segunda-feira, 11 de junho de 2012

10º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional


A primeira leitura do livro do Gênesis e o evangelho de hoje nos falam da vitória de Cristo sobre o mal e o pecado, vitória da qual Ele nos  fez também participantes.

A narração da queda de Adão e Eva  usa uma linguagem cheia de imagens para nos falar de um acontecimento que sucedeu no início da história do homem. A palavra de Deus escrita nos dá a certeza de fé que toda a história humana está marcada pelo pecado chamado original, cometido livremente pelos nossos primeiros pais.

O homem foi querido por Deus para viver na sua amizade, em harmonia consigo, com seu próximo, com a natureza, mas com o pecado original essa harmonia foi quebrada: o homem se separou de Deus, sua relação com o próximo e com a natureza se transformou em hostilidade. O pecado original foi possível devido à liberdade que Deus deu ao homem e causado pelo orgulho do homem que, seduzido pelo tentador, quis ser como Deus, seu criador: “Conhecedor do bem e do mal”.

A realidade do pecado original, descrita no livro do Genesis, com a imagem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, comido pelo homem, não é um fantasia, é uma realidade que está na raiz de nosso  ser – homem e mulher – realidade da qual fazemos experiência cada vez que  pecamos, que fazemos o mal.

O mal presente no mundo sob as mais diversas formas: violência, injustiça, corrupção, mentira, agressão à natureza, não é  porém, um fato irremediável, uma fatalidade. O mal pode ser vencido. O amor e o perdão são mais fortes que o pecado. O homem por si só não é capaz de se salvar. Deus, porém,  não o abandonou a sua própria sorte depois do pecado, mas lhe prometeu a vitória na luta contra o mal.

O texto do Gênesis que escutamos hoje, conhecido como protoevangelho, já anuncia a promessa da salvação definitiva e  é uma antecipação da história da salvação, da história do amor de Deus para conosco.
 “Porei inimizade entre ti e a mulher, disse Deus a serpente, entra a sua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.”

Essa promessa se realizou na história de Maria e de Jesus. Jesus e também sua mãe, a Virgem Maria, esmagaram a cabeça da serpente, o tentador, que introduziu o mal no mundo.

Deus amou tanto o mundo que enviou o seu Filho unigênito não para condenar o mundo, mas para que ele seja salvo por meio dele” (Jo 3,16).
Afastando-se do paraíso e distanciando-se da árvore da vida que não lhe pertence, o homem traz dentro de si o desejo do paraíso, da felicidade  e  da vida em plenitude.

Cristo tornando-se homem solidarizou-se conosco e se colocou ao lado dos pecadores.  Com sua divindade Ele nos arranca do poder do mal e pelo batismo nos faz criaturas novas, vivificadas pelo Espírito Santo e herdeiros do reino dos céus. Ele veio até nós para que nEle tenhamos vida e vida em plenitude.

Para isso, é necessário que o homem acolha a salvação que Deus lhe oferece em Cristo e se abra a essa oferta pela fé. Agradeçamos a Deus pela salvação que Ele nos oferece, pelo dom da fé que nos concedeu e por ter restabelecido a nossa dignidade em Cristo e Maria. 

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo - Santuário Nacional


Celebramos, hoje, a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida, tradicionalmente, como festa de “Corpus Christi”, a festa do Corpo de Cristo. Nós, católicos, queremos celebrar solene e publicamente a presença permanente de Cristo na eucaristia, isto é, no pão e no vinho  consagrados. Na Quinta-Feira Santa, rememoramos a última ceia de Jesus com seus discípulos, ceia na qual Jesus instituiu a Eucaristia.

Esta festa foi instituída no séc. XII e nós queremos continuar fiéis a essa tradição, percorrendo as ruas de nossas cidades exaltando a Cristo presente na Eucaristia e pedindo que Ele abençoe e proteja nossas famílias, as crianças, os jovens, os idosos, os enfermos e queremos pedir-lhe também, a graça de nos tornarmos cada vez mais, seus discípulos missionários no mundo de hoje. Queremos com esta celebração solene manifestar a comunhão, a unidade de nossa Igreja diocesana, pois embora muitos, nós formamos, em torno da mesa do Senhor, um só corpo, o Corpo de Cristo, que é a sua Igreja.


A primeira leitura de hoje, do livro do Êxodo nos fala da Aliança de Deus com o povo de Israel, após a libertação do Egito. O sinal da Aliança é o sangue dos animais oferecidos em sacrifício ao Senhor Deus e com o qual Moisés aspergiu o altar, que representa Deus e todo o povo que acolhendo a aliança proposta por Deus se compromete a cumprir seus mandamentos.  É uma aliança sagrada e inviolável com a qual Deus e o povo colocavam em jogo a própria vida: “Eu sou o vosso Deus e vós sois o meu povo”. Esta Aliança de Deus com o povo de Israel é a prefiguração da nova e eterna Aliança de Deus com o homem através do sangue de Cristo derramado na cruz.

A Carta aos Hebreus no texto de hoje afirma que “Cristo com o seu próprio sangue nos obteve uma redenção eterna.    Ele  se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha, no lugar de oferecer sangue de bodes e bezerros”.  A morte de Cristo é vida para nós, o seu sangue derramado é a nossa salvação. Por Cristo se realiza nova aliança de Deus com a humanidade.

São Marcos, no evangelho de hoje, relata a instituição da Eucaristia numa ceia de despedida de Jesus dos seus apóstolos. A grande novidade da páscoa de Jesus em relação à páscoa judaica, está nas palavras que ele  pronunciou ao tomar o pão e o cálice com vinho, em suas mãos: “Tomai, isto é o meu corpo”. “Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado em favor de muitos”. No pão partido e no sangue partilhado, Jesus se entrega totalmente a nós. Ele antecipa nos sinais do pão e do vinho, o seu sacrifício na cruz que ele realizará no dia seguinte, isto é, na sexta-feira santa. Na eucaristia, Cristo atualiza para nós, o seu sacrifício na cruz, faz-se alimento que é garantia de vida eterna: “Quem come deste pão viverá eternamente”, disse Jesus, e permanece conosco no sacramento da Eucaristia.

Depois da consagração, o pão não é mais alimento físico, mas é Jesus Cristo que se faz presente por meio da Eucaristia na comunidade dos cristãos.

Sua presença real na hóstia consagrada e conservada nos sacrários de nossas Igrejas deve ser objeto de nossa visitação e adoração. Jesus na Eucaristia é também alimento, conforto e força para os doentes, os idosos que não podem participar da celebração eucarística na comunidade.

Nossos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão prestam um serviço importante quando levam e distribuem a Sagrada Eucaristia aos enfermos e as pessoas  idosas nos hospitais ou em suas casas, levando a todas elas conforto, vigor, esperança.

A participação na Celebração Eucarística nos compromete também com a construção de uma sociedade mais humana, santa, solidária e de paz.

Alimentar-se do mesmo Pão, participar no mesmo sacrifício de Cristo é formar um só Corpo nele: essa foi a experiência profunda das origens da Igreja que sabia e sentia o seu nascimento ao redor da mesa da Eucaristia. A Palavra nos convoca à mesma mesa, para partir o mesmo pão e beber do mesmo cálice que reúne os fiéis cristãos num só Corpo, o corpo de Cristo que é a sua Igreja.

Peçamos ao Espírito Santo que desça sobre nós e nos faça amar e dar a vida pelos outros, como Jesus a ofereceu por todos nós. A procissão são práticas antigas na Igreja e nos lembram que nós estamos a caminho, somos peregrinos, caminheiros em marcha para Deus. Participemos, pois com  alegria  da procissão agradecendo, louvando a Deus pelo dom da Eucaristia, a presença permanente de Cristo entre nós e peçamos sua proteção para toda a nossa cidade e o nosso Brasil.