segunda-feira, 29 de outubro de 2012

30º Domingo do Tempo Comum


Este é o último domingo do mês de outubro, mês missionário. Estamos no Ano da Fé inaugurado pelo Papa Bento XVI e que se estenderá até 24 de novembro de 2013. 

Na proclamação do Ano da Fé, Bento XVI afirmava que “hoje, como ontem, Cristo nos envia pelos caminhos do mundo para proclamar  Evangelho a todos os povos da terra.” Este anúncio do Evangelho não é algo facultativo para a Igreja, mas um dever que lhe incumbe por mandato de Jesus para que os homens creiam e se salvem. “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura. Aquele que for batizado será salvo; o que não crer será condenado.” (Mc 16,15).

As primeiras comunidades cristãs pequenas, indefesas e sem os recursos de que dispomos hoje, foram capazes de anunciar o Evangelho em todo o mundo conhecido da época, através da palavra e do testemunho. 

O compromisso missionário é de todo o Povo de Deus: Bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e leigos.  Hoje, mais do que nunca, torna-se urgente o anúncio do Evangelho, pois o número daqueles que ainda não conhecem a Cristo aumentou significativamente e o mais dolorosa ainda é a constatação do aumento do número daqueles que são indiferentes, ou  ignoram, a pessoa e os ensinamentos de Cristo.

O evangelho de Marcos que escutamos, há pouco, narra a cura do cego Bartimeu. O mendigo cego estava sentado à beira do caminho. Ao ouvir dizer que Jesus estava passando, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Jesus escutou o grito de socorro de Bartimeu. “O que queres que eu faça?” perguntou-lhe Jesus. “Mestre, que eu veja”, respondeu o cego. “Vai, tua fé te curou”, disse-lhe Jesus. Bartimeu ao invés de ir embora, “pôs-se a seguir Jesus pelo caminho”, tornando-se, assim, seu discípulo. 
Bartimeu, embora cego, é capaz de ver e reconhecer Jesus como o Messias, o Filho de Deus. Ele recebe não só a luz da visão, mas também, a luz da fé que iluminará e dará um novo sentido a toda a sua vida.

A dificuldade para seguir Jesus não é a cegueira material, mas, a cegueira espiritual ou a falta de fé. A fé é dom, é presente de Deus e também aceitação nossa. 

Deus respeita a nossa liberdade. Jesus vem ao nosso encontro e se manifesta a nós de diversas maneiras: em cada missa, Ele se manifesta a nós na sua Palavra, escrita e proclamada, no alimento eucarístico, na comunidade dos fiéis viva na fé e no amor fraterno, nos nossos irmãos mais pobres, nos enfermos, nos aflitos que nos dão testemunho de fé, paciência no sofrimento e constante luta para continuar vivendo; em Nossa Senhora encontramo-nos com Cristo, com o Pai e o Espírito Santo e com nossos irmãos, pois dela aprendemos como ser discípulos e missionários de Jesus. 

Mas somente pela fé, podemos acolher Jesus que vem ao nosso encontro de diversos modos. 

Que o Ano da Fé seja um tempo de graça para todos nós para uma adesão mais profunda a Jesus Cristo morto e ressuscitado, para nos tornarmos, cada vez mais, seus discípulos e missionários no mundo de hoje. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

27º Domingo do tempo Comum - Mês Missionário - Santuário Nacional


Em outubro celebra-se no dia 21 o Dia Mundial das Missões e da Obra Pontifícia da Infância Missionária. 

Cada ano, o Papa envia uma mensagem especial a toda a Igreja recordando a todos o mandato de Jesus: “Ide por todo o mundo e fazei discípulos meus entre todos os povos.”

É um dever que incumbe a toda a Igreja, o de anunciar o evangelho de Jesus Cristo a todos indistintamente a fim de que os homens possam acreditar e ser salvos. O empenho missionário é de todo o Povo de Deus: ministros ordenados, religiosos e leigos. O Papa Bento XVI lembra que um dos obstáculos a evangelização é a crise de fé no mundo de hoje. Por isso, o convite  do Sumo Pontífice para que o Ano da Fé seja um momento especial  para uma renovada adesão de fé pessoal e comunitária ao Evangelho de Jesus Cristo. 

“A fé é um dom que Deus nos concede, mas este dom deve ser partilhado; é um talento recebido para que dê fruto; é uma luz que não deve ficar escondida, mas iluminar toda a casa. É o dom mais importante que recebemos na nossa vida e que não podemos guardar para nós mesmos”.

O Evangelho de hoje nos apresenta a pergunta dos fariseus a Jesus: “é permitido ao homem divorciar-se de sua mulher”? Jesus responde que Moisés permitiu, excepcionalmente, o divórcio por causa da dureza do coração do povo de Israel, mas que esta exceção já não vale mais.

 Jesus recorda aos fariseus que a lei verdadeira é aquela quer foi dada desde o começo da criação, quando Deus fez o homem e a mulher. Deus colocou no coração dos dois uma atração mútua,  a fim de que formassem uma só carne, uma unidade no amor indissolúvel e aberto à vida. E Jesus acrescenta: “o que Deus uniu o homem não separe.” Esse é o projeto de Deus para a família. Tal projeto de Deus para o casamento parece estar acima das forças humanas. 

Com a graça de Deus, porém, o esforço mútuo do casal é possível superar o egoísmo que é o inimigo do verdadeiro amor que é doação, aceitação mútua, busca da felicidade do outro, disponibilidade para o diálogo e o perdão.

Hoje, em Roma, inicia-se a 13ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, cujo lema é: “A Nova Evangelização para a transmissão da fé.” No dia 11 próximo, o Papa Bento XVI inaugura o Ano da Fé que se estenderá até o dia 24 de novembro de 2013. A abertura do Ano da Fé coincidirá com a comemoração do 50º aniversário do inicio do Concílio Vaticano  II e do 20º aniversário do Catecismo da Igreja Católica. Todos esses eventos querem contribuir para confirmar a vontade da Igreja de comprometer-se com mais coragem e entusiasmo na missão de levar o Evangelho a todos os povos até os confins da terra, compromisso que é de todo o povo de Deus. 

 Todos os membros da Igreja devem sentir-se interpelados pelo mandamento do Senhor de pregar o Evangelho de tal modo que Cristo seja anunciado em toda parte. 

Peçamos a Virgem Maria que acolheu com alegria, o Verbo de Deus em seu seio e o deu à luz para a nossa salvação, nos ensine a partilhar com os outros a fé em Jesus Cristo, motivo de nossa verdadeira alegria.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Outubro, início do Ano da Fé


No  próximo dia 11 de outubro, o Santo Padre Bento XVI  fará a abertura do Ano da Fé que se estenderá até a Solenidade de Cristo-Rei, dia 24 de novembro de 2013.  A Celebração Eucarística de abertura - para a qual tive a honra e a alegria de ser convidado -  será na Basílica de São Pedro, presidida por Sua Santidade e  concelebrada por diversos Cardeais,  Arcebispos e Sacerdotes de vários países. 

O Ano da Fé coincidirá com a comemoração do 50º aniversário do início do Concílio Ecumênico Vaticano II -  iniciado pela Papa João XXIII e concluído no pontificado de Paulo VI – e com o 20º. Aniversário do Catecismo da Igreja Católica. Ao mesmo tempo, acontecerá a 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, de  07 a 28 de outubro, cujo tema é: “A Nova Evangelização para a transmissão da Fé”.

O Ano da Fé deve ser um tempo de graça, de fortalecimento da nossa fé no Cristo ressuscitado e de renovar o compromisso de cristão, assumido no nosso batizado, de ser   discípulo e missionário de Jesus Cristo.  Deve  ser, também, uma ocasião para o estudo e assimilação dos Documentos do Concílio Vaticano II, e dos conteúdos do Catecismo da Igreja Católica. 

Por isso, é muito importante que nas paróquias e nas comunidades, os párocos, os religiosos e os leigos engajados nas pastorais, promovam encontros  para estudo e aprofundamento dos Documentos do Concílio do Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica.  

A CNBB está preparando uma coletânea de textos do Papa Bento XVI sobre o Ano da Fé e promovendo a publicação dos Documentos do Concílio Vaticano II, do Catecismo da Igreja Católica e do Compêndio do Catecismo, em edições com custo mais acessível ao povo. 

Aproveito a oportunidade para convidar todos vocês para participarem da Novena em louvor a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil,  que acontecerá no Santuário Nacional, de 03 a 12 de outubro, com o tema: “Com a Mãe Aparecida acolhemos Jesus, nossa alegria”. Igualmente, quero convidar todo o povo da Arquidiocese para a novena e festa de Santo Antonio de Santana Galvão, a ser realizada no Santuário Arquidiocesano de Frei Galvão, no bairro Jardim do Vale, em Guaratinguetá, de 16  a 25 de outubro. O tema central é: “Santo Antonio de Sant’Anna Galvão e a Profissão da Fé Cristã”. Participem! (confira programação completa nesta edição).  

Caros leitores, como podem perceber, outubro será, especialmente, um mês de muitas graças e de acontecimentos importantes para a vida da Igreja.   Vamos, pois, nos unir em oração, rogando a Deus, por intercessão da Mãe Aparecida e de Frei Galvão, para que o Ano da Fé produza os frutos desejados pelo Papa Bento XVI e para que seja verdadeiramente um tempo propício para o aprofundamento da fé  no Cristo ressuscitado e para um renovado ardor  missionário. 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

26º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional


Hoje encerra-se,  no Brasil, o mês da Bíblia, e em todas as Dioceses  celebra-se o Dia Nacional da Bíblia. 
A palavra Bíblia designa a Palavra de Deus escrita,   contida no Antigo e no Novo Testamento. A expressão “Palavra de Deus” indica algo mais amplo que a Bíblia. Deus falou, em primeiro lugar, por meio da criação do mundo. O universo manifesta Sua sabedoria e o Seu poder  criador.  A criação  é um livro escrito com muitas cores e que pode ser lido por todos. 

Deus se revelou também através da história do povo de Israel  e esta manifestação na história do povo hebreu se deu por meio de acontecimentos e pessoas. Esta tradição religiosa do povo de Israel está contida na Bíblia, Palavra de Deus escrita e inspirada,  e por isso goza de um lugar privilegiado na Igreja e na vida de cada cristão.

A palavra de Deus, por excelência, é Jesus Cristo, o Verbo de Deus,  que veio a este mundo ao encarnar-se  no seio virginal de Maria, por obra do Espírito Santo,  fazendo-se um de nós e vivendo no meio de nós.

Toda a manifestação de Deus na criação e na história do povo de Israel converge para Cristo. Ele é a plenitude da manifestação de Deus à humanidade. A leitura e a  meditação da Palavra na Bíblia, guiada pelo Espírito Santo e o magistério da Igreja, devem nos levar à oração, a uma união efetiva e vital com Cristo e através dele com o Pai.

Por isso, São Jerônimo afirma que “ignorar as Escrituras Sagradas é ignorar a Cristo”. Nossa Senhora é para nós o modelo de ouvinte e de praticante da Palavra de Deus. “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. 

O Documento de Aparecida nos adverte que temos que fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida cristã na rocha da Palavra de Deus e nos recomenda, especialmente, a leitura orante da Bíblia, na qual lendo o texto, se escuta Deus que fala, e orando, se lhe responde com um coração aberto e confiante.  Na Celebração da Missa, a mesa da Palavra está unida à mesa da Eucaristia, por isso, após nos alimentarmos da Palavra de Deus, somos convidados a nos alimentarmos, também, do Corpo de Cristo. 

O Apóstolo São Tiago, na segunda leitura deste domingo, nos adverte sobre o perigo do fascínio da riqueza e de nos  tornarmos seus escravos. Quando nos deixamos dominar pela riqueza, o resultado é a injustiça, a miséria, a violência. 

O evangelho de hoje nos convida a solidariedade com todos sem excluir ninguém mesmo que não pertença a Igreja católica, ao grupo dos discípulos de Cristo.  Devemos ficar felizes com o bem realizado por pessoas que não partilham conosco a mesma fé, as mesmas convicções, pois o bem não é monopólio de ninguém.  “Assim  como o Pai do céu faz surgir o sol sobre os bons e os maus e faz chover sobre justos e injustos”, assim também, nós não devemos discriminar ninguém por motivo algum, porque somos todos filhos do mesmo e único Deus e irmãos e irmãs uns dos outros em Jesus Cristo. Jesus nos ensina a olhar a todos com os óculos do evangelho: quem não é contra Ele, está com Ele.