segunda-feira, 15 de abril de 2013

3º Domingo de Páscoa - Santuário Nacional


Estamos no tempo pascal, tempo de alegria e de paz, fruto da ressurreição de Jesus. É uma ocasião oportuna para renovar nossa fé na presença do Ressuscitado em nosso meio para nos animar e nos acompanhar. Ele próprio prometeu a sua presença permanente entre nós: “Estou convoco, todos os dias, até o fim”.

As leituras deste III domingo da Páscoa nos recordam que o Ressuscitado não é um fantasma; é o Cristo em pessoa, vivo e vencedor da morte, centro de nossa fé.

A ressurreição é um acontecimento histórico demonstrável pelo sinal do sepulcro vazio e pela realidade dos encontros  dos apóstolos e de outras testemunhas qualificadas com o Cristo ressuscitado.

É essa consciência viva da presença do Cristo ressuscitado que explica  o testemunho corajoso dos apóstolos ao anunciar a Boa Nova da ressurreição apesar dos “açoites e proibições  de falarem  em nome de Jesus”. Mais ainda, os apóstolos, conforme a primeira leitura de hoje “saíram do Sinédrio muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus”

Caros irmãos e irmãs, o Senhor Jesus espera também de nós, seus discípulos e missionários,  uma resposta de amor, um testemunho de nossa fé no Cristo ressuscitado, corajoso, alegre, firme  no mundo de hoje, procurando viver  de maneira coerente a nossa fé em  vida familiar,  no trabalho e na vida social.

Diante de uma sociedade muitas vezes indiferente e hostil à pregação e à vivência do evangelho não podemos adaptá-lo as conveniências do mundo para evitar oposição e rejeição. 

O evangelho de hoje nos apresenta uma sequência de três episódios: num primeiro momento, Jesus ressuscitado aparece de manhã aos sete discípulos, no mar de Tiberíades, tendo Pedro à frente, após uma noite inteira de trabalho sem pescar nada. Jesus ordena-lhes que lancem novamente as redes. Apanharam uma grande quantidade de peixes - 153 grandes peixes, número das espécies de peixes conhecidos pelos naturalistas daquela época. João, o discípulo a quem Jesus amava reconheceu o Cristo ressuscitado. “É o Senhor”, disse ele a Pedro.

No segundo momento, enquanto os apóstolos estão pescando, Jesus lhes prepara uma comida com pão e peixe e reparte  aos apóstolos, símbolo da Eucaristia, na qual Jesus se faz alimento para nós.

Finalmente, Jesus convida Pedro a professar três vezes seu amor pessoal por Ele, antes de colocá-lo à frente de sua Igreja.  Pedro tem que tomar uma  decisão, e ele decide por Jesus: “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”, disse Pedro a Jesus.  Jesus fez de Simão Pedro a pedra de sua Igreja e lhe entregou as suas chaves e o constituiu pastor de toda  a Igreja. “Apascenta as minhas ovelhas”, disse Jesus a Pedro.  Para nós, Pedro é o Papa Francisco, aquele que torna  Jesus, o único pastor, presente e visível para nós. 

Os Bispos do Brasil estão reunidos em assembleia aqui, em Aparecida, desde o dia 10 e permanecerão até o dia 19 próximo. Renovo o convite a todos os presentes e aos que nos acompanham pelos Meios de Comunicação Social que continuem rezando pela 51ª Assembleia da CNBB para que seus resultados sejam muitos proveitosos para a Igreja no Brasil.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

2º Domingo da Páscoa - Santuário Nacional


Estamos no tempo pascal, o tempo mais importante do ano litúrgico. É interessante observar que durante o tempo pascal a primeira leitura será sempre de textos tirados do livro dos Atos dos Apóstolos. 

O livro dos Atos dos Apóstolos nos convida a contemplar a expansão da Igreja que cresce como fruto da ressurreição de Cristo e da ação do Espírito Santo.

No texto de hoje, vemos que Pedro desempenhava papel importante no início da Igreja, gozava de muito prestígio e “o número dos que aderiam ao Senhor pela fé crescia sempre mais”.

A segunda leitura nesse tempo pascal será sempre do livro do Apocalipse. A mensagem principal desse último livro do Novo Testamento escrito por São João, na ilha de Patmos, é que a vitória de Jesus sobre a morte, e de seus seguidores, é definitiva. Jesus é o Senhor da história e da vida.

O evangelho dos domingos, no tempo pascal, será o de São João.

No evangelho de hoje, São João relata duas aparições de Jesus ressuscitado aos discípulos. A primeira, no dia da ressurreição do Senhor e a outra, oito dias mais tarde. Na primeira aparição, Tomé estava ausente e não acreditou no testemunho dos outros apóstolos e exige provas para acreditar na ressurreição de Jesus. “Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. 

A atitude de Tomé é parecida com a atitude do homem moderno que só acredita naquilo que pode observar, experimentar. Todos nós queremos dar razão de nossos conhecimentos. É um desejo natural. É claro também que a ciência não explica tudo e à determinadas questões somente a fé pode dar respostas satisfatórias. 

Jesus atende o desejo de Tomé e aparece novamente aos discípulos reunidos e desta vez Tomé estava com eles. Jesus convida Tomé a fazer a experiência física que para ele era importante: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”.

Tomé atesta que a aparição de Jesus não é uma ilusão, mas é o mesmo Jesus que, agora, após a sua morte na cruz, se manifesta vivo, glorioso, ressuscitado e faz a sua bela profissão de fé no Cristo ressuscitado, dizendo: “Meu Senhor e meu Deus”.

A nossa fé e a nossa felicidade, queridos irmãos, estão fundadas na fé e na experiência dos apóstolos. “Bem-aventurados os que creram sem terem visto”.

O Ano da Fé nos convida a aprofundar nossa adesão  à pessoa de Cristo. A fé não se baseia em  comprovações científicas, embora se baseie em sólidos  argumentos.  É um dom de Deus que não elimina certos requisitos de nossa parte, como a  abertura à verdade e afastamento de muitos preconceitos que nos impedem de aceitar a revelação de Deus que se manifesta a nós de muitas maneiras.

Convido a todos a rezar pela 51ª. Assembleia Geral dos Bispos do Brasil – CNBB – que começa no dia 10 de abril próximo e se conclui no dia 19. A assembleia se realiza em Aparecida, no Santuário Nacional.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Alegremo-nos! Cristo ressuscitou! A vida venceu a morte! A luz venceu as trevas!


Páscoa é para nós o dia mais radiante da história humana. É o dia em que o sepulcro onde depositaram o corpo de Jesus Crucificado, na sexta-feira santa, apareceu inesperadamente vazio. Jesus  não estava mais ali. 

Conforme o evangelho de João,  a primeira pessoa a comprovar esse fato extraordinário foi uma mulher, Maria Madalena.  Depois, chegaram Pedro e João. “Viram as faixas de linho no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. Jesus havia ressuscitado dentre os mortos, conforme as Escrituras. Viram e acreditaram” (Jo 20,5-9).

O túmulo  vazio era apenas um sinal da ressurreição. A ressurreição de Jesus é confirmada pelas aparições do Ressuscitado aos apóstolos e a outras pessoas. Foi a partir da experiência do Ressuscitado, cujos relatos estão contidos nos evangelhos, é que os apóstolos começaram a proclamar pelo mundo afora que Cristo morreu e ressuscitou. 

Como os apóstolos,  também nós, devemos  testemunhar a fé no Cristo ressuscitado e manifestar a alegria por saber que a noite da dor e da morte terminará na hora da nossa páscoa definitiva; alegria por colocar nossa segurança não nos bens que passam, mas nos bens eternos; alegria de passar da escravidão para a verdadeira liberdade dos filhos de Deus;  alegria de sentir-se amado por Deus Pai e de amar seus filhos e irmãos nossos em Cristo Jesus.

A  Páscoa do Senhor nos dá a certeza de que o bem prevalecerá sobre o mal, a vida sobre a morte. Com sua ressurreição, Cristo nos abriu um novo horizonte e nos deu um rumo definitivo na vida: “quem me segue não anda em meio as trevas, mas terá a luz da vida.”  

Feliz e Santa Páscoa a todos os queridos diocesanos. 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Missa de Páscoa - Santuário Nacional


Hoje é Páscoa, o primeiro dia da semana, Domingo, o dia  mais solene do ano para nós cristãos, porque celebramos a Ressurreição do Senhor. Este Domingo festivo vai se prolongar, como um “grande domingo”, por cinquenta dias até a solenidade de Pentecostes.

Cada Domingo do ano é como uma pequena páscoa, porque neste dia, celebramos a ressurreição de Jesus Cristo. Por isso, o Domingo, dia do Senhor, é tão importante para nós cristãos.

Na primeira leitura, tirada dos Atos dos Apóstolos, Pedro proclama a ressurreição de Cristo. “Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos” (AT 10, 40-41).

No evangelho, João nos fala de três pessoas que naquela manhã foram ao sepulcro de Jesus.  Maria Madalena foi primeiro  sozinha ao sepulcro e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Sai correndo para levar a notícia a Pedro e ao outro discípulo que Jesus amava.

Pedro e o outro discípulo foram então ao sepulcro. Ambos viram que tudo estava em perfeita ordem: “as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte”  (Jo 20, 6-7). Tudo isso era sinal de que Jesus tinha sido libertado da morte. Por isso, “o outro discípulo, o discípulo que Jesus amava, viu e acreditou”. 

Os dois discípulos voltaram para casa. O amor mantém Maria Madalena junto ao sepulcro. Por isso, será a primeira a  quem o Cristo ressuscitado  aparecerá e será também a primeira mensageira a levar a notícia da ressurreição aos discípulos e, através destes, a boa-nova de Páscoa alcançará o mundo inteiro.

Os apóstolos chegaram à fé plena na ressurreição após o encontro com o Senhor Ressuscitado e a efusão dos dons do Espírito Santo, em Pentecostes. 

“O anúncio entusiasta e audaz da ressurreição de Jesus pelos apóstolos seria impensável sem um contato real das testemunhas com o fenômeno totalmente novo  e inesperado que os atingia do exterior e consistia na manifestação e no anúncio do Cristo ressuscitado.  Só um acontecimento real de uma qualidade radicalmente nova estava em condição de possibilitar o anúncio dos apóstolos que não pode ser explicado por especulações ou experiências interiores místicas. Na sua audácia e novidade, esse anúncio toma uma força impetuosa de um acontecimento que ninguém jamais pôde imaginar e superava toda imaginação.” (Bento XVI)

Nossa experiência de Jesus ressuscitado não é a mesma da comunidade primitiva. Nossa fé no Cristo ressuscitado se fundamenta no testemunho dos discípulos que se encontraram realmente com Ele, e esse testemunho está contido nos evangelhos e nas cartas do Novo Testamento. Nós devemos, também, tendo feito a experiência do encontro com o Ressuscitado, tornar-nos testemunhas do Senhor Jesus no mundo de hoje. 

Crer no Cristo ressuscitado é começar a viver como ressuscitado, uma vida nova, de luta contra o pecado, contra o mal, e promover uma cultura da vida, da solidariedade, da paz. 

Proclamamos a presença do Cristo ressuscitado na sua palavra e preparemo-nos, agora, para acolhê-lo em nosso meio,  nos sinais do pão e do vinho, convertidos no seu corpo e no seu sangue. 

Levando-o em nosso coração, comprometamo-nos, também, a anunciá-lo aos nossos irmãos, como a Virgem Maria, Maria Madalena e os discípulos que, tendo se encontrado com o Senhor Ressuscitado, tornaram-se mensageiros dessa boa nova. 

A todos uma Feliz e Santa Páscoa. Aleluia!

Vigília Pascal - Santuário Nacional


“Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?. Ele não está aqui. Ressuscitou” (Lc 24,5). Nesta noite, em todo o mundo, em todos os lugares onde há cristãos, ressoou esta grande notícia. Nesta noite, em todo o mundo, as Igrejas foram iluminadas com a luz do Círio Pascal, sinal do Cristo Ressuscitado.

O evangelho de Lucas que acabamos de escutar conservou o nome daquelas mulheres, as primeiras a darem a grande notícia da ressurreição do Senhor aos apóstolos.

Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também havia outras mulheres com elas e também contaram aquele acontecimento extraordinário aos apóstolos. 

Aquelas mulheres ouviram as palavras : “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui.. Ressuscitou”. Bastaram-lhes essas palavras. Saíram do túmulo e foram até os apóstolos e aos outros discípulos anunciar-lhes a boa-nova da ressurreição porque não podiam guardar para si o que tinha visto no sepulcro, naquela madrugada, do primeiro dia da semana.

Inicialmente, os apóstolos achavam que tudo isso era um desvario e não acreditaram, pois, no mundo oriental o testemunho  das mulheres não tinha valor jurídico.

Mas, estes apóstolos, a começar por Pedro, puderam  confirmar a notícia daquelas mulheres. Ninguém foi testemunha da ressurreição, como ninguém foi testemunha do início da criação.  O túmulo vazio era apenas um sinal. A ressurreição de Jesus é confirmada pelas aparições do Ressuscitado aos apóstolos e foi  a partir da experiência do Ressuscitado que  os apóstolos e outras testemunhas do Cristo Ressuscitado começaram a proclamá-lo pelo mundo afora. Esta Boa Notícia atravessou as fronteiras da Judéia e da Galiléia e chegou a todos os rincões da terra  e transformou  o coração  e a vida de milhões de pessoas.

Nesta noite, unidos para celebrarmos a ressurreição de Jesus, recordamos as grandes etapas da história da salvação ao longo da qual Deus revelou seu amor para com seu povo. Recordamos aquelas mulheres, primeiras testemunhas da Sua ressurreição. Recordamos Pedro e os outros apóstolos que divulgaram o anúncio da ressurreição pelo mundo afora.

Recordamos os cristãos dos primeiros séculos, muitos dos quais, deram a vida pela fé no Cristo ressuscitado. Recordamos a todos que, ao longo dos anos, acreditaram em Jesus e o testemunharam com a palavra e a vida.

Crer em Jesus é a maior riqueza que podemos ter. Ele nos ensinou uma forma de viver, nos apontou um caminho que pode nos fazer felizes.

Jesus viveu com fidelidade total, até a morte na cruz, sua solidariedade para conosco. Mas, agora vive  para sempre: ressuscitou. Esta é a nossa fé, a fé que nasceu daquela manhã de Páscoa.

Como aquelas mulheres, como os apóstolos e os que nos ajudaram a conhecer Jesus, somos também chamados a proclamar que Jesus ressuscitou, que vale a pena segui-Lo como fonte de felicidade. É o Cristo ressuscitado que nos dá um novo horizonte para nossa vida e com ele uma orientação decisiva.

Aquilo que nos faz felizes, alegres e nos dá razão para viver, devemos partilhar com os outros. Devemos fazê-lo com o nosso testemunho de vida e com  a palavra.

Nesta noite santa, vamos reviver nosso batismo, que um dia recebemos,  e renovaremos nossa fé e os compromissos cristãos decorrentes desta fé, com o propósito de seguir fielmente a Jesus. Na carta de São Paulo aos Romanos que escutamos há pouco, ele afirmava que “pelo batismo fomos incorporados a Cristo, sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova.” 

Tendo recebido a vida de Cristo no batismo, somos chamados a nos tornarmos pela nossa vida testemunhas do Cristo ressuscitado para aqueles que não creem n’Ele.  Depois, celebraremos o encontro mais íntimo e profundo com o ressuscitado, partilhando o pão e o vinho que Ele nos dá, Seu corpo e Seu sangue. Este encontro com o Senhor ressuscitado nos dará força e coragem para testemunhá-lo no mundo de hoje. 

Jesus Cristo ressuscitou. Toda esperança de vitória do bem sobre o mal, da vida sobre a morte, faz sentido e vale a pena arriscar tudo por Jesus Cristo. 

A todos Feliz e Santa Páscoa no Cristo ressuscitado!!