terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Natal do Senhor Jesus - 2011 Santuário Nacional


Noite santa porque nesta noite celebramos o nascimento do Salvador, que é o Cristo, o Senhor. Hoje desceu do céu sobre nós a verdadeira paz. Exultemos de alegria no Senhor.

Alegremo-nos, exultemos, demos graças a Deus e felicitemo-nos mutuamente, porque como anunciou o profeta Isaias “nasceu para nós um menino: foi-nos dado um filho; ele traz nos ombros a maca da realeza; o nome que lhe foi dado é: conselheiro admirável, Deus forte, pai dos tempos futuros, príncipe da paz.”. E o anjo anunciou aos pastores da região de Belém, na noite do nascimento de Jesus, “não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para nós um Salvador, que é o Cristo Senhor”.

Apenas duas vezes no decorrer do ano, a Igreja nos convoca para rezar de noite: na noite de Natal e na noite da Vigília Pascal. Duas noites que nos falam de um único mistério. Nesta noite de Natal, celebramos o início de nossa redenção, da nossa salvação. “Nesta noite a graça de Deus, manifestou-se trazendo a salvação para todos os homens”. Na noite da vigília pascal, celebramos a plenitude da salvação realizada pela paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

No Natal é Deus que se fez homem, um de nós; na Páscoa somos nós que nos tornamos filhos de Deus pelo Espírito Santo derramado em nossos corações. No Natal como na Páscoa, Jesus é o protagonista da história da nossa salvação.

No evangelho desta noite, Lucas mostra-nos que a história está nas mãos de Deus. Através do decreto do Imperador César Augusto, o mais célebre imperador de Roma, Deus prepara o nascimento do Salvador do mundo.

O imperador baixou um decreto ordenando o recenseamento do mundo inteiro. José por ser da família e descendência de Davi, partiu para Belém, sua cidade, juntamente, com sua esposa, Maria, que estava grávida, para registrar-se com ela.

Numa noite santa produziu-se o encontro perfeito entre Deus e o homem em Jesus. Em Jesus estava Deus e o homem. Ele é Deus e homem. O céu e a terra se encontram e Maria é essa ponte de união entre o divino e o humano.

Deus veio ao nosso encontro, abaixou-se, assumiu totalmente a natureza humana para que o homem fosse elevado, divinizado. Esse é o fundamento da dignidade sagrada e inviolável da pessoa humana. Ao unir-se a cada um de nós, Jesus Cristo nos conferiu uma dignidade singular. O valor da pessoa humana é tão grande que o próprio Deus se fez homem.

Essa é a mensagem, a lição perene do Natal de Jesus. Nós cristãos, católicos, estamos convidados, em cada Natal, a redescobrir esse mistério do amor infinito de Deus para conosco e a testemunhá-lo no nosso ambiente social a fim de construirmos um mundo de paz, fruto da justiça, da solidariedade e do perdão.

Hoje é Natal, mas para quem ama, todo dia é, de certa maneira, Natal em seu coração, porque onde há o amor, a caridade, Deus aí habita. Acolhamos Jesus que vem ao nosso encontro nesta Eucaristia para nos renovar, nos transformar para nos fazer instrumentos na construção de um mundo mais humano, de uma vida mais digna para todas as pessoas, sobretudo, para as que sofrem e as mais necessitadas.

A todos os presentes, aos diocesanos, padres, consagrados e fiéis que estão unidos a nós nesta celebração, a todos os missionários redentoristas, que exercem seu trabalho pastoral, com tanto zelo e dedicação, na Arquidiocese de Aparecida, meus votos de Feliz e Santo Natal e que o Menino Jesus, o Príncipe da Paz, abençoe a todos e conceda a todos a sua paz.

Vespera de Natal - Santuário Nacional 2011


Noite santa porque nesta noite celebramos o nascimento do Salvador, que é o Cristo, o Senhor. Hoje desceu do céu sobre nós a verdadeira paz. Exultemos de alegria no Senhor.

Alegremo-nos, exultemos, demos graças a Deus e felicitemo-nos mutuamente, porque como anunciou o profeta Isaias “nasceu para nós um menino: foi-nos dado um filho; ele traz nos ombros a maca da realeza; o nome que lhe foi dado é: conselheiro admirável, Deus forte, pai dos tempos futuros, príncipe da paz.”. E o anjo anunciou aos pastores da região de Belém, na noite do nascimento de Jesus, “não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para nós um Salvador, que é o Cristo Senhor”.

Apenas duas vezes no decorrer do ano, a Igreja nos convoca para rezar de noite: na noite de Natal e na noite da Vigília Pascal. Duas noites que nos falam de um único mistério. Nesta noite de Natal, celebramos o início de nossa redenção, da nossa salvação. “Nesta noite a graça de Deus, manifestou-se trazendo a salvação para todos os homens”. Na noite da vigília pascal, celebramos a plenitude da salvação realizada pela paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

No Natal é Deus que se fez homem, um de nós; na Páscoa somos nós que nos tornamos filhos de Deus pelo Espírito Santo derramado em nossos corações. No Natal como na Páscoa, Jesus é o protagonista da história da nossa salvação.

No evangelho desta noite, Lucas mostra-nos que a história está nas mãos de Deus. Através do decreto do Imperador César Augusto, o mais célebre imperador de Roma, Deus prepara o nascimento do Salvador do mundo.

O imperador baixou um decreto ordenando o recenseamento do mundo inteiro. José por ser da família e descendência de Davi, partiu para Belém, sua cidade, juntamente, com sua esposa, Maria, que estava grávida, para registrar-se com ela.

Numa noite santa produziu-se o encontro perfeito entre Deus e o homem em Jesus. Em Jesus estava Deus e o homem. Ele é Deus e homem. O céu e a terra se encontram e Maria é essa ponte de união entre o divino e o humano.

Deus veio ao nosso encontro, abaixou-se, assumiu totalmente a natureza humana para que o homem fosse elevado, divinizado. Esse é o fundamento da dignidade sagrada e inviolável da pessoa humana. Ao unir-se a cada um de nós, Jesus Cristo nos conferiu uma dignidade singular. O valor da pessoa humana é tão grande que o próprio Deus se fez homem.

Essa é a mensagem, a lição perene do Natal de Jesus. Nós cristãos, católicos, estamos convidados, em cada Natal, a redescobrir esse mistério do amor infinito de Deus para conosco e a testemunhá-lo no nosso ambiente social a fim de construirmos um mundo de paz, fruto da justiça, da solidariedade e do perdão.

Hoje é Natal, mas para quem ama, todo dia é, de certa maneira, Natal em seu coração, porque onde há o amor, a caridade, Deus aí habita. Acolhamos Jesus que vem ao nosso encontro nesta Eucaristia para nos renovar, nos transformar para nos fazer instrumentos na construção de um mundo mais humano, de uma vida mais digna para todas as pessoas, sobretudo, para as que sofrem e as mais necessitadas.

A todos os presentes, aos diocesanos, padres da Arquidiocese, consagrados e fiéis que estão unidos a nós nesta celebração, a todos os missionários redentoristas, que exercem seu trabalho pastoral, com tanto zelo e dedicação, na Arquidiocese de Aparecida, meus votos de Feliz e Santo Natal e que o Menino Jesus, o Príncipe da Paz, abençoe a todos e conceda a todos a sua paz.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Reinauguração da matriz de Conselheiro Lafaiete (MG)


Agradeço a Dom Geraldo Lyrio por ceder-me a presidência desta celebração, e ao Pe. José Maria e ao Sr. Prefeito, o convite para comemorar meu Jubileu Episcopal de Prata e minha nomeação de Cardeal, numa data tão significativa, como a de hoje, na qual se celebram a Solenidade da Padroeira desta Paróquia e a reinauguração de sua histórica matriz, do século XVIII, após sua completa restauração, realizada em parceria com a Paróquia, a Prefeitura Municipal, e a Gerdau Aço Minas.

A antiga matriz, de estilo barroco, agora rejuvenescida e mais bela, se sobressai, ainda mais, com a reforma da praça em frente à sua entrada principal.

Felicito a todos que se empenharam e colaboraram na reforma deste templo, orgulho do povo de Conselheiro Lafaiete e visita obrigatória dos turistas que visitam esta região histórica de Minas Gerais.

Tenho para com esta Matriz de Nossa Senhora da Conceição, um vínculo afetivo todo particular, pois, aqui, nesta Igreja, há 43 anos, no dia 19 de março de 1968, fui ordenado sacerdote por Dom José Newton de Almeida Baptista, primeiro Arcebispo da Arquidiocese de Brasília. Dom Oscar de Oliveira, então Arcebispo de Mariana, enviou-me ao concluir o Curso de Filosofia, em missão, em 1960, para colaborar com a Igreja que estava se formando na Nova Capital do Brasil. Hoje, aqui, estou, cheio de emoção, como Arcebispo de Aparecida e Cardeal da Santa Igreja, para agradecer a Deus o dom de minha vocação sacerdotal e partilhar com todos os lafaietenses, o grande júbilo pela reinauguração desta bela Matriz.

Celebramos, hoje, a solenidade da Imaculada Conceição, padroeira desta paróquia, instituída canonicamente em 1709, localizada no então arraial de Campo Alegre dos Carijós, hoje Conselheiro Lafaiete.

Estamos no Advento e a Virgem Maria ocupa um lugar privilegiado neste tempo de espera do Natal. Maria foi cumulada de toda graça desde sua concepção, no ventre de sua mãe. Ela é toda santa, é cheia de graça, como reza o povo devoto: “Ave Maria, cheia de graça”. Como Maria foi agraciada, e especialmente, amada por Deus, nós também fomos amados por Deus, como diz São Paulo, na segunda leitura de hoje: “Deus nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme decisão de sua vontade, para o louvor de sua glória e da graça com que Ele nos cumulou no seu bem-amado” (Ef 1,5-6). Jesus, o Filho de Maria, nasceu em Belém para nos salvar e nos fazer filhos e filhas de seu Pai e Nele todos nós, irmãos e irmãs. Desde o batismo, participamos desta filiação divina. Esta é a razão de nossa dignidade e nosso maior título de honra, que nos dá paz e alegria, mesmo em meio as dificuldades da vida.

No evangelho, Maria nos é apresentada como Virgem, quer dizer, como aquela que se colocou totalmente, disponível para fazer a vontade de Deus. Isabel é apresentada como estéril, para destacar a ação de Deus no nascimento do seu filho, João Batista, chamado a ser o precursor do Messias. “Para Deus nada é impossível”, disse o Anjo a Maria.

A resposta de Maria ao anúncio do anjo Gabriel ilumina o nosso Advento. “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.” A resposta de Maria expressa sua entrega total ao plano de Deus. “Maria” é o nome que lhe deu seus pais; “cheia de graça”, é o nome que Deus lhe deu e “Serva do Senhor” é o nome que ela se deu a si mesma, o nome com o qual se apresentou ante o chamado para colaborar no plano salvífico do Senhor Deus.

Graças ao seu “sim”, Maria transformou a história da humanidade: o mundo recebeu a salvação definitiva por meio de Jesus, o seu Filho.

O Natal está próximo. Aprendamos com Maria que acolheu cheia de fé, humildade e disponibilidade, o plano de Deus em sua vida, a acolher, também nós, Jesus em nosso coração, neste Natal e a amá-lo sempre mais para imitá-lo e anunciá-lo pela palavra e pelo nosso testemunho de vida.

A todos meus votos antecipados de um Feliz e Santo Natal e um Ano Novo com copiosas bênçãos de Deus e a proteção de Nossa Senhora, a Imaculada Conceição.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

1º Domingo do Advento - Santuário Nacional 2011


Estamos celebrando hoje o primeiro domingo do advento, início do tempo de preparação para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, e nesse tempo litúrgico, realiza-se no Brasil, a Campanha para a Evangelização que vai até o terceiro domingo do Advento.

O advento marca para nós cristãos, o início de um novo ano litúrgico e durante este novo ano, o evangelho em destaque será o evangelho de Marcos.

O tempo do advento, convida-nos a preparar-nos para celebrar o Natal numa dupla prospectiva: na primeira parte do tempo do advento a liturgia convida-nos a nos prepararmos para acolher o Cristo que virá no fim dos tempos e levará à plenitude o seu reino, como Ele nos prometeu. Ele virá julgar os vivos e os mortos, como rezamos no Credo. Na última semana, antes do Natal, a liturgia nos convida a contemplar e a meditar sobre o mistério da encarnação, o nascimento de Jesus, a primeira vinda do Filho de Deus, ocorrida há mais de dois mil anos.

Neste tempo do advento, a liturgia apresenta-nos alguns personagens que devem nos ajudar a iluminar a nossa realidade e a vivê-la segundo o projeto de Deus: Isaias, João Batista, José e a Virgem Maria. O texto de hoje é uma das mais belas e comoventes orações do Antigo Testamento.

O texto do profeta Isaías é do período pós-exílio, quando a cidade de Jerusalém e o templo estavam em ruínas e o povo estava perdendo a esperança, e os esforços para a reconstrução da nação pareciam em vão.

O profeta reconhece que a situação é devida aos pecados do povo, mas não se deixa abater pelo desânimo, ao contrário, ele se abre cheio de confiança a um Deus que sempre mostrou seu amor e sua fidelidade a Israel e o chama de “nosso pai” e “nosso redentor”.

No evangelho, Marcos narra a parábola do homem que partiu para o exterior e confiou a sua casa à responsabilidade de seus empregados, deu a cada um uma tarefa e mandou o porteiro ficar vigiando até a sua volta.

A parábola alerta-nos para a responsabilidade que temos de, a qualquer momento, sermos chamados a prestar contas a Deus, de nossa vida. “Ficai atentos, cuidado! disse Jesus, porque não sabeis quando chegará o momento”.

Cada dia de nossa vida é um presente de Deus. Não somos donos da vida, nem dos dons recebidos, nem dos bens da criação. Somos administradores e teremos de prestar contas do uso dos dons recebidos quando o dono da casa voltar.

No Brasil, a Igreja realiza a Campanha para Evangelização, com o lema: “Ele veio curar nossos males”. A Campanha deste ano convida cada cristão a abrir o coração para acolher Aquele que veio habitar entre nós para nos salvar e dar sentido a nossa vida. “É por isso que a festa do Natal é um momento de singular importância no trabalho evangelizador. É o momento de aprendizado sobre o significado da nossa existência, de descobrirmos em Jesus, quem verdadeiramente somos.” (texto da campanha). A Campanha para a Evangelização tem também a finalidade de angariar recursos que garantam a continuidade do trabalho evangelizador da Igreja no Brasil. A coleta para a Evangelização será feita no 3o domingo do Advento. O Cristo que se fez pobre ao nascer em Belém, assumindo nossa condição frágil e mortal nos ensine a ser generosos e a saber partilhar entre nós não só os bens espirituais, mas também os bens materiais.

Congresso CELAM / Adveniat - 50 anos de fundação











A Ação Episcopal foi fundada na Alemanha, no dia 23 de agosto de 1961, festa de Santa Rosa de Lima, Padroeira da América Latina, por iniciativa do Bispo de Essen, Franz Hengsbach, que decidiu destinar as coletas das missas de Natal realizadas na Alemanha, no ano de 1961, às necessidades pastorais da Igreja da América Latina, como uma maneira de retribuir a ajuda da Igreja na América Latina, em especial da Igreja no Brasil, ao povo alemão, após a 2ª. guerra mundial.

A aceitação da proposta foi tão bem acolhida pelos católicos alemães que a iniciativa que deveria valer somente para o Natal daquele ano, foi renovada para os anos posteriores e a coleta da Adveniat, realizada no tempo do advento em favor da Igreja na América Latina, perdura até hoje. A ajuda da Adveniat é uma colaboração que serve de complemento e de impulso ao esforço na busca de auto-sustentação que vem sendo feito pela Igreja na América Latina; é um apoio às Conferências Episcopais e às Dioceses para que possam se tornar auto-sustentáveis e, no futuro, até ajudar outras Igrejas de outros continentes mais necessitados.

Neste ano, a Adveniat está celebrando seu Jubileu de Ouro de fundação. Nestes 50 anos de vida, a Adveniat, através da oferta dos fiéis católicos das paróquias e comunidades da Alemanha, já financiou mais de 80.000 projetos da Igreja na America Latina, no valor de cerca de 2 bilhões e 300 mil Euros, o equivalente a mais de 4 bilhões de Reais. A Adveniat é uma das colaboradoras mais importantes da Igreja na América Latina, e a Igreja, no Brasil, tem sido uma das mais beneficiadas. Como se pode ver, a ajuda fraterna da Adveniat foi e continua ainda sendo necessária para o trabalho evangelizador da Igreja na América Latina e no Caribe. A nossa Campanha para a Evangelização, realizada no período entre a Festa de Cristo Rei e o 3º domingo do Advento, foi inspirada na Campanha feita pela Adveniat, durante o Advento, na Alemanha. Oxalá, sejamos tão generosos quanto os católicos alemães, não só para sustentar o trabalho evangelizador da Igreja no Brasil, mas também para, colaborar com outras Igrejas, em outros lugares, mais necessitados.

Estamos chegando ao final do ano litúrgico e a liturgia deste tempo nos convida a nos preparar para acolher o Senhor quando ele vier com poder e glória, como juiz, para ver como seus discípulos viveram e estão vivendo esta espera. Não podemos perder de vista a meta final de nossa vida, que é o nosso encontro definitivo com Deus. Só conseguimos avaliar o valor da vida e do tempo que Deus nos deu, quando agimos na perspectiva da eternidade. Nossa vida não se limita somente a este mundo. Nossa pátria definitiva é o céu. Por isso, o evangelho de hoje nos adverte: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida e esse dia não caia de repente sobre vós. Ficai atentos e orai sempre”.

Parabéns a Adveniat pelos 50 anos de fundação e o nosso sincero agradecimento pela ajuda fraterna que a Igreja na América Latina, em especial, o Brasil, tem recebido dos generosos católicos das paróquias e das comunidades da Alemanha. Deus retribua a todos com copiosas graças e Nossa Senhora Aparecida proteja todos que colaboram com a ação Adveniat e que tornam possível sua valiosa ajuda à Igreja na América Latina.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Solenidade de Cristo Rei - Santuário Nacional


Com a solenidade de Cristo, Rei do Universo, concluímos neste domingo o ano litúrgico e, no próximo domingo, entraremos no tempo do Advento em preparação da solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Neste domingo, começa em todo o Brasil a Campanha para a Evangelização que tem como objetivo despertar os cristãos leigos para o compromisso evangelizador e para a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais da Igreja no Brasil. A Campanha para a Evangelização vai até os dias 10 e 11 de dezembro, isto é, terceiro domingo do Advento, dia da Coleta Nacional para a Evangelização, cujo resultado financeiro será destinado a apoiar projetos de evangelização nas dioceses, nos regionais e em todo o Brasil.

Com o tema da Campanha deste ano: “Ele veio curar nossos males”. Natal é tempo de encontro com Jesus. Este encontro acontece por iniciativa dele, que vem ao nosso encontro e quer estabelecer relações conosco, em vista do nosso bem e da superação de todos os males. Ele veio para curar nossas feridas. Jesus revela para nós o verdadeiro sentido da vida humana e o caminho para sua perfeição, consequentemente, para a superação de todas as nossas deficiências e limitações. A Igreja é mistério de comunhão e participação. Desde o nosso batismo pertencemos a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo e por isso temos o direito e o dever de participar da missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todos e em todos os lugares.

A comunhão deve manifestar-se não só na partilha dos dons espirituais, mas também, na partilha dos bens materiais que contribuirá para o trabalho pastoral da Igreja e testemunhará o compromisso evangelizador e a generosidade de todo o povo de Deus.

Ao celebrar neste domingo a solenidade de Cristo Rei a Igreja nos recorda que não temos outro rei a não ser Jesus. O evangelho de hoje que acabamos de escutar nos diz que ter Jesus Cristo como rei não é apenas louvá-lo com a boca, mas é, sobretudo, seguir o caminho que Ele nos ensinou, que é caminho do amor, da prática da caridade para com todos, especialmente, para com os mais necessitados com os quais Jesus se identifica: “Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes”.

Todos somos filhos de Deus e irmãos de Jesus Cristo, e em Jesus Cristo, e por isso, temos uma dignidade singular. A fé nos faz descobrir no próximo o nosso irmão, a imagem do próprio Cristo. O evangelho de hoje, diz que no fim de nossa vida e no juízo final, seremos julgados pelo amor e que Deus nos pedirá contas não só do mal que fizemos, mas também do bem que deixamos de fazer por falta de amor.

Hoje é também o Dia do Leigo que é chamado em virtude do batismo a ser construtor do Reino de Cristo no mundo “reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”. É próprio do cristão leigo contribuir com seus dons para tornar este mundo mais humano e fraterno e fazer da política um verdadeiro serviço prestado ao homem e a sociedade.

Que Maria nos ensine que reinar com Cristo é servir; é trabalhar por um mundo de justiça, de amor e de paz.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

3ª Romaria Nacional da Juventude - Santuário Nacional


Ao recordar o entusiasmo e a alegria dos dois milhões de jovens na Jornada Mundial da Juventude, em Madri, há alguns meses, e com o olhar esperançoso na 28ª. Jornada Mundial da Juventude a realizar-se no Rio de Janeiro, em julho de 2013, saúdo, cordialmente, a todos vocês queridos jovens: Sejam bem-vindos ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida!

A 3ª. Romaria Nacional da Juventude adquire este ano um significado todo especial com a presença da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora que estão percorrendo, desde o mês de setembro, as Dioceses de todo o Brasil, símbolos marcantes da Jornada Mundial da Juventude.

Numa grande festa no Campo de Marte, em São Paulo, com a participação de cerca de cem mil jovens, acolhemos, no dia 18 de setembro passado, chegados da Espanha, a Cruz e o Ícone. Naquela ocasião, os jovens testemunharam com entusiasmo e alegria, a fé no Cristo Redentor e em Maria, Mãe do Salvador.

A cruz de Cristo “símbolo do amor de Cristo pela humanidade anuncia a todos que só na morte e ressurreição de Cristo é que poderemos encontrar salvação e redenção”. O Ícone de Maria que sempre acompanha a cruz é a lembrança de que Nossa Senhora é a Mãe Auxiliadora de todos os jovens.

A cruz e o ícone sairão daqui de Aparecida para continuar a peregrinação por outras dioceses do Brasil e retornará à Arquidiocese de Aparecida em 2013, antes de seguir para a cidade do Rio de Janeiro, para a realização da 28ª Jornada Mundial da Juventude.

A palavra de Deus que escutamos na primeira leitura nos mostrou o exemplo corajoso de Eleazar, ancião de 90 anos que preferiu a morte a viver desonrado. É um exemplo para todos nós!

No Evangelho, Lucas narra a conversão de Zaqueu, chefe dos cobradores de impostos, pequeno de estatura, que fez fortuna sem compromisso social e ético. Lucas diz-nos que Zaqueu “procurava ver quem era Jesus e para isso, subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali”.

Zaqueu procurava algo mais na sua vida, não estava satisfeito com a fortuna que acumulou. A angústia existencial de Zaqueu fez-me recordar as palavras do saudoso Papa João Paulo II, no Jubileu da Juventude, em Roma, no ano 2000: “a juventude sente um anseio profundo daqueles valores autênticos que tem em Cristo a sua plenitude. Porventura não é o Cristo, dizia João Paulo II, o segredo da verdadeira liberdade e da alegria profunda do coração? Não é o Cristo o maior amigo e, simultaneamente, o educador de toda a amizade autêntica?”

Mais importante do que o olhar de Zaqueu para Jesus, foi o olhar de Jesus para Zaqueu. Jesus olhou para cima, viu Zaqueu e lhe disse: “desça depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”

Esse encontro de Zaqueu com Jesus, provocou nele uma mudança profunda. Zaqueu converteu-se e traduziu esta mudança de vida no desapego dos bens materiais e na solidariedade com os mais pobres: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres e dos bens que adquiri, desonestamente, devolverei quatro vezes mais”.

Jovens, não tenham medo! Recordo-lhes o que escreveram os bispos reunidos em Aparecida, em 2007, para a V Conferência: “os jovens não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida, mas sim uma vida sem sentido” (DA 443).

“Hoje a salvação entrou nesta casa, disse Jesus a Zaqueu. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.

Jovens, tenham fé! Botem fé” ! Todos nós temos possibilidade de renovar a vida, como Zaqueu. Vocês são a esperança da Igreja, da sociedade que só encontrará um sentido pleno em Jesus Cristo. Só ele pode descortinar-lhes um novo horizonte.

Concluo com as palavra do Papa Bento XVI, em sua carta “Porta Fidei”, Porta da Fé, com a qual anuncia o Ano da Fé, a ser celebrado de outubro de 2012 a outubro de 2013. Escreve Bento XVI: “a própria razão do homem traz inscrita em si mesma a exigência daquilo que vale e permanece sempre. Esta exigência constitui um convite permanente, inscrito indelevelmente, no coração do homem, para caminhar ao encontro d´Aquele que não teríamos procurado se Ele mesmo não tivesse já vindo ao nosso encontro. É precisamente a este encontro que nos convida e abre plenamente a fé” (PF,10).

Nossa Senhora Aparecida nos acompanhe com sua proteção! Jovens tenham fé! Botem fé em Jesus Cristo e na vida! Vale a pena colocar a vida e os dons que Deus lhes deu a serviço do bem de todos, de um mundo mais justo, mais humano e fraterno.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Novembro, mês em que recordamos e rezamos por nossos entes queridos !


No mês de novembro, celebramos, cada ano, no calendário da Igreja, duas festas próximas uma da outra: a comemoração dos Fiéis Defuntos, no dia 02, e a Festa de Todos os Santos no domingo, após o dia 1º.

A festa dos Fiéis Defuntos foi introduzida no ano de 998 pelo abade Odilo, monge do mosteiro de Cluny, na França. Aos poucos, se estendeu para toda a Igreja. Em todas as nações e culturas encontramos diferentes maneiras de comemorar os seus mortos.

O dia de Finados é um dia não só de recordação de nossos entes queridos, mas também, de oração por eles e pelos desconhecidos para que, purificados e transformados pelo amor de Deus, alcancem a felicidade do céu. Recorda-nos, ainda, que somos todos peregrinos e que estamos a caminho da pátria definitiva – o céu -, pois pelo batismo fomos feitos filhos e herdeiros de Deus e o nosso Deus nos criou não para a morte, mas para a vida. A Eucaristia, alimento que Jesus nos deixou, é a garantia de vida eterna. “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54). No final do capítulo 15, da primeira carta aos Coríntios, São Paulo depois de ter anunciado a “boa notícia” da ressurreição aos Coríntios e que eles aceitaram com fé, exclama cheio de júbilo: “onde está, ó morte, tua vitória. Graças sejam dados a Deus, que nos dá a vitória por meio do Senhor nosso Jesus Cristo. Ficai convencidos de que vossa fadiga pelo Senhor não será inútil” (I Cor 15,55-58).

Na Festa de Todos os Santos celebramos a multidão dos que estão diante de Deus para sempre: todos os santos e os anjos. Ao celebrar a Festa de Todos os Santos devemos recordar que a vocação de todos nós é a busca da santidade que se realiza na íntima união com Cristo, e, Nele com a Santíssima Trindade, iluminando e ordenando as realidades temporais, segundo Deus.

Os santos são nossos intercessores junto de Deus. “Não choreis, eu vos serei mais útil depois de minha morte do que durante a minha vida”. Com estas palavras São Domingos, antes de morrer, consolava seus irmãos. E Santa Terezinha do Menino Jesus dizia: “Passarei o meu céu fazendo o bem sobre a terra”.Além de intercessores os santos são, sobretudo, modelos e exemplos de vida que nos iluminam e nos fortalecem na nossa caminhada e a melhor maneira de honrá-los é imitar suas virtudes.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Festa da Padroeira 2011








Dou cordiais boas-vindas a senhora Immaculèe Ilibagiza, que sobreviveu, miraculosamente, ao genocídio ocorrido em Ruanda, em 1994. Emigrou para os Estados Unidos e trabalhou nas Nações Unidas (ONU).

É mãe de dois filhos e, atualmente, se dedica à Fundação que traz o seu nome: Fundação Ilibagiza, dedicada a ajudar outros sobreviventes a se recuperarem dos efeitos traumáticos produzidos pela guerra. Sua sobrevivência é obra da divina providência que preservou sua vida para que pudesse contar sua história e os horrores da guerra e lutar por um mundo mais justo, sem discriminação, sem ódio, sem violência, no qual todos possam viver como filhos de Deus e irmãos uns dos outros. Seja bem-vinda, senhora Immaculèe Ilibagiza, e que Nossa Senhora Aparecida proteja a senhora, sua família e o seu trabalho pela paz.

Em outubro de 1717, três simples pescadores foram mandados ao rio Paraíba a fim de trazer peixes para o Conde de Assumar que iria passar por Guaratinguetá a caminho da Capitania de Minas Gerais, então pertencente a capitania de São Paulo. Após lançarem a rede várias vezes, sem nenhum resultado, ao chegarem com sua canoas ao Porto de Itaguaçu, um dos pescadores, João Alves, lançou novamente a rede e tirou das águas o corpo de uma imagem, sem cabeça. Lançando a rede mais abaixo, outra vez, retirou a cabeça da mesma imagem. Era uma estátua da Imaculada Conceição que ninguém sabe como fora parar ali. Ao continuar a pescaria, não tendo até então apanhado nenhum peixe, dali por diante foi tão copiosa a pescaria que os três pescadores admirados do sucesso, viram na pesca e no encontro da imagem um sinal da proteção do céu, da Senhora da Conceição, representada naquela imagem de terracota, pequena e escura. Felipe Pedroso recolheu, com respeito, a pequenina imagem, envolveu-a em um pano e a levou para a casa. Mais tarde, foi levada para um oratório, no Porto de Itaguaçu, onde começou a devoção a Nossa Senhora da Conceição, que, logo foi chamada, carinhosamente, de Nossa Senhora Aparecida.

Vinte e seis anos mais tarde, no dia 05 de maio de 1743, Dom Frei João da Cruz, Bispo da Diocese do Rio de Janeiro, que na época abrangia a Capitania de São Paulo e quase toda a de Minas Gerais, assinou em Mariana, antiga vila do Ribeirão do Carmo, o decreto canônico, erigindo a Capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Dois anos mais tarde, o mesmo Dom Frei João da Cruz, achando-se em Mariana, novamente, em preparativos para a criação da Diocese de Mariana e ciente de já haver sido edificada, no alto do Morro dos Coqueiros, a capela de Aparecida, autorizou por provisão do dia 22 de maio de 1745, a sua bênção litúrgica e o culto divino da mesma. (cf. Oliveira, Oscar. Virgem Maria: Mãe de Deus e Mãe dos Homens. Mariana: Editora Dom Viçoso, 1968, p. 151).

Quase dois séculos mais tarde, a pequena Capela foi substituída pela atual Matriz Basílica que foi sagrada e inaugurada no dia 08 de setembro de 1909, por Dom Duarte Leopoldo e Silva, Arcebispo de São Paulo. Com o fluxo de romeiros cada vez mais numeroso, tornou-se necessário a construção de um novo templo, com capacidade para acolher um maior número de romeiros.

No dia 11 de novembro de 1955, com a bênção do senhor Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, Arcebispo de São Paulo, iniciou-se a construção deste grandioso Santuário, projetado pelo arquiteto Benedito Calixto. No dia 04 de julho de 1980, o Papa João Paulo II, em sua 1ª visita ao Brasil, fez a sagração deste magnífico templo, cuja construção tem sido levada adiante graças a colaboração generosa dos devotos de Nossa Senhora Aparecida e ao zelo pastoral incansável dos missionários redentoristas que, desde 28 de outubro de 1894, a pedido de Dom Lino de Carvalho Deodato, 8º. Bispo de São Paulo, assumiram o cuidado pastoral do Santuário.

Hoje, são mais de 10 milhões de devotos de Nossa Senhora Aparecida que visitam este Santuário e, com a Rede Aparecida de Comunicação, este Santuário, parafraseando o Papa João Paulo II, “se converteu, não só para os romeiros, mas também, para o Brasil, em antena permanente da boa nova da salvação.”

Os textos das leituras que acabamos de escutar nos fazem referência ao tema da festa da Padroeira, deste ano: “Senhora Aparecida, reflexo do coração materno de Deus”.

Ester, órfã de pai e mãe, foi eleita esposa do rei Assuero, rei da Pérsia e pela sua beleza, prudência e sua confiança em Deus, obteve a libertação do povo judeu que tinha sido condenado ao extermínio por um edito real. A tradição cristã viu no papel desempenhado por Ester em favor do seu povo, a prefiguração de Maria, na sua função materna e de advogada nossa diante de Deus. Esta confiança na missão de Maria de defensora do povo cristão foi expressa na primeira oração mariana, composta no Egito, no século 3º.: “Sob a vossa proteção nós nos refugiamos, ó Santa Mãe de Deus. Não desprezeis nossas súplicas, mas livrai-nos de todos os perigos, Virgem gloriosa e bendita”. No decorrer dos séculos, Nossa Senhora tem sido sempre invocada pelos cristãos em suas súplicas, sobretudo, nos momentos difíceis. Diante de Cristo, mediador entre Deus e os homens, Maria é a nossa mãe que está continuamente intercedendo por nós seus filhos. Se os santos podem interceder em nosso favor, com maior razão a Virgem Maria, mãe de Deus e nossa mãe!

No evangelho, São João faz referência a um casamento em Caná da Galiléia e destaca, neste episódio, a presença da mãe de Jesus, do próprio Jesus e de seus discípulos. Durante o banquete o vinho veio a faltar. Quem dá conta da situação de angústia dos noivos é Maria e ela apenas diz a Jesus: “Eles não têm mais vinho”. A resposta de Jesus parece de indiferença à preocupação de Maria. “Mulher, porque me dizes isso a mim? Minha hora ainda não chegou”. A resposta de Jesus é um semitismo, isto é, uma maneira normal da época de se dirigir as mulheres, como vemos no diálogo com a mulher adúltera; no diálogo com a Samaritana; e a mesma expressão é usada também por ele, no Calvário, quando se dirige a Maria ao pé da cruz: “Mulher, eis aí teu Filho.”

A hora de Jesus, no evangelho de João, é a hora de sua glorificação definitiva, de sua volta ao Pai após sua morte e ressurreição, por isso, ele diz que sua hora ainda não chegou. Maria compreende o significado profundo da resposta de Jesus, e sua hora fixada pelo Pai não será antecipada. Maria, porém, com plena confiança e esperança de que seu Filho haveria de resolver a situação, diz aos serventes: “Fazei tudo o que vos disser”. Este primeiro milagre que se realizou, no inicio de sua vida pública, a pedido de Maria, é o anúncio simbólico da hora de Jesus, da manifestação da sua glória e os seus discípulos creram nele.

Maria é o reflexo humano do coração materno de Deus. Por isso, os fiéis recorrem a ela com tanta devoção, pois sentem intuitivamente este amor materno. Sabem que Maria compreende sua dor e seus desejos, entende suas limitações. Reconhecem em Maria a nossa irmã, que viveu como perfeita discípula de Jesus com esperança e coragem. Reverenciam a Senhora Aparecida como Mãe nossa, que reúne os filhos e filhas debaixo de seu imenso manto. Pois o povo costuma dizer: “em coração de mãe sempre cabe mais um filho”. No cuidado e na ternura de Maria se reflete a bondade de Deus. No seu canto, chamado “Magnificat”, ressoa a voz do Deus que olha com carinho especial para os pobres e injustiçados deste mundo.

Podemos dizer, com certeza: Maria é reflexo do amor de Deus. Ela não é fonte. Por isso, no culto católico, Nossa Senhora não ocupa o lugar de Jesus, que é o único mediador entre Deus e a humanidade, como afirma São Paulo, na primeira epístola a Timóteo. Maria consegue as graças que pedimos, mas é Deus que as concede.

Hoje, dia da Padroeira e Rainha do Brasil, rogamos à Mãe de Deus, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que cuide de nosso amado e continental país, que foi confiado à sua proteção como Padroeira principal de nossa Nação Brasileira e de sua boa gente. Que a Senhora Aparecida faça crescer em todos nós a fé em Jesus, o compromisso de anunciá-Lo aos nossos irmãos, a consciência cidadã, a responsabilidade de cuidar também dos mais fracos e de proteger o meio ambiente.

Confiantes, suplicamos à Mãe de Jesus que faça de cada um de nós e das nossas comunidades, reflexo da misericórdia de Deus. Alegres, recorremos à Mãe Aparecida, dizendo: “Maria, reflexo do coração materno de Deus”, rogai por nós. Amém!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

28º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional















Dentre as experiências que mais valorizamos e apreciamos, merece destaque aqueles momentos de convivência, de encontros alegres e felizes que passamos em companhia de nossos familiares ou amigos, freqüentemente, ocorridos durante uma refeição. Saimos desses encontros confortados, reabastecidos e com o desejo de que se repitam mais vezes.


As leituras deste domingo que acabamos de escutar nos falam de um banquete de bodas para nos fazer entender a vida eterna, o céu para onde todos nós estamos caminhando.


Na primeira leitura de hoje, do profeta Isaías, Deus promete uma felicidade extraordinária, simbolizada por um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro.


No evangelho, inspirado em Isaías, Jesus compara o reino dos céus a um banquete de casamento que o rei preparou para o seu filho.


A Escritura usa diversas imagens, como, o banquete de bodas, a Casa do Pai, a Jerusalém Celeste, o paraíso e outras mais, para nos falar dessa felicidade que Deus nos prepara e que consiste na união com Ele, felicidade iniciada aqui na terra, mas que só será plena, completa no céu.


Este mistério de comunhão feliz com Deus e com todos os que estão em Cristo supera toda compreensão e toda representação. Conforme São Paulo, na primeira carta aos Coríntios, “aquilo que o olho não viu nem o ouvido ouviu nem a mente humana concebeu, isso Deus preparou para os que O amam.” (I Cor 2,9) ou o esperam, segundo o texto do profeta Isaías.


O céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado supremo e definitivo de felicidade. “Deus nos fez para ele, diz Santo Agostinho, e nosso coração permanece inquieto enquanto não encontrar em Deus o seu repouso”.


A nossa meta final é um banquete, uma festa, por isso, não se compreende um cristão triste, sem esperança, mesmo que tenha que enfrentar dificuldades, contrariedades.


Todos somos convidados, sem distinção, a participar do banquete do reino dos céus. Para isso, temos que nos tornar discípulos de Cristo e viver de maneira coerente com essa opção de fé. É necessário ter o “o traje de festa”, o que significa estar à altura do chamado, isto é, levar uma conduta, uma vida de honestidade, de solidariedade, de justiça, de compromisso transformador da sociedade. A oferta da salvação é ampla e generosa; nós é que corremos o risco de nos envolvermos em nossos negócios, nos distrairmos com tantas coisas fúteis e deixarmos de lado o mais importante que é o de escutar o apelo de Deus em nossa vida.


A Eucaristia é antecipação do banquete do Reino. “Desta grande esperança do banquete do reino dos céus não temos garantia mais segura, sinal mais manifesto que a Eucaristia. Cada vez que se celebra esse mistério, se realiza a obra de nossa redenção e partimos um mesmo pão que é remédio de imortalidade, antídoto para não morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre” (CIC 1405).

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Outubro, mês da padroeira do Brasil


Dia 12 de outubro, celebramos a solenidade de Nossa Senhora Aparecida, declarada a padroeira do Brasil pelo Papa Pio XI, em 1930, e aclamada oficialmente como Rainha e Padroeira de nossa pátria em 1931, na cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal, na presença de uma multidão de fiéis e do Governo brasileiro.

Apesar do título de Rainha e Padroeira do Brasil, a Mãe de Deus e nossa, quis manifestar-se de maneira simples e discreta: em 1717, nas águas do rio Paraíba, três pescadores - João Alves, Domingos Garcia e Felipe Pedroso – depois de muito trabalho em vão, conseguiram, finalmente, apanhar grande quantidade de peixes, após terem encontrado em dois lances das redes, o corpo e a cabeça de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. A sabedoria, e, principalmente, a fé, destes três pescadores, fizeram com que eles conseguissem ver neste fato um sinal da presença de Deus. A fé que não permitiu que eles jogassem de volta para as águas do rio Paraíba a pequena imagem da Virgem da Conceição que acabara de ser encontrada, foi a mesma que inspirou um deles a levá-la para sua casa, para, a partir deste momento, ser venerada sob o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida porque foi achada (aparecida) nas águas.

A devoção começou modestamente com a reza do terço e aos poucos, com o crescimento do número de devotos e a multiplicação das graças alcançadas, atribuídas a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, viu-se a necessidade de construir, em 1745, uma capela, no Morro dos Coqueiros, onde se encontra hoje a Basílica Antiga. E, em 1955, deu-se início a construção do atual Santuário - o maior santuário mariano do mundo. Hoje, o Santuário recebe, anualmente, cerca de 10 milhões de devotos, vindos de toda parte do Brasil e também de outros países que chegam à Casa da Mãe para louvar, pedir e agradecer pelas graças alcançadas.

A devoção a nossa Mãe Aparecida, como vimos, surgiu de maneira muito simples e humilde, sem fato espetacular, assim como, o nascimento do seu Filho Jesus, que mesmo sendo Rei e nosso Salvador, escolheu vir ao mundo por meio de Maria, uma menina pobre de Nazaré, e nascer num estábulo, cercado por pastores e animais. Isto nos faz compreender melhor a predileção de Deus para com os pobres e humildes.

Não podemos esquecer, também, que no Brasil, outubro é o mês dedicado às crianças e que dia 12 é também o seu dia. Jesus tinha especial atenção para com as crianças: “Deixai as crianças virem a mim e não as impeçais, pois a pessoas assim é que pertence o Reino de Deus”. (Lc 18, 16). A todas as crianças, meus parabéns! Que todas, sem distinção, de raça ou classe social, tenham seus direitos fundamentais garantidos e, assim, possam crescer num lar cristão, numa família, onde se sintam protegidas, respeitadas e amadas.

27º Domingo do tempo comum - mês missionário e Campanha São Paulo pela Vida


A Arquidiocese de Aparecida se une às Dioceses do Estado de São Paulo em apoio à Campanha “São Paulo pela Vida”. Por meio de uma iniciativa popular queremos que seja incluído na legislação de São Paulo uma emenda constitucional, garantindo o direito a vida desde a concepção até o seu termo natural.

A vida é dom de Deus e cabe a nós acolhê-la, defendê-la e promovê-la. São necessárias 300mil assinaturas, já se alcançaram 30mil, isto é, 10% do total de assinaturas requeridas. Convido a todos os presentes e os que nos acompanham pelos MCS que se unam a nós e participem desta Campanha em favor da vida, direito fundamental de todos os demais direitos humanos.

O mês de outubro é também muito especial para os devotos de Nossa Senhora Aparecida, pois neste mês, celebraremos a festa da Padroeira e Rainha do Brasil. Aproveito para convidá-lo a participar, aqui no Santuário, ou através da TV Aparecida e da Rede Católica de Rádio, da novena em louvor a Nossa Senhora Aparecida, que começa dia 03, amanhã e se encerra dia 11 com a Festa da Padroeira, dia 12.

Outubro é também o mês missionário. Na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões a ser celebrado no dia 23 de outubro, com a coleta em todas as comunidades do Brasil, destinada a ajudar a realização das tarefas de evangelização nos territórios de missão, o Santo Padre Bento XVI nos recorda que o “Evangelho não é um bem exclusivo de quem o recebeu, mas é um dom a partilhar com os outros.” O tema da Jornada Mundial da Juventude, a realizar-se no Rio de Janeiro, em julho de 2013, recorda, cada um de nós, o dever de ser missionário: “Ide por todo o mundo e fazei discípulos todos os povos”. O lema da CF do próximo ano também é missionário: “Eis-me aqui, Senhor! Envia-me”

Na primeira leitura, o profeta Isaias por meio da parábola da vinha, compara o povo de Israel a uma vinha e recorda a generosidade e a bondade de Deus para com seu povo eleito. Deus ofereceu a Israel, sua vinha predileta, todas as condições favoráveis para o seu crescimento, e esperava do seu povo frutos de justiça, de fraternidade e não sacrifícios ou templos grandiosos como as divindades pagãs. Israel, porém, não retribuiu, como devia, o carinho do seu Senhor. Desviou-se do verdadeiro Deus e caiu em muitos vícios.

O evangelho retoma a parábola da vinha para mostrar a relação de Deus com seu povo, uma relação que entrou numa profunda crise e, finalmente, terminou num fracasso: a morte do filho, conseqüência do endurecimento do coração do povo de Israel.

A recusa de Israel leva a Deus a confiar seu projeto, sem excluir nenhum povo, inclusive, o povo judeu, a um novo povo que dará frutos, e este novo povo de Deus é a Igreja que tem sua origem e seu fundamento no Cristo ressuscitado, o filho de Deus, Salvador da humanidade.

Nós somos a vinha que mereceu todos os favores de Deus. Daí a nossa responsabilidade de cuidar da vinha do Senhor e produzir frutos, “ocupando-nos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso” como aconselha Paulo aos Filipenses , na 2ª. leitura deste domingo.

Com a sua ressurreição, Jesus “a pedra que os construtores rejeitaram, se tornou a pedra angular.” Com a ressurreição de Jesus, Deus-Pai revela e ratifica a dignidade transcendente do seu Filho.

É claro que a paixão e morte de Jesus não pode ser imputada indistintamente a todos os judeus que viviam na época, nem aos judeus de hoje. “Todos nós, pecadores, somos os autores e os instrumentos de todos os sofrimentos que padeceu o divino Redentor” (CIC 597-598; 595-601).

Agradeçamos a Deus que nos escolheu para fazer parte de sua vinha, isto é, de sua Igreja, e lhe peçamos que nos ajude com sua graça a dar frutos de santidade em nossa vida para alcançarmos um dia o Reino dos céus.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

24ª Romaria dos Trabalhadores - Santuário Nacional - 07/09/2011


Hoje, no Dia da Pátria, realiza-se a 24ª Romaria dos Trabalhadores ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, e desde 1995, na mesma data, acontece o Grito dos Excluídos, em Aparecida, promovido pelas pastorais sociais.

São Paulo na primeira leitura de hoje, na carta aos Colossenses, nos recorda que se pelo batismo morremos com Cristo e ressuscitamos com ele, devemos procurar as coisas do alto e não as da terra. O que significa este apelo de Paulo? Será que devemos sonhar só com a felicidade no céu e deixar de lado nossos compromissos como cidadãos e cristãos, aqui, na terra? Interpretar o texto de São Paulo assim, seria um erro.


A vida futura para o cristão já iniciou aqui na terra. A vida com Cristo ressuscitado já começou para o cristão, com o batismo. Não devemos esperar começar a vier uma vida nova em Cristo, somente depois da morte. Buscar as coisas do alto significa buscar os verdadeiros valores: a solidariedade, o verdadeiro amor, a paz, a honestidade, a defesa da vida, o desapego dos bens materiais, a moralidade sexual.

A vocação cristã não é fuga do mundo, mas compromisso de transformação positiva do mundo e o cristão, graças a força que brota da ressurreição de Cristo, pode vencer o mal e a morte e renovar em Cristo, o mundo.

O evangelho de hoje, nos falam das bem-aventuranças, segundo o evangelho de Lucas. O cristão não deve conformar-se ao mundo por medo de ser criticado ou então, pelo desejo de ser elogiado pelos outros. Se nos criticam porque não vivemos a nossa vocação cristã, então, devemos mudar. Se nos criticam, porém, porque vivemos segundo o evangelho, devemos permanecer firmes na nossa esperança e na fidelidade a Cristo.

Nesta Eucaristia vamos agradecer e louvar a Deus pelo dom da criação, reflexo da sabedoria e beleza do Criador. Deus encomendou ao homem e à mulher sua obra criadora para que a cultivasse e guardasse (Gn 2,15). As gerações que nos sucederão tem direito a receber um mundo habitável e não um planeta com ar contaminado.

Agradeçamos, também, a todos que se empenham corajosamente na luta em defesa da vida e do ambiente, e peçamos o perdão de Deus pelos ataques contra a vida humana e contra a vida, em geral, no nosso planeta e comprometamo-nos a lutar pela vida, pela dignidade e integridade da pessoa humana e a cuidar da criação como casa de todos os seres vivos e matriz da vida do planeta.

Nesta Eucaristia, peçamos a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira e Rainha do Brasil, que ilumine e proteja nossos governantes para que governem com justiça e promovam o desenvolvimento do nosso país para o bem comum de todo o povo brasileiro.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

23º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional


Pelo batismo, tornam-nos filhos de Deus, herdeiros do reino dos céus e membros da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Formamos uma só Igreja e essa unidade entre nós se manifesta de maneira mais visível na celebração da eucaristia, onde, embora sendo muitos, formamos um só corpo, pois, partilhamos o único pão, que é o corpo de Cristo (I Cor 10, 16-17).

As leituras de hoje, do profeta Ezequiel e do evangelho de Mateus nos recordam que ao vivermos em comunidade, somos corresponsáveis pelos outros e não podemos viver nossa vida isoladamente, por nossa própria conta.

Na primeira leitura, o profeta Ezequiel sente-se corresponsável pela salvação e condenação do seu povo, por isso, convida a denunciar o pecado do povo de Israel.

Mateus, no capítulo 18 do seu evangelho reúne algumas orientações práticas, dadas por Jesus, para a vida de comunidade cristã. No próximo domingo, continuaremos a escutar outras orientações para a vida em comunidade. No texto deste domingo, Mateus nos convida a reconciliação fraterna, priorizando o diálogo, baseado no amor.

Pelo batismo participamos da missão profética de Cristo e por isso não podemos ficar indiferentes ou omissos diante do mal neste mundo e na nossa comunidade eclesial.

Temos o direito e o dever de participar na vida de nossa comunidade eclesial, colaborando nas diversas pastorais, serviços, conselhos de administração e de pastoral, ajudando a melhorar as coisas com a nossa palavra e o nosso trabalho.

No âmbito da vida familiar, os esposos podem ajudar-se mutuamente na correção de alguma falha. Os pais, no diálogo com os filhos, devem mostrar-lhes o caminho do bem e ajudá-los a retomar este caminho, quando dele se afastaram. A correção fraterna produz o efeito desejado quando é exercida no diálogo feito, oportunamente, e motivada pelo amor ao nosso próximo. São Paulo, na 2ª leitura, nos recorda que “o amor não faz nenhum mal contra o próximo e que o amor é um cumprimento perfeito da lei.”

Na vida civil, como cidadão, tudo o que diz respeito ao bem-comum da sociedade não pode ser estranho a nós. Devo exercer a minha missão profética, de denunciar o pecado existente nas estruturas sociais, como a injustiça, a corrupção, a violência, o que fere a dignidade humana, enfim, tudo que vai contra o evangelho.

Cristo ressuscitado está presente de muitas maneiras em sua Igreja. O evangelho de hoje nos lembra que Ele está presente quando nos reunimos para orar: “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles” (Mt 18,20). Estamos aqui reunidos em nome de Jesus. No seu Espírito escutamos a Palavra de Deus. Pela força do seu Espírito o pão e o vinho se transformaram no corpo do Senhor. Peçamos também ao Espírito Santo que transforme nossa mente e nosso coração, para que sejamos promotores da reconciliação em nosso meio através do diálogo baseado na verdade e no amor.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Setembro, mês da Bíblia


Estamos em setembro, e no Brasil já é uma tradição que este mês seja lembrado como o “Mês da Bíblia”. Setembro foi escolhido pelos Bispos do Brasil como o mês da Bíblia, em razão da festa de São Jerônimo, celebrada no dia 30. São Jerônimo, que viveu entre 340 e 420, foi o secretário do papa Dâmaso e por ele encarregado de revisar a tradução latina da Sagrada Escritura. Essa versão latina feita por São Jerônimo recebeu o nome de Vulgata, que, em latim, significa popular e o seu trabalho é referência nas traduções da Bíblia até os nossos dias.

Ao celebrar o mês da Bíblia, a Igreja nos convida a conhecer mais a fundo a Palavra de Deus, a amá-la, cada vez mais, e a fazer dela, cada dia, uma leitura meditada e rezada. É essencial ao discípulo missionário o contato com a Palavra de Deus para ficar solidamente firmado em Cristo e poder testemunhá-lo no mundo presente, tão necessitado de sua presença. “Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo. Se queremos ser discípulos e missionários de Jesus Cristo é indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus. É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida cristã na rocha da Palavra de Deus” (DA 247).

A Bíblia contém tudo aquilo que Deus quis nos comunicar em relação a nossa salvação. Jesus é o centro e o coração da Bíblia. Em Jesus se cumprem todas as promessas feitas no Antigo Testamento para o Povo de Deus.
Ao lê-la, não devemos nos esquecer que Cristo é o ápice da revelação de Deus. Ele é a Palavra viva de Deus. Todas as palavras da Sagrada Escritura tem seu sentido definitivo Nele, porque é no mistério de sua morte e ressurreição que o plano de Deus para a nossa salvação se cumpre plenamente.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

22º Domingo do Tempo Comum - Dia do Catequista - Santuário Nacional


A primeira leitura deste domingo, do profeta Jeremias, ajuda-nos a compreender melhor o texto do evangelho de Mateus que acabamos de escutar.

Jeremias foi chamado por Deus para a missão de profeta aos 19 anos. Viveu num período dramático da história de Israel. Era uma pessoa muita sensível, terna e, no entanto, teve de lutar contra reis, falsos profetas, o povo e seus sacerdotes por causa da infidelidade deles ao Senhor. Anuncia a destruição do templo e da cidade de Jerusalém como sinal do juízo de Deus. Foi preso, ameaçado de morte. Sua vida de abnegação e de sofrimento a serviço de Deus fez dele uma figura de Cristo.

No evangelho, Jesus anuncia pela primeira vez, aos seus discípulos o seu mistério pascal: sua paixão, morte e ressurreição.

Pedro, pouco antes, como escutamos no evangelho do domingo passado, havia proclamado que Jesus era o Messias, o Filho do Deus vivo. Para ele e os outros discípulos era difícil compreender o anúncio da paixão feita por Jesus, pois eles aguardavam um Messias glorioso, poderoso, investido do poder de Deus para construir uma nação livre e forte: um rei vencedor dos inimigos e esperavam para si um futuro cheio de glória. Por isso, Pedro reagiu, dizendo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!”

Da mesma forma que Jesus rejeitou a proposta de demônio, no início do seu ministério, também, agora, rejeita veementemente a proposta de Pedro e convida os seus seguidores a assumirem o seu projeto pascal: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me; pois quem salvar a sua vida, vai perdê-la; quem perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la”.

Jesus não veio para libertar um território ou um povo; a salvação que ele realiza com a entrega de sua vida é vida plena para todos os povos de todas as nações e de todos os tempos.


Jesus sabe que deve passar pelo caminho da cruz, do sacrifício, para chegar à vida, à ressurreição. O caminho do discípulo não é diferente do caminho do Mestre. O seu caminho passa também pela cruz.

Não há santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual implica auto-domínio, renúncia ao próprio egoísmo, que conduzem, gradualmente, a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças.

Todos nós experimentamos no íntimo do nosso coração o desejo de vida plena, de felicidade e o apelo para o amor. Foi Deus quem nos criou assim. Jesus, no evangelho de hoje, nos dá uma orientação de como realizar essas aspirações profundas do nosso ser.

O evangelho de hoje nos diz que se quisermos alcançar a vida, a felicidade, devemos progredir no amor, libertar-nos do egoísmo que nos leva a procurar somente nossa satisfação, a nossa felicidade, e buscar a felicidade do outro, colocando nossa vida a serviço dos nossos irmãos, a exemplo do próprio Cristo “que não veio para ser servido, mas para servir”. Quem quiser salvar egoisticamente a própria vida, vai perdê-la, mas quem perder sua vida por causa do Cristo, por causa do irmão, vai salvá-la.

Felicito todos os catequistas do Brasil, neste seu dia, pelo ministério exercido em favor da educação da fé, da esperança e da caridade de milhões de pessoas, crianças, jovens e adultos que decidem seguir Jesus Cristo. Que nossos catequistas possam encontrar nos sacerdotes, orientação, apoio e reconhecimento pelo seu valioso trabalho.

Estamos encerrando hoje o mês vocacional. Rezemos pedindo a Deus que desperte nos corações dos jovens vocacionados a disponibilidade para se colocar sempre a serviço do Reino, assumindo com alegria a missão para o qual o Senhor os chamar.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Dia dos Pais - mês Vocacional - 14/11/2011 - Santuário Nacional


As três leituras deste domingo, que acabamos de escutar tem algo em comum: todas elas nos falam da acolhida do outro, do próximo, daquele que, em Jesus Cristo é o meu irmão, minha irmã, mesmo estando do outro lado do planeta.

As Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil afirmam que devemos cultivar as atitudes de alteridade e gratuidade, isto é, reconhecer que o outro é diferente de mim e esta diferença nos distingue, mas não nos afasta do outro; e em Jesus Cristo devo amar o meu irmão e minha irmã através de atitudes fraternas e solidárias. Significa cortar a raiz mais profunda da violência, da exclusão, da exploração e de toda discórdia.

O povo de Israel tinha o costume de acolher em seu seio os pagãos convertidos. Eles tinham um espaço de oração no templo de Jerusalém, mas um espaço diferenciado daquele dos judeus. Na primeira leitura, o Senhor Deus anuncia que “sua casa será chamada casa de oração para todos os povos”. Esta palavra do Senhor encontra sua plena realização no templo novo inaugurado por Cristo do qual ele é a cabeça: a Igreja.

São Paulo escreve na segunda leitura que a salvação oferecida por Cristo tem alcance universal. A misericórdia de Deus é oferecida a todos os homens. “Deus encerrou todos os homens na desobediência, afirma São Paulo, a fim de exercer a misericórdia para com todos.”

Jesus, como bom judeu, mostra no evangelho que seguindo o plano de Deus a salvação é destinada, primeiramente, aos judeus “eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”, mas, depois, a todos os homens, também aos pagãos, como no caso da mulher Cananéia, que era de uma região pagã, Tiro e Sidônia, e, portanto, não fazia parte do povo de Israel, e no entanto, Jesus atendeu seu pedido e curou sua filha.

Todos somos filhos de Deus e não podemos discriminar ou marginalizar ninguém. Para Deus, o que conta é que todos somos seus filhos.

As Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil afirmam que “fechar-se no isolamento, no individualismo e em atitudes que transformam as pessoas em mercadorias é cair no pecado da idolatria e semear infelicidade. A vida só se ganha na entrega, na doação ao outro” (n.8).

Hoje, 2º domingo de agosto, é o Dia dos Pais e começa também a Semana da Família. Quando falamos em pais, estamos falando na família, a base da sociedade e da Igreja, patrimônio da humanidade. Estamos no mês vocacional e é na família através de uma educação para o amor como dom de si mesmos que os pais ajudam os filhos a descobrir sua vocação de serviço, seja na vida leiga como na vida de especial consagração, no sacerdócio ou na vida religiosa. “Os filhos têm o direito de poder contar com o pai e a mãe para que cuidem deles e os acompanhem até a idade adulta.” (DA 303).

Parabéns aos pais e que Deus os assista, juntamente com suas esposas, na importante missão de preparar o futuro da humanidade.

Que a comunhão com Deus e com os outros nesta Eucaristia, possa continuar a ser vivida no dia a dia de nossa vida.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

19º Domingo do Tempo Comum - 07.08.2011 - Santuário Nacional


A primeira leitura e o evangelho de hoje, apresentam-nos dois modelos de fé: o profeta Elias e o apóstolo Pedro. Ambos vão viver a experiência do encontro pessoal com o Senhor. Elias com o Senhor Deus, aquele que é inacessível, que não se pode ver nem tocar, Aquele que está acima de tudo o que é humano. Pedro encontra com Jesus, “o Deus Conosco”. Com Jesus a separação entre o céu e a terra foi superada. Os apóstolos conhecem bem o homem Jesus, seu Mestre e amigo, mas a surpresa de vê-lo caminhar sobre as águas e o medo da tempestade e a escuridão da noite os faz duvidar. Pensaram que fosse um fantasma. Quem pode andar sobre a água, senão Deus! E Jesus na condição de ressuscitado podia realizar esse prodígio.

Somente após ouvir a voz de Jesus: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”, é que Pedro dirige a palavra a Jesus num tom desafiador: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”! “Vem”!, disse-lhe Jesus.

Pedro confiou na palavra do Mestre e arriscando a vida, desceu da barca e começou a caminhar sobre a água. Pedro teve medo, começou a afundar e gritou por socorro: “Senhor, salva-me”! Jesus estendeu a mão, segurou Pedro e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste”?

A barca agitada pelo vento sempre foi vista como a imagem da Igreja que ao longo da história tem enfrentado dificuldades sem jamais naufragar, pois Jesus estará sempre com sua Igreja até o fim dos tempos. Ele deu aos apóstolos e aos seus sucessores, o Papa e os Bispos, o poder e a autoridade para conduzir sua Igreja, e garantiu que as potências do Mal não prevaleceriam contra ela. “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

Podemos também aplicar essa imagem da barca açoitada por fortes ventos a cada um de nós. Em nossa vida temos que enfrentar dificuldades, tribulações de toda sorte, e nesses momentos somos tentados a pensar que Deus se esqueceu de nós. Que ele está longe de nós, como Jesus parecia estar longe dos apóstolos naquela travessia do lago de Genesaré. Mas não é assim. Deus é o nosso criador, é o nosso Pai e, em Jesus, ele nos manifestou que nos ama infinitamente. Jesus é nosso amigo e caminha conosco e se invocarmos a Deus em seu nome, Ele sempre nos atenderá. Não devemos nos esquecer que as dificuldades pelas quais passamos servem, muitas vezes, para colocar à prova nossa fé e nossa confiança em Deus.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Mês de Agosto, mês vocacional


Estamos no mês de agosto, um mês muito rico para a nossa vida em geral. É rico para a nossa vida familiar porque comemoramos o Dia dos Pais e temos a Semana da Família. É rico para a vida eclesial, pois temos grandes solenidades como a Transfiguração do Senhor, a Assunção de Nossa Senhora e Nossa Senhora Rainha.

Celebramos grandes nomes da Igreja como Santo Afonso, fundador dos Missionários Redentoristas que cuidam da nossa Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, São Lourenço, padroeiro dos diáconos, Santa Clara, tão querida do nosso povo, Santa Rosa de Lima, padroeira da América Latina e que nos recorda a missão continental, o martírio de São João Batista, Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, a quem recordamos pelo amor ao seu filho e suas lágrimas pela sua conversão.

Recordo, ainda, o grande São João Maria Vianney, o Cura d’Ars. Ele é o padroeiro dos nossos padres e sua memória é a grande motivação para que o mês de agosto seja o mês Vocacional.

Neste mês, pensamos na vocação dos leigos e leigas, chamados a servir ao Reino de Deus através da sua índole secular, ou seja, sendo fermento na massa, sal da terra e luz do mundo em todos os ambientes em que vivem, ou seja, ambiente familiar, escolar, social, profissional, eclesial, no lazer, etc. Pelo testemunho dos leigos e leigas, muitas pessoas são motivadas a crer em Jesus Cristo, que nos leva à conversão e à participação na comunidade eclesial e na ação evangelizadora da Igreja, como discípulos e missionários.

Refletimos também sobre a vocação religiosa, a vocação daquelas pessoas que procuram seguir Jesus e à Igreja pela vivência dos conselhos evangélicos: obediência, pobreza e castidade, na vida comunitária e no serviço a Deus e aos irmãos e irmãs, através da missão específica da ordem ou da congregação religiosa.

Gostaria de pedir a sua atenção para a vocação sacerdotal. Todos nós sabemos da necessidade e da falta que temos de padres no nosso país, não apenas nas áreas missionárias mais distantes da nossa pátria, mas também, nas grandes cidades que crescem assustadoramente e o número de padres não acompanha este crescimento, com graves consequências para o povo de Deus, como a dificuldade para a participação na vida da Igreja, em especial nos sacramentos, a falta de acompanhamento espiritual e a pouca presença da Igreja nas grandes e graves questões que marcam a nossa época.

Precisamos rezar, e rezar muito, para que tenhamos mais padres, e também para que os nossos padres sejam cada vez mais santos, fiéis a Jesus Cristo que os chama, e à missão que lhes é confiada.

Que pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, nossa Mãe e Padroeira, imploremos ao seu divino Filho muitas vocações para a Igreja e, principalmente, muitos padres santos e preparados, para que o Evangelho seja anunciado, as pessoas se convertam, o mal seja vencido e o Reino de Deus cresça no coração e no meio dos homens.

18º Domingo do Tempo Comum - 31.07 - Santuário Nacional



Depois das parábolas sobre o Reino de Deus, Mateus, no evangelho de hoje, nos apresenta Jesus saciando a fome das multidões que o seguiam, e curando os enfermos que estavam entre eles.

O profeta Isaías, na primeira leitura, se dirige ao povo de Israel que está prestes a regressar do exílio e o exorta a não se contentar só com os bens materiais. “Porque gastar dinheiro com o que não alimenta e o salário com o que não pode satisfazer”? O profeta convida o povo a saborear também o que alimenta o espírito, a palavra do Senhor. “Inclinai nosso ouvido e vinde a mim; ouvi e tereis vida”.

No salmo responsorial, 145, nós rezamos o refrão, cantando: “Vós abris as vossas mãos e saciais os vossos filhos”.

São Paulo, na carta aos romanos, no trecho que escutamos, hoje, nos afirma que nem a fome ou outras tribulações podem nos separar “do amor de Deus por nós que nos foi manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor.”

Os gestos de Jesus e a sua oração na multiplicação dos pães e dos peixes para alimentar aquela multidão de cinco mil homens é prefiguração da instituição da Eucaristia: “pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Partiu os pães e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuiu às multidões”.

Na Eucaristia, Jesus se faz alimento para nós, “o pão da vida”, penhor de vida eterna. A Eucaristia é o dom, por excelência, que Cristo deixou à sua Igreja, porque é o dom de sua pessoa na sua santa humanidade e da obra de sua salvação. A Eucaristia é o sacramento do amor que é Jesus Cristo que se doa a nós. E o amor é recebido para ser doado. Uma Eucaristia que não se traduz em amor aos irmãos, sobretudo, aos mais necessitados é fragmentária, quer dizer, incompleta, afirma o Papa Bento XVI. A bem-aventurada Madre Tereza de Calcutá compreendeu bem essa relação entre ser amado na Eucaristia e amar os outros. Na cidade de Calcutá, na sala do hospital onde suas Irmãs cuidam dos doentes terminais, ela escreveu na parede: “O Corpo de Cristo”.

Ao lado de pessoas que passam fome material, há também pessoas famintas e sedentas de bens espirituais, de valores para alimentar seu espírito. Quantas pessoas vivem na solidão, sem companhia, sem amor. Nossos recursos, também muitas vezes, como os dos discípulos do evangelho, são poucos para atender a fome material e espiritual de tanta gente, mas podemos oferecer o pouco que temos para aliviar o sofrimento de nossos irmãos e lutar para que todos tenham as mesmas oportunidades para alcançar condições dignas de vida, como convém aos filhos de Deus.

A Eucaristia manifesta a inesgotável bondade de Deus para conosco ao nos oferecer o próprio Cristo como alimento. Agradeçamos e louvemos a Deus nesta eucaristia por tão inefável dom.

60 anos das Irmãs Canisianas no Brasil - Santuário Nacional - 29.07


Celebramos hoje a memória de Santa Marta, aquela mulher de Betânia, irmã de Maria e de Lázaro, amiga de Jesus. Marta procurava fazer tudo para agradar a Jesus quando ele vinha hospedar-se em sua casa.

Sua preocupação com Jesus era tanta que, Jesus, certa vez, teve que dizer-lhe: “Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária”. Esta coisa necessária é Deus em nossa vida. Ao recordar, hoje, aquela casa de Betânia, onde Jesus esteve várias vezes, aprendamos de Marta, Maria e Lázaro a ser também acolhedores com os que nos visitam e louvemos e alegremo-nos pela presença de Jesus nesta Celebração Eucarística e pela sua visita ao nosso coração, no momento da comunhão.

O evangelho que escutamos nos fala que Marta foi quem saiu ao encontro de Jesus para comunicar-lhe a morte de seu irmão Lázaro. “Senhor se tivesse estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Mas foi ela também que soube expressar a fé no Cristo. “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo.” Marta é um exemplo para nós de como é necessário conciliar na nossa vida o trabalho, as preocupações diárias com a oração, ou melhor, fazer de nossa vida uma oração, oferecendo a Deus, cada dia, em união com Cristo, nossos trabalhos, cansaços, alegrias e dores. São os nossos sacrifícios espirituais oferecidos a Deus e que lhe são muito agradáveis.

Na primeira leitura, São João nos convida a contemplar o amor de Deus para conosco. “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vitima de reparação pelos nossos pecados.” São João nos convida a partilhar o amor de Deus para conosco com os outros, nossos irmãos. “Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece nele.”

Recordamos nesta Celebração Eucarística, a chegada das Irs. Canisianas no Brasil, há 60 anos. A Congregação das Irmãs de São Pedro Canísio foi fundada em Fribourg, Suiça, em 02/02/1898, pelo Mons. João Evangelista Kleiser e pela jovem Maria Wellauer. As primeiras Irmãs Canisianas, Ir. Magdalena Leupe e Ir. Matilde Meyer, chegaram a Aparecida em 1951, após uma longa viagem de navio.

Vieram a convite dos Missionários Redentoristas para trabalhar na Editora Santuário e consolidar a Congregação no Brasil. A Irmã Matilde descreve sua impressão ao pisar em terras brasileiras: “Agora sentimos o que é abandonar à Providência divina: estamos sem casa, sem dinheiro, sem pão, língua estrangeira, pessoas desconhecidas, que irão cuidar de nós! Por vosso amor, Senhor, deixamos tudo! Senhor, creio em vós, creio em vossa Palavra.”!

Felicitamos as Irmãs Canisianas pela celebração dos 60 anos de sua chegada ao Brasil e fazemos votos que continuem sendo, como dizia o seu fundador, o Mons. João Evangelista Kleiser, semente da Boa Nova para todos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

17º Domingo Comum - Santuário Nacional - 24.07


É sempre motivo de alegria, para nós cristãos, nos reunirmos, cada domingo, na casa do Senhor e da Mãe de Deus, para nos alimentar da Palavra de Deus e do corpo e sangue de Cristo na Eucaristia.

A primeira leitura de hoje, do primeiro livro dos Reis, nos apresenta a oração de Salomão ao iniciar o seu governo, e o texto do evangelho de Mateus encerra o cap. 13 com as três parábolas: a do tesouro escondido, a da pérola preciosa e a da rede que apanha peixes de todo tipo. Com essas três parábolas, Jesus continua a explicar aos seus ouvintes o mistério do Reino de Deus e o seu valor incomparável.

Salomão, filho de Davi, eleito rei de Israel, ainda jovem, tem consciência da sua responsabilidade de governar aquele povo e, por isso, ora a Deus, pedindo a sua ajuda para poder cumprir a sua missão.

A oração de Salomão pode servir de modelo de oração para nós e, principalmente, para aqueles que, como Salomão, têm a responsabilidade maior na condução de nosso país.

Salomão começa a sua oração com um grande sentimento de humildade ao invés de se considerar acima e melhor dos que os outros. “Eu não passo de um adolescente – diz ele - que não sabe ainda como governar.”

Em seguida, pede a Deus: “dá ao teu servo um coração compreensivo - em hebraico, um coração que escuta - , capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal”.

Salomão não pediu riqueza material, nem longa vida, nem desgraça para os seus adversários políticos. Pediu a Deus a capacidade de escutar as necessidades do seu povo, de escutar a voz de sua consciência para discernir o bem e o mal e a coragem para agir com justiça.

Peçamos, hoje, pelos dirigentes de nosso país, do nosso Estado, do nosso município para que escutem as necessidades do povo, sobretudo, dos mais pobres. Que saibam discernir entre o bem e o mal e a coragem para governar com justiça para o bem de todos. Peçamos, para que nós todos, saibamos escutar, com atenção, a Palavra de Deus, por meio da qual Jesus nos fala, e a interpretar os sinais dos tempos; a escutar também, uns aos outros, em casa, no trabalho, nas comunidades. Escutar para conhecer melhor o outro e amá-lo mais.

As parábolas do evangelho de hoje nos falam da felicidade daqueles que aceitam Jesus Cristo e orientam sua vida, livremente, conforme os valores que Ele ensinou, que são sobretudo, o amor a Deus e o amor ao próximo.

Santa Teresa dizia, referindo-se a si mesma, que “quando buscava as coisas do mundo não se sentia feliz, porque ficava pensando nas coisas de Deus. E quando se ocupava das coisas de Deus também não era feliz, porque ficava lembrando das coisas do mundo. Somente experimentou a felicidade quando se entregou totalmente às coisas de Deus”.

Peçamos a Deus que nos dê, a exemplo da Virgem Maria, um coração aberto e dócil para discernir a sua vontade e a força para nos desprendermos daquilo que nos separa do amor de Deus e do amor ao nosso irmão.

domingo, 3 de julho de 2011

Solenidade de São Pedro e São Paulo - Santuário Nacional


Neste domingo, a Igreja no Brasil celebra a festa de São Pedro e São Paulo, transferida do dia 29 de junho para o domingo seguinte, por decisão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A festa de hoje é, no dizer do Papa Bento XVI, a festa da unidade e universalidade da Igreja.

A leitura dos Atos dos Apóstolos da missa de hoje nos fala da perseguição do rei Herodes Agripa I contra alguns membros da Igreja de Jerusalém. Mandou matar a Tiago, irmão do apóstolo João evangelista, e ordenou a prisão de Pedro.

“Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele” e um anjo enviado por Deus o libertou miraculosamente. Mais tarde, Pedro será preso em Roma e, segundo a tradição, morrerá crucificado de cabeça para baixo, confirmando sua fé e seu amor a Jesus não mais com palavras, como o fez em Cesaréia de Filipe, mas com o testemunho do seu sangue. Foi sepultado no lugar onde está a basílica que traz o seu nome: a basílica de São Pedro.

São Paulo, o apóstolo dos gentios, na sua segunda carta a Timóteo, faz de certo modo um balanço de sua atividade apostólica, ao pressentir que sua morte está se aproximando. A sorte de Paulo em Roma será a mesma de Pedro. Foi decapitado e sepultado no lugar onde está a basílica de São Paulo, fora dos Muros.

Desde o martírio desses dois grandes apóstolos, Roma tornou-se o centro da cristandade e a sede da Igreja Católica.

Paulo, conhecido como o apóstolo dos gentios, levou o evangelho de um extremo ao outro do Mediterrâneo. “O Senhor me deu forças e esteve ao meu lado, afirma Paulo na segunda leitura de hoje e fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente e ouvida por todas as nações”.

Paulo nos recorda que a missão de levar a Boa Nova do evangelho é responsabilidade de todo discípulo de Jesus e a Boa Nova da salvação é destinada a todos os povos.

Jesus fez de Pedro a pedra fundamental de sua Igreja; a ele entregou as chaves do reino dos céus e o constituiu pastor de toda a Igreja. Essa missão confiada a Pedro continua nos seus sucessores. O Papa, Bispo de Roma, e sucessor de Pedro, “é princípio perpétuo e visível, e fundamento de unidade que liga, entre si, todos os bispos com a multidão dos fiéis” (LG), afirma o Concílio Vaticano II.

No dia 29, Dia da Solenidade de São Pedro e São Paulo, o Papa Bento XVI celebrou o seu 60º. Aniversário de ordenação sacerdotal. Rezemos pelo sucessor de Pedro para que o Espírito Santo o ilumine no exercício de seu ministério a serviço da comunhão e unidade da fé. Ao celebrar 60 anos de sacerdócio, o Santo Padre Bento XVI é um verdadeiro exemplo para todos os sacerdotes e candidatos ao sacerdócio, de entrega generosa e incondicional ao chamado de Deus. Que o exemplo do Papa Bento XVI desperte em muitos jovens o ideal da vocação para o sacerdócio ordenado a serviço do povo de Deus.

Neste “Dia do Papa”, não deixemos de fazer nossa oferta para o Óbolo de São Pedro, que será destinado ao Santo Padre para seu ministério de caridade em favor dos mais necessitados.

Homilia 02/07 - II Romaria da Campanha dos Devotos


O Santuário Nacional da Padroeira do Brasil está promovendo hoje, dia 02 de julho, a II Romaria da família “Campanha dos Devotos de Nossa Senhora Aparecida”.

O romeiro tem consciência que a vida do cristão é uma caminhada que começa com o seu nascimento e termina no encontro final com Deus, na pátria celeste. Como peregrino, a terra não é nossa casa permanente, porque estamos destinados a pátria celeste.
Continue fiel, prezado romeiro da Família “Campanha dos Devotos”, à sua colaboração para que a nossa missão de levar o Evangelho a outras pessoas possa ser realizada e, assim, Jesus Cristo seja mais conhecido, amado e imitado.

O Santuário Nacional – Casa da Mãe Aparecida – é também sua Casa. Seja bem-vindo a II Romaria da Campanha dos Devotos. Nós o acolhemos de braços abertos!
Celebramos, hoje, a Festa do Imaculado Coração da Virgem Maria. Esta devoção surgiu no século XVII, junto com a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Esta festa foi instituída por Pio XII e era celebrada no dia 22 de agosto. Atualmente, é celebrada no sábado, após a festa do Sagrado Coração de Jesus. Maria ocupa um lugar singular na história da salvação. Na anunciação, ao ser escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus, Maria respondeu “sim” ao chamado de Deus e, no calvário, Jesus no-la deu por mãe.

No evangelho que acabamos de escutar, São Lucas narra a perda de Jesus em Jerusalém, após a festa da Páscoa. Depois de três dias, seus pais o encontraram no templo, sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. Aos pais que o procuravam angustiados, Jesus responde: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” Esta passagem nos mostra que a missão de Jesus é fazer a vontade do Pai e ele não está preso aos vínculos familiares.

Esta ruptura acontece também nas famílias, entre os pais e os filhos. Numa determinada fase da vida dos filhos, eles buscam o seu próprio caminho, seu ideal de vida, seu projeto e deixam, então, a casa paterna. É uma ruptura difícil, dolorosa, mas que os pais precisam entender e respeitar.


Para José e Maria, a resposta de Jesus deve ter exigido deles uma entrega cheia de fé e de confiança aos planos de Deus. Talvez, não compreenderam, à primeira vista, o sentido profundo das palavras de Jesus. “Sua mãe, a Virgem Maria, conservava no seu coração todas estas coisas”, diz São Lucas, no seu evangelho. Jesus nasceu de Maria Virgem, por obra do Espírito Santo, mas Ele veio do seio do Pai, para realizar a nossa salvação. Maria e José aceitam colaborar com Jesus na obra da nossa salvação. O seu “sim” na Anunciação, ela o manterá até o fim, no calvário, participando com seu Filho, na nossa redenção e manifestando o seu amor de mãe para com todos nós.

Peçamos a Deus, a graça de fazer sempre a vontade de Deus, a exemplo de José e Maria, sobretudo, quando sua vontade exigir de nós algum sacrifício.