sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Natal do Senhor Jesus - Santuário Nacional


A festa do Natal convida-nos a louvar e agradecer a Deus e a exultar de alegria porque “hoje nasceu para nós o Salvador, que é o Cristo, o Senhor”.  E os anjos que apareceram aos pastores na região de Belém,  na noite de Natal “cantavam louvores a Deus, dizendo: Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”.

O filho de Deus sendo rico se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza, para nos fazer filhos no Filho e herdeiros do reino do céu. “Ó admirável intercâmbio! O Criador da humanidade, assumindo corpo e alma, quis nascer de uma Virgem. Feito homem, nos doou sua própria divindade” (antífona da I Vésperas na oitava de Natal – Solenidade da Santa Mãe de Deus).

Isaias descreve o nascimento do Salvador como uma grande luz que ilumina o mundo: “O povo que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu”.  E o anjo anuncia aos pastores, em Belém, uma boa notícia: “eu vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: hoje na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor”

Com palavras diferentes, São Paulo no texto da missa de hoje, da carta a Tito, exprime a mesma mensagem: “a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação para todos os homens”. É o amor gratuito de Deus que se manifesta em Jesus Cristo para toda a humanidade. O mesmo Jesus  que nasceu em Belém, continua São Paulo no mesmo texto: “é aquele  que se entregou por nós na cruz, para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo  que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem”.

Acolher Jesus de verdade é reconhecê-lo como único Senhor em nossa vida; é acolhê-lo na pessoa do nosso irmão, da criança, do pobre, do enfermo, do oprimido; é viver como ele viveu,  amar como ele amou.

Jesus nascido em Belém é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem. “O Deus de rosto humano que nos amou até o fim – cada indivíduo” e a humanidade no seu conjunto – é o fundamento da nossa esperança. “Somente o seu amor nos dá a possibilidade de perseverar com toda a sobriedade, dia após dia, sem perder o ardor da esperança, num mundo” melhor, que deve ser prefiguração de um novo céu  e de uma terra nova, onde habitará a justiça.

“E o seu amor, é ao mesmo tempo garantia de que existe aquilo que intuímos só vagamente e, contudo, no intimo do coração esperamos alcançar: a vida que é “verdadeiramente” vida.” (Spe Salvi)

“Essa esperança não nos exime da necessidade de um contínuo esforço pela construção de um mundo melhor, mas esse mundo melhor de amanhã não pode ser o conteúdo próprio e suficiente de nossa esperança” (Spe Salvi 30). “A esperança do homem moderno de construir um mundo melhor, graças a ciência, à técnica e a política, que seria o verdadeiro “reino de Deus”, tem mostrado que essa esperança não se realiza porque só algo de infinito lhe pode bastar, algo que será sempre mais do que aquilo que o homem  alguma vez possa alcançar”

Em Jesus  Cristo, Deus nos oferece e nos garante aquilo que, sozinhos, não podemos conseguir, a verdadeira vida, porque foi para isso que Jesus veio ao mundo: “para que todos tenham vida, e vida em abundância.  Com esta vida  divina também se desenvolve em plenitude a existência humana, em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural” (DA 13). 

Na Eucaristia, Jesus se entrega a nós como alimento de vida eterna que alcançará sua plenitude na ressurreição  futura. 

Ao Reitor do Santuário Nacional e a todos os  missionários redentoristas que exercem o seu ministério presbiteral na Arquidiocese de Aparecida em vários setores da pastoral, fiéis ao carisma de Santo Afonso, um Feliz e Santo Natal.  Expresso esses meus votos igualmente ao clero da Arquidiocese, aos consagrados, aos fiéis todos, aos colaboradores da família da Campanha dos Devotos, aos participantes desta celebração e aos que estão unidos a nós nesta noite pela rádio e pela TV. A todos Feliz e Santo Natal com paz e amor no coração de cada um.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

3º Domingo do Advento


O tempo do Advento que nos prepara para a festa da natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo é um tempo de alegria, por isso, este terceiro domingo é conhecido tradicionalmente como o domingo da alegria. 

Tanto a antífona da entrada da missa de hoje, como a oração da coleta, o salmo responsorial, a primeira e a segunda leituras nos convidam  a alegrar-nos esses textos e nos dão o motivo dessa alegria: Alegrai-vos! O Senhor está perto. Dai-nos chegar às alegrias do Natal do Senhor e celebrá-lo com intenso júbilo. 

“Está aqui a razão profunda da nossa alegria: em Cristo completou-se o tempo da espera. Deus realizou finalmente, a salvação para todo o homem e toda a humanidade. Com esta íntima convicção, preparemo-nos para celebrar a festa do Santo Natal, acontecimento extraordinário que reacende nos nossos corações a esperança e a alegria espiritual” (João Paulo II).

Na primeira leitura o profeta Sofonias exorta a cidade de Jerusalém a exultar de todo coração, porque “o Senhor teu Deus está no meio de ti. Ele vem  não para condenar, mas salvar”. São Paulo, preso e aguardando a sentença, escreve da prisão aos Filipenses, exortando-os a alegrar-se sempre no Senhor, porque Ele está próximo. Mesmo na prisão e correndo risco de morte, São Paulo não perde a paz e a alegria interiores porque estar próximo de Cristo é a razão de sua vida e de sua morte. 

Não se pode ser cristão e estar habitualmente triste, mal humorado. São João Bosco dizia que um santo triste é um triste santo. A razão de nossa alegria interior não é porque as coisas vão bem em nossa vida, ou  não temos nenhuma dificuldade, gozamos de boa saúde, etc., e sim, porque  Deus nos ama, é nosso Pai e somos seus filhos. Se Ele é por nós, se está a  nosso favor, quem será contra nós! 

Depois que Deus Pai nos enviou o seu Filho que morreu  e ressuscitou por nós,  não podemos duvidar do amor de Deus. Esta é a razão mais profunda de nossa alegria, de nossa paz interior. 

Ao lado da alegria, o evangelho de hoje nos convida também à conversão. João Batista exortava a todos do seu tempo a produzir frutos de conversão para se preparar para a chegada do Messias. 

João Batista não exigia dos seus contemporâneos atos heróicos  e, sim, que saibam partilhar melhor os bens,  sejam mais solidários com os mais pobres, misericordiosos, honestos e não aproveitadores do cargo ou da função que exercem em benefício  próprio, ou de grupos para  cometer injustiças ou violência com outros.

Hoje, em todo o Brasil, é o Dia da Coleta Nacional para a Evangelização. É hora de testemunhar nossa solidariedade, como católicos, para colaborar com a sustentação da missão evangelizadora da Igreja no Brasil. Colabore com generosidade e que Deus lhe retribua com copiosas bênçãos a sua oferta. 

Preparemo-nos para o Natal, aproximando-nos do sacramento da penitência e da Eucaristia como expressão de nosso desejo de conversão e de acolhida a Jesus Cristo que vem ao nosso encontro

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Natal, tempo de gratidão a Deus



Natal é tempo de paz, de graça e de alegria, e, principalmente, de gratidão a Deus por ter nos enviado, por meio de Maria, seu Filho, para ser o nosso Redentor.  

Esta é a causa e a fonte da verdadeira alegria para nós no Natal: a plena convicção de que Deus nos ama infinitamente, a ponto de, pelo mistério da encarnação, assumir a condição humana e tornar-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado.  

Este gesto de amor atinge seu ápice quando Jesus aceita, livremente, morrer na cruz por nós.  Jesus venceu a morte com a própria morte e ao ressuscitar concedeu-nos a salvação e nos conferiu a dignidade de sermos chamados filhos  de Deus. “E a razão pela qual o Verbo de Deus se fez homem foi para que o homem ao entrar em comunhão com o Verbo e ao receber, assim, a filiação divina, se convertesse em filho de Deus. Porque o Filho de Deus se fez homem para nos fazer Deus” (CIC 460).

Jesus veio ao mundo para nos revelar que “Deus é amor”.  Ele é justiça, misericórdia e bondade infinita.  É esse mistério do amor e da bondade de Deus, manifestado em Nosso Senhor Jesus Cristo, que celebramos no Natal. 

Se  acreditamos, de fato, no verdadeiro sentido do Natal,  devemos  reafirmar nossa fé  e  renovar o  compromisso, assumido em nosso batismo, de ser discípulo e missionário de Jesus Cristo e de  trabalhar pela construção de um mundo mais justo, humano e fraterno. Nós, cristãos, em meio a uma sociedade de consumo e num mundo, muitas vezes, insensível aos valores religiosos, devemos testemunhar que Natal sem Jesus não é verdadeiro Natal. 

Alegremo-nos  e  demos graças a Deus:  “Eu vos anuncio uma grande alegria, que  será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,10).

Ao querido Povo da Arquidiocese de Aparecida, ao clero, aos religiosos e religiosas,   aos  agentes de pastoral os melhores votos de um Feliz e Santo Natal e um 2013 com muitas bênçãos do Senhor!



segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

1º Domingo do Advento - Campanha para a Evangelização


Com este domingo, inicia-se o tempo litúrgico do Advento e este período que precede o Natal não é um tempo de penitência como a quaresma, e sim, um tempo de preparação da vinda do Senhor para que nos encontre vigilantes, atentos à realização de sua vontade.

O advento nos coloca diante das duas vindas de Jesus Cristo: na primeira, ocorrida há mais de dois mil anos, Jesus veio na fraqueza de nossa carne, ao nascer da Virgem Maria, concebido por obra do Espírito Santo. Ele veio para nos redimir do pecado e da morte. A memória deste mistério da vida de Jesus nós o celebramos na liturgia do tempo do natal.  

A segunda vinda acontecerá no final dos tempos, quando o Senhor virá na majestade de sua glória para nos libertar plenamente. A iniciativa de sua vinda, o dia e a hora, pertencem a Deus, mas a nossa fé nos assegura que Deus é fiel as suas promessas e na esperança aguardamos a vinda do Cristo Salvador,  como rezamos na oração após o Pai Nosso. Entre  essas duas vindas, nós caminhamos entre dificuldades, tribulações, e consolações acompanhados pelo Cristo ressuscitado. “Eu estarei convosco até o fim dos tempos.” 

A primeira parte do período do Advento acentua mais a segunda vinda de Cristo. E a melhor maneira de nos prepararmos para o encontro definitivo com o Senhor é progredir no amor aos outros e trabalhar pela construção da justiça, da liberdade e da paz, procurando viver de maneira coerente a nossa fé, pois como afirma o profeta Jeremias, “a verdade e o amor são os caminhos do Senhor para quem guarda sua Aliança e seu amor.” Devemos nos preparar para a segunda vinda do Senhor  e aguardar o encontro definitivo com Deus não com medo, mas com esperança e confiança, pois como afirma o evangelho de hoje “quando estas coisas começarem acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.

No advento, a Igreja no Brasil realiza a Campanha para a Evangelização.  A Campanha nos lembra a urgência da evangelização e nos  convida a celebrar cristamente o Natal a fim de que ele não se reduza a uma festa meramente exterior, mas seja uma ocasião para testemunhar a solidariedade, o amor e a paz em nossas famílias e comunidades.  A coleta desta campanha é feita no 3º. Domingo do Advento e visa arrecadar recursos para a sustentação do trabalho evangelizador da Igreja em âmbito diocesano, regional e nacional.  

O Cristo que se fez pobre ao nascer da Virgem Maria, em Belém para nos enriquecer com sua graça, nos ensine a  ser generosos, desapegados dos bens materiais para partilhar entre nós não só os bens espirituais, mas também, os bens materiais