segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O Cuidado com a vida no planeta


A Campanha da Fraternidade de 2011 tem como tema: “A Fraternidade e a vida no planeta”, e como lema: “A criação geme em dores de parto”. O assunto principal desta Campanha é o fenômeno do aquecimento global provocado pelas mudanças climáticas.

De fato, é muito comum a gente ouvir, principalmente das pessoas mais humildes, que os tempos estão mudados, que as chuvas, o frio e o calor não são como antigamente. As pessoas dizem que o clima está diferente, e está mesmo, todo mundo percebe isso.

E quanto sofrimento isso causa? Basta lembrar os mortos, os desabrigados, os que tiveram que migrar por causa da seca, os que perderam tudo. Diante dessa situação, precisamos pensar em duas coisas: a solidariedade para com as vítimas e a nossa contribuição para diminuir as tragédias.

Deus, que é nosso Pai e quer que todos nós vivamos como irmãos, exige de nós a solidariedade com os sofredores. A caridade é a palavra de ordem do cristão, que deve em tudo viver o mandamento de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. O nosso amor com os sofredores e necessitados deve se tornar gesto concreto, principalmente, por causa das palavras de Jesus: “Tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes”.

Por outro lado, a partir de atitudes simples, podemos contribuir para melhorar a situação. Uma primeira é a questão do lixo. Quanto mais evitarmos produzir lixo, menos entulho colocaremos nas ruas, evitando entupir bueiros e tubulações, assim como, a proliferação de doenças. Com essa atitude, também diminuiremos a emissão de gases poluentes na atmosfera, que agrava o aquecimento global. Para isso, também é importante lembrar que quanto menos coisas supérfluas consumirmos, quanto mais levarmos uma vida sóbria, menos consumista, tanto menos lixo produziremos, e também, diminuiremos a exploração de matéria prima, o desmatamento e a poluição causada pela indústria e pelo transporte dos produtos. Outra atitude que ajuda é conversar sobre esses problemas para que outras pessoas também tomem consciência de sua responsabilidade com a preservação do meio-ambiente.

Que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, una todos os brasileiros nessa corrente que é a Campanha da Fraternidade, para que todos nós e as gerações futuras possam ter uma vida melhor.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Abertura das atividades da CRB na arquidiocese


Saúdo, em especial, os religiosos e religiosas da Arquidiocese de Aparecida que hoje inauguram as atividades de 2011, com a nova equipe eleita de coordenação. Nossa Arquidiocese tem a graça de ter várias comunidades religiosas, entre as quais, 3 comunidades de clausura. Fazemos votos que as comunidades religiosas de nossa Arquidiocese continuem trabalhando para que reine o amor, a justiça, a bondade, o serviço, a solidariedade, conforme o carisma de cada uma delas.

Saúdo, também, o Exmo. Ministro das Relações Institucionais, Sr. Luis Sérgio Nóbrega de Oliveira e Sra., que se fazem presentes hoje nesta Eucaristia, com o pedido de que transmita a Presidente, Senhora Dilma Rousseff, nossas orações e votos de êxito em seu governo a serviço do povo brasileiro.

A primeira leitura do livro do Levítico e o evangelho nos falam do amor ao próximo. “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”. “Ama teu próximo como a ti mesmo”.

Todos somos chamados à santidade e o segredo da santidade é o amor. Fomos criados por amor e para o amor, amor para com Deus que se manifesta na observância de seus preceitos e se realiza mediante o amor ao nosso irmão. No amor a Deus e ao próximo se resume toda a Lei.

Se na primeira leitura, a lei que Deus deu a Moisés, exorta os israelitas a ser santos, Jesus no evangelho, pede aos seus discípulos que sejam perfeitos: “sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”. Jesus aperfeiçoa a Lei sagrada do Antigo Testamento, e vai mais além: pede aos seus discípulos que amem também seus inimigos, a exemplo de Deus, nosso Pai, que ama a todos: faz nascer o sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos. Jesus nos convida à perfeição do amor. A única maneira de romper o circulo de violência e destruição é o perdão e nunca a vingança. Jesus abre um caminho novo para a humanidade: vencer o mal com o bem, responder ao ódio com o amor, o perdão.

O ser humano é ser humano enquanto imagem de Deus e a proposta da ética, da moral cristã é uma proposta de amor sem limites, que conduz a quem a pratica, à perfeição mesma de Deus.

A participação na Eucaristia nos envolve na dinâmica da entrega. Assim como na celebração eucarística, Jesus se oferece sacramentalmente ao Pai por todos nós, atualizando a sua morte na cruz e a sua ressurreição, assim também, nós, unidos a Jesus, devemos fazer de nossa vida uma entrega de amor e de serviço aos outros nas nossas ocupações diárias. Fazer de nossa vida, cada dia, uma entrega, uma oferta a Deus e aos nossos irmãos em união com Jesus, para a nossa santificação e a santificação do mundo.

Rezemos nesta Eucaristia por aqueles que nos ofenderam, nos causaram algum dano, por aqueles que não amamos como deveríamos amar e por aqueles que, talvez, não nos amam, fazendo, assim, o que Jesus nos pede no evangelho de hoje. Ele, que primeiro nos deu exemplo, ao dar a sua vida por nós na cruz e ao perdoar aqueles que o fizeram sofrer, ao rezar: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem.”

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A liberdade religiosa, um caminho para a paz


O saudoso Papa Paulo VI instituiu o primeira dia de janeiro, o Dia Mundial da Paz. Desde 1967, a Igreja nos convida a rezar pela paz no mundo e todos os anos o Papa dirige uma mensagem especial a todas as pessoas de boa vontade sobre o tema da paz, dom precioso para todos nós. Neste ano, Bento XVI escolheu para sua mensagem o tema: “A Liberdade Religiosa, um caminho para a paz”.

O ano de 2010 terminou marcado, infelizmente, por terríveis atos de violência e de intolerância religiosa, em particular, no Oriente Médio, África e Ásia. Devemos ser solidários com nossos irmãos vítimas de violência e perseguição, de desprezo e de humilhação, e trabalharmos pela construção de um mundo mais justo, mais habitável, humano e fraterno. “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).

Infelizmente, em algumas regiões do mundo, sobretudo no Oriente Médio, com raras exceções, ainda hoje não é possível professar e exprimir livremente a própria religião na âmbito particular ou social, sem colocar em risco a vida e a própria liberdade. Noutras regiões, como no nosso mundo ocidental, existe em certos meios, preconceito contra os símbolos religiosos, como se fossem um afronta àqueles que não professam a religião cristã. Na América Latina, a grande maioria do povo é cristão, católico e os símbolos religiosos fazem parte da historia, das tradições, da identidade cultural do nosso povo. Num mundo pluricultural, plurirreligioso e pluriétnico, é fundamental respeitar e acolher o diferente para construir um mundo de paz.

O direito a professar sua própria religião ou sua fé é fundado na dignidade da pessoa humana, criada a imagem e semelhança de Deus, que a dotou de uma capacidade de entrar em relação com o Criador. Proibir alguém de crer ou não crer é negar-lhe algo que é natural a todo o ser humano, o direito de relacionar-se com o Absoluto, o Transcendente que nós chamamos Deus.