, início do tempo de preparação para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, e nesse tempo litúrgico, realiza-se no Brasil, a Campanha para a Evangelização que vai até o terceiro domingo do Advento.

O advento marca para nós cristãos, o início de um novo ano litúrgico e durante este novo ano, o evangelho em destaque será o evangelho de Marcos.

O tempo do advento, convida-nos a preparar-nos para celebrar o Natal numa dupla prospectiva: na primeira parte do tempo do advento a liturgia convida-nos a nos prepararmos para acolher o Cristo que virá no fim dos tempos e levará à plenitude o seu reino, como Ele nos prometeu. Ele virá julgar os vivos e os mortos, como rezamos no Credo. Na última semana, antes do Natal, a liturgia nos convida a contemplar e a meditar sobre o mistério da encarnação, o nascimento de Jesus, a primeira vinda do Filho de Deus, ocorrida há mais de dois mil anos.

Neste tempo do advento, a liturgia apresenta-nos alguns personagens que devem nos ajudar a iluminar a nossa realidade e a vivê-la segundo o projeto de Deus: Isaias, João Batista, José e a Virgem Maria. O texto de hoje é uma das mais belas e comoventes orações do Antigo Testamento.

O texto do profeta Isaías é do período pós-exílio, quando a cidade de Jerusalém e o templo estavam em ruínas e o povo estava perdendo a esperança, e os esforços para a reconstrução da nação pareciam em vão.

O profeta reconhece que a situação é devida aos pecados do povo, mas não se deixa abater pelo desânimo, ao contrário, ele se abre cheio de confiança a um Deus que sempre mostrou seu amor e sua fidelidade a Israel e o chama de “nosso pai” e “nosso redentor”.

No evangelho, Marcos narra a parábola do homem que partiu para o exterior e confiou a sua casa à responsabilidade de seus empregados, deu a cada um uma tarefa e mandou o porteiro ficar vigiando até a sua volta.

A parábola alerta-nos para a responsabilidade que temos de, a qualquer momento, sermos chamados a prestar contas a Deus, de nossa vida. “Ficai atentos, cuidado! disse Jesus, porque não sabeis quando chegará o momento”.

Cada dia de nossa vida é um presente de Deus. Não somos donos da vida, nem dos dons recebidos, nem dos bens da criação. Somos administradores e teremos de prestar contas do uso dos dons recebidos quando o dono da casa voltar.

No Brasil, a Igreja realiza a Campanha para Evangelização, com o lema: “Ele veio curar nossos males”. A Campanha deste ano convida cada cristão a abrir o coração para acolher Aquele que veio habitar entre nós para nos salvar e dar sentido a nossa vida. “É por isso que a festa do Natal é um momento de singular importância no trabalho evangelizador. É o momento de aprendizado sobre o significado da nossa existência, de descobrirmos em Jesus, quem verdadeiramente somos.” (texto da campanha). A Campanha para a Evangelização tem também a finalidade de angariar recursos que garantam a continuidade do trabalho evangelizador da Igreja no Brasil. A coleta para a Evangelização será feita no 3o domingo do Advento. O Cristo que se fez pobre ao nascer em Belém, assumindo nossa condição frágil e mortal nos ensine a ser generosos e a saber partilhar entre nós não só os bens espirituais, mas também os bens materiais.

Congresso CELAM / Adveniat - 50 anos de fundação











A Ação Episcopal foi fundada na Alemanha, no dia 23 de agosto de 1961, festa de Santa Rosa de Lima, Padroeira da América Latina, por iniciativa do Bispo de Essen, Franz Hengsbach, que decidiu destinar as coletas das missas de Natal realizadas na Alemanha, no ano de 1961, às necessidades pastorais da Igreja da América Latina, como uma maneira de retribuir a ajuda da Igreja na América Latina, em especial da Igreja no Brasil, ao povo alemão, após a 2ª. guerra mundial.

A aceitação da proposta foi tão bem acolhida pelos católicos alemães que a iniciativa que deveria valer somente para o Natal daquele ano, foi renovada para os anos posteriores e a coleta da Adveniat, realizada no tempo do advento em favor da Igreja na América Latina, perdura até hoje. A ajuda da Adveniat é uma colaboração que serve de complemento e de impulso ao esforço na busca de auto-sustentação que vem sendo feito pela Igreja na América Latina; é um apoio às Conferências Episcopais e às Dioceses para que possam se tornar auto-sustentáveis e, no futuro, até ajudar outras Igrejas de outros continentes mais necessitados.

Neste ano, a Adveniat está celebrando seu Jubileu de Ouro de fundação. Nestes 50 anos de vida, a Adveniat, através da oferta dos fiéis católicos das paróquias e comunidades da Alemanha, já financiou mais de 80.000 projetos da Igreja na America Latina, no valor de cerca de 2 bilhões e 300 mil Euros, o equivalente a mais de 4 bilhões de Reais. A Adveniat é uma das colaboradoras mais importantes da Igreja na América Latina, e a Igreja, no Brasil, tem sido uma das mais beneficiadas. Como se pode ver, a ajuda fraterna da Adveniat foi e continua ainda sendo necessária para o trabalho evangelizador da Igreja na América Latina e no Caribe. A nossa Campanha para a Evangelização, realizada no período entre a Festa de Cristo Rei e o 3º domingo do Advento, foi inspirada na Campanha feita pela Adveniat, durante o Advento, na Alemanha. Oxalá, sejamos tão generosos quanto os católicos alemães, não só para sustentar o trabalho evangelizador da Igreja no Brasil, mas também para, colaborar com outras Igrejas, em outros lugares, mais necessitados.

Estamos chegando ao final do ano litúrgico e a liturgia deste tempo nos convida a nos preparar para acolher o Senhor quando ele vier com poder e glória, como juiz, para ver como seus discípulos viveram e estão vivendo esta espera. Não podemos perder de vista a meta final de nossa vida, que é o nosso encontro definitivo com Deus. Só conseguimos avaliar o valor da vida e do tempo que Deus nos deu, quando agimos na perspectiva da eternidade. Nossa vida não se limita somente a este mundo. Nossa pátria definitiva é o céu. Por isso, o evangelho de hoje nos adverte: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida e esse dia não caia de repente sobre vós. Ficai atentos e orai sempre”.

Parabéns a Adveniat pelos 50 anos de fundação e o nosso sincero agradecimento pela ajuda fraterna que a Igreja na América Latina, em especial, o Brasil, tem recebido dos generosos católicos das paróquias e das comunidades da Alemanha. Deus retribua a todos com copiosas graças e Nossa Senhora Aparecida proteja todos que colaboram com a ação Adveniat e que tornam possível sua valiosa ajuda à Igreja na América Latina.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Solenidade de Cristo Rei - Santuário Nacional


Com a solenidade de Cristo, Rei do Universo, concluímos neste domingo o ano litúrgico e, no próximo domingo, entraremos no tempo do Advento em preparação da solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Neste domingo, começa em todo o Brasil a Campanha para a Evangelização que tem como objetivo despertar os cristãos leigos para o compromisso evangelizador e para a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais da Igreja no Brasil. A Campanha para a Evangelização vai até os dias 10 e 11 de dezembro, isto é, terceiro domingo do Advento, dia da Coleta Nacional para a Evangelização, cujo resultado financeiro será destinado a apoiar projetos de evangelização nas dioceses, nos regionais e em todo o Brasil.

Com o tema da Campanha deste ano: “Ele veio curar nossos males”. Natal é tempo de encontro com Jesus. Este encontro acontece por iniciativa dele, que vem ao nosso encontro e quer estabelecer relações conosco, em vista do nosso bem e da superação de todos os males. Ele veio para curar nossas feridas. Jesus revela para nós o verdadeiro sentido da vida humana e o caminho para sua perfeição, consequentemente, para a superação de todas as nossas deficiências e limitações. A Igreja é mistério de comunhão e participação. Desde o nosso batismo pertencemos a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo e por isso temos o direito e o dever de participar da missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todos e em todos os lugares.

A comunhão deve manifestar-se não só na partilha dos dons espirituais, mas também, na partilha dos bens materiais que contribuirá para o trabalho pastoral da Igreja e testemunhará o compromisso evangelizador e a generosidade de todo o povo de Deus.

Ao celebrar neste domingo a solenidade de Cristo Rei a Igreja nos recorda que não temos outro rei a não ser Jesus. O evangelho de hoje que acabamos de escutar nos diz que ter Jesus Cristo como rei não é apenas louvá-lo com a boca, mas é, sobretudo, seguir o caminho que Ele nos ensinou, que é caminho do amor, da prática da caridade para com todos, especialmente, para com os mais necessitados com os quais Jesus se identifica: “Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes”.

Todos somos filhos de Deus e irmãos de Jesus Cristo, e em Jesus Cristo, e por isso, temos uma dignidade singular. A fé nos faz descobrir no próximo o nosso irmão, a imagem do próprio Cristo. O evangelho de hoje, diz que no fim de nossa vida e no juízo final, seremos julgados pelo amor e que Deus nos pedirá contas não só do mal que fizemos, mas também do bem que deixamos de fazer por falta de amor.

Hoje é também o Dia do Leigo que é chamado em virtude do batismo a ser construtor do Reino de Cristo no mundo “reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”. É próprio do cristão leigo contribuir com seus dons para tornar este mundo mais humano e fraterno e fazer da política um verdadeiro serviço prestado ao homem e a sociedade.

Que Maria nos ensine que reinar com Cristo é servir; é trabalhar por um mundo de justiça, de amor e de paz.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

3ª Romaria Nacional da Juventude - Santuário Nacional


Ao recordar o entusiasmo e a alegria dos dois milhões de jovens na Jornada Mundial da Juventude, em Madri, há alguns meses, e com o olhar esperançoso na 28ª. Jornada Mundial da Juventude a realizar-se no Rio de Janeiro, em julho de 2013, saúdo, cordialmente, a todos vocês queridos jovens: Sejam bem-vindos ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida!

A 3ª. Romaria Nacional da Juventude adquire este ano um significado todo especial com a presença da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora que estão percorrendo, desde o mês de setembro, as Dioceses de todo o Brasil, símbolos marcantes da Jornada Mundial da Juventude.

Numa grande festa no Campo de Marte, em São Paulo, com a participação de cerca de cem mil jovens, acolhemos, no dia 18 de setembro passado, chegados da Espanha, a Cruz e o Ícone. Naquela ocasião, os jovens testemunharam com entusiasmo e alegria, a fé no Cristo Redentor e em Maria, Mãe do Salvador.

A cruz de Cristo “símbolo do amor de Cristo pela humanidade anuncia a todos que só na morte e ressurreição de Cristo é que poderemos encontrar salvação e redenção”. O Ícone de Maria que sempre acompanha a cruz é a lembrança de que Nossa Senhora é a Mãe Auxiliadora de todos os jovens.

A cruz e o ícone sairão daqui de Aparecida para continuar a peregrinação por outras dioceses do Brasil e retornará à Arquidiocese de Aparecida em 2013, antes de seguir para a cidade do Rio de Janeiro, para a realização da 28ª Jornada Mundial da Juventude.

A palavra de Deus que escutamos na primeira leitura nos mostrou o exemplo corajoso de Eleazar, ancião de 90 anos que preferiu a morte a viver desonrado. É um exemplo para todos nós!

No Evangelho, Lucas narra a conversão de Zaqueu, chefe dos cobradores de impostos, pequeno de estatura, que fez fortuna sem compromisso social e ético. Lucas diz-nos que Zaqueu “procurava ver quem era Jesus e para isso, subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali”.

Zaqueu procurava algo mais na sua vida, não estava satisfeito com a fortuna que acumulou. A angústia existencial de Zaqueu fez-me recordar as palavras do saudoso Papa João Paulo II, no Jubileu da Juventude, em Roma, no ano 2000: “a juventude sente um anseio profundo daqueles valores autênticos que tem em Cristo a sua plenitude. Porventura não é o Cristo, dizia João Paulo II, o segredo da verdadeira liberdade e da alegria profunda do coração? Não é o Cristo o maior amigo e, simultaneamente, o educador de toda a amizade autêntica?”

Mais importante do que o olhar de Zaqueu para Jesus, foi o olhar de Jesus para Zaqueu. Jesus olhou para cima, viu Zaqueu e lhe disse: “desça depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”

Esse encontro de Zaqueu com Jesus, provocou nele uma mudança profunda. Zaqueu converteu-se e traduziu esta mudança de vida no desapego dos bens materiais e na solidariedade com os mais pobres: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres e dos bens que adquiri, desonestamente, devolverei quatro vezes mais”.

Jovens, não tenham medo! Recordo-lhes o que escreveram os bispos reunidos em Aparecida, em 2007, para a V Conferência: “os jovens não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida, mas sim uma vida sem sentido” (DA 443).

“Hoje a salvação entrou nesta casa, disse Jesus a Zaqueu. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.

Jovens, tenham fé! Botem fé” ! Todos nós temos possibilidade de renovar a vida, como Zaqueu. Vocês são a esperança da Igreja, da sociedade que só encontrará um sentido pleno em Jesus Cristo. Só ele pode descortinar-lhes um novo horizonte.

Concluo com as palavra do Papa Bento XVI, em sua carta “Porta Fidei”, Porta da Fé, com a qual anuncia o Ano da Fé, a ser celebrado de outubro de 2012 a outubro de 2013. Escreve Bento XVI: “a própria razão do homem traz inscrita em si mesma a exigência daquilo que vale e permanece sempre. Esta exigência constitui um convite permanente, inscrito indelevelmente, no coração do homem, para caminhar ao encontro d´Aquele que não teríamos procurado se Ele mesmo não tivesse já vindo ao nosso encontro. É precisamente a este encontro que nos convida e abre plenamente a fé” (PF,10).

Nossa Senhora Aparecida nos acompanhe com sua proteção! Jovens tenham fé! Botem fé em Jesus Cristo e na vida! Vale a pena colocar a vida e os dons que Deus lhes deu a serviço do bem de todos, de um mundo mais justo, mais humano e fraterno.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Novembro, mês em que recordamos e rezamos por nossos entes queridos !


No mês de novembro, celebramos, cada ano, no calendário da Igreja, duas festas próximas uma da outra: a comemoração dos Fiéis Defuntos, no dia 02, e a Festa de Todos os Santos no domingo, após o dia 1º.

A festa dos Fiéis Defuntos foi introduzida no ano de 998 pelo abade Odilo, monge do mosteiro de Cluny, na França. Aos poucos, se estendeu para toda a Igreja. Em todas as nações e culturas encontramos diferentes maneiras de comemorar os seus mortos.

O dia de Finados é um dia não só de recordação de nossos entes queridos, mas também, de oração por eles e pelos desconhecidos para que, purificados e transformados pelo amor de Deus, alcancem a felicidade do céu. Recorda-nos, ainda, que somos todos peregrinos e que estamos a caminho da pátria definitiva – o céu -, pois pelo batismo fomos feitos filhos e herdeiros de Deus e o nosso Deus nos criou não para a morte, mas para a vida. A Eucaristia, alimento que Jesus nos deixou, é a garantia de vida eterna. “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54). No final do capítulo 15, da primeira carta aos Coríntios, São Paulo depois de ter anunciado a “boa notícia” da ressurreição aos Coríntios e que eles aceitaram com fé, exclama cheio de júbilo: “onde está, ó morte, tua vitória. Graças sejam dados a Deus, que nos dá a vitória por meio do Senhor nosso Jesus Cristo. Ficai convencidos de que vossa fadiga pelo Senhor não será inútil” (I Cor 15,55-58).

Na Festa de Todos os Santos celebramos a multidão dos que estão diante de Deus para sempre: todos os santos e os anjos. Ao celebrar a Festa de Todos os Santos devemos recordar que a vocação de todos nós é a busca da santidade que se realiza na íntima união com Cristo, e, Nele com a Santíssima Trindade, iluminando e ordenando as realidades temporais, segundo Deus.

Os santos são nossos intercessores junto de Deus. “Não choreis, eu vos serei mais útil depois de minha morte do que durante a minha vida”. Com estas palavras São Domingos, antes de morrer, consolava seus irmãos. E Santa Terezinha do Menino Jesus dizia: “Passarei o meu céu fazendo o bem sobre a terra”.Além de intercessores os santos são, sobretudo, modelos e exemplos de vida que nos iluminam e nos fortalecem na nossa caminhada e a melhor maneira de honrá-los é imitar suas virtudes.