domingo, 29 de julho de 2012

17º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional


A partir deste 17º. Domingo até o 22º. Domingo, o evangelho de Marcos, que é o evangelho privilegiado deste ano, ciclo B, é interrompido para dar lugar a leitura do capítulo 6º. do evangelho de João que começa hoje pela narração da multiplicação dos pães e que seguirá  nos domingos seguintes com o discurso sobre o pão da vida.

A primeira leitura de hoje e o Evangelho nos apresentam duas multiplicações de pães. Eliseu recebe de um homem como oferta, pães dos primeiros frutos da terra e em vez de guarda-los para si, ele ordena que repartam os 20 pães com as cem pessoas para que comam. Eliseu confiou na palavra de Deus e graças a colaboração de um homem, ele alimentou aquelas pessoas e ainda sobrou pão.
Jesus, conforme narração do evangelho de hoje, alimentou uma grande multidão com apenas cinco pães e dois peixes oferecidos por um menino, e ainda, sobraram doze cestos de pães.

No decorrer da leitura do capítulo 6º. do Evangelho de João, poderemos perceber que atrás do fato da multiplicação dos pães, Jesus quer nos transmitir algo mais profundo que está escondido no milagre da multiplicação dos pães. O povo segue Jesus por causa dos sinais que ele realizava, mas não compreendia quem era Jesus realmente. 

Para a multidão que o seguia, ele era apenas um homem dotado de poderes extraordinários e por isso, queriam proclamá-lo rei. A fome daquele povo que seguia Jesus não o deixa indiferente. Ele sabe que o alimento é indispensável ao corpo humano, mas o alimento material não garante uma vida plena, eterna. Isso é apenas um primeiro passo. 

O pão dado aos que seguiam Jesus, sinal de sua bondade era sinal de algo mais importante, que a multidão ainda não é capaz de perceber totalmente. Jesus tem outras intenções, que veremos no decorrer do capítulo 6º. do evangelho de João. O dom do pão precedido pela ação de graças: “tomou os pães, deu graças e distribui-os aos que estavam sentados” e a referência à “Páscoa, festa dos judeus, que estava próxima”, indicam que João estava pensando na Eucaristia e que a  multiplicação dos pães prefiguram a abundância do pão da Eucaristia que Jesus instituiu na última Ceia e ordenou aos seus discípulos que repetissem esse seu gesto até o fim dos tempos. Cada vez que participamos da celebração eucarística, Jesus nos oferece esse alimento espiritual que é o seu corpo, e faz de todos nós um só corpo, que é a sua Igreja.

O milagre do profeta Eliseu como a multiplicação dos pães e dos peixes, realizado por Jesus, nos ensinam que a solução de muitos problemas que nos afligem hoje, como a fome, guerras, injustiças, corrupção, podem ser resolvidos com a nossa participação e colaboração. Não podemos fazer milagres, mas podemos dar a nossa colaboração como o menino do evangelho de hoje e o homem do qual nos fala a primeira leitura do II Livro dos Reis, para a solução dos problemas que nos afligem.

As eleições municipais estão se aproximando. É hora de começar a examinar cada candidato a vereador e a prefeito para votar com liberdade e responsabilidade, tendo em vista o bem comum de todo o município e não só os próprios interesses. Analise o passado do candidato, o que ele já fez pelo bem da cidade, sua competência, sua honestidade.  Não se deixe iludir por promessas de candidato, cujo passado não oferece garantia nenhuma de cumprir o que promete. 

Preparai o Caminho - Rio de Janeiro


É grande minha satisfação em estar aqui para esta celebração que faz parte do último ano de  preparação para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá aqui, nesta Cidade Maravilhosa, de 23 a 28 de julho de 2013!

Tenho a alegria de entregar hoje à Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, na pessoa de seu Arcebispo, Dom Orani João Tempesta, uma réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, venerada no Santuário Nacional, em Aparecida, pedindo a Ela que proteja os trabalhos de preparação e realização  da 27ª Jornada Mundial da Juventude.  

No Evangelho (Lc 2,39-56) ouvimos a narrativa da visita da Virgem Maria a sua prima, Santa Isabel. Essa visita é um modelo das atividades missionárias da Igreja e Nossa Senhora é o modelo dos missionários. Naquela primeira visita, ela, qual primeiro sacrário da história, levava Jesus em seu ventre. Aconteceu então um evento de extraordinária força comunicativa. São João Batista, também ainda no ventre de sua mãe, reconheceu a presença do Messias, imperceptível aos olhos, sendo formado segundo a natureza humana, também Ele ainda no ventre de sua mãe. Exultando, São João pulou de modo inusitado, e sua mãe, compreendendo o significado do que acontecia, se deixou envolver pela alegria da salvação que se inaugurava e a proclamou com todas as suas forças. A comunicação da fé e do anúncio de Cristo  passa de pessoa para pessoa. A virgem Maria, São João Batista e Santa Isabel, são protótipos do acolhimento da ação divina e da transmissão da fé aos outros.

Queridos irmãos e irmãs, a continuação dessa comunicação de fé é o que está por acontecer aqui, na cidade do Rio de Janeiro, durante a preparação e a realização da 27a Jornada Mundial da Juventude. Assim, é importante que os fiéis da Arquidiocese do Rio de Janeiro aprofundem a consciência do significado desse grande evento mundial e do papel específico que cada um está chamado a desempenhar.

A Jornada está ligada à saudosa memória do Beato João Paulo II, que dedicava atenção privilegiada para a juventude e para sua evangelização. De fato, a sintonia existente entre esse grande Papa e os jovens impressionava o mundo. Baste-nos recordar como, nos últimos momentos de sua vida, os jovens lotaram a praça de São Pedro em vigília de oração. Ele, ouvindo as orações e as palavras que os jovens lhe diziam em coro, respondeu: “eu fui até os jovens, agora eles vêm até mim”. Baseando-nos nesse fato e nessas palavras, podemos penetrar no significado das JMJ. Nelas, a Igreja, como a Virgem Maria, se coloca em estado de missão para “ir até os jovens”. Em seguida, acolhe os jovens que “vêm” até ela para se “encontrar com Cristo”.

Esses dois movimentos, ir aos jovens e acolher os jovens que vêm,  estão bem presentes na preparação para a 27a Jornada, de cuja realização estamos apenas a um ano. O Lema escolhido pelo Papa Bento XVI: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19), indica o movimento de ida até os jovens. O outro movimento está descrito em uma sessão do site criado pela Arquidiocese para a Jornada, ali se lê: “Cristo os espera de braços abertos”. Trata-se da vinda dos Jovens até Cristo e de seu acolhimento. Aí está a finalidade dessa extraordinária iniciativa!

Dia 24 de agosto de 2011, no momento em que anunciava a próxima Jornada para o Rio de Janeiro, o Papa Bento XVI dizia-nos estas palavras cheias de beleza e portadoras de tanto compromisso: “A Jornada Mundial da Juventude em Madrid renovou nos jovens o chamado a serem o fermento que faz a massa crescer, levando ao mundo a esperança que nasce da fé. Sede generosos ao dar um testemunho de vida cristã, especialmente em vista da próxima Jornada no Rio de Janeiro”. Trata-se agora, portanto, de nos concentrarmos no “testemunho de vida cristã”. Em todas as atividades de preparação para a Jornada, o testemunho deve ocupar o centro de nossa atenção. Testemunho de vida cristã para colaborar no aprofundamento da experiência de fé dos jovens que aqui se encontrarão.

Para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, e com ela para todo o Brasil, é um grande privilégio sediar um evento desse porte e com essa finalidade. Os esforços que estão sendo requeridos na preparação são muitos, é verdade. Estamos convencidos de que eles deixarão uma marca indelével na consciência dessa Igreja. É muito o que o Rio de Janeiro está tendo que dar para essa Jornada. Mas muito maiores serão as graças e bênçãos que Nosso Senhor está concedendo e vai conceder ainda mais a esta Igreja! Como sempre disseram os grandes mestres espirituais: “Deus não se deixa vencer em generosidade”. Deus que é Amor, que é dom total, sabe apreciar a doação de tempo, de recursos, de energia, que estais dedicando em favor da evangelização dos jovens. Tenham a certeza de que os efeitos disso não se farão esperar.

Em nome da CNBB, eu os parabenizo e os encorajo a continuar, pois os trabalhos vão ainda se intensificar à medida que a realização da Jornada se aproxima mais. Sejam firmes e generosos. Um reflorescimento da evangelização dos jovens, que é um bem imenso para a Igreja e para o mundo, é  que vos aguarda aqui, como também em todo o Brasil.

Os jovens que virão de todas as partes do mundo trarão consigo sua alegria, seu  vigor e seu profundo desejo de busca por Cristo. Eles levarão daqui o testemunho de uma Igreja viva e generosa e de jovens apaixonados por Cristo e comprometidos com seu Evangelho e sua Igreja. Jovens evangelizado jovens! Jovens missionários de outros jovens.

A cruz e o ícone da Virgem Maria continuam peregrinando pelo Brasil. Os relatos que recebemos são muito animadores. O entusiasmo está se espalhando por todos os lugares onde esses símbolos passam. Esta onda de entusiasmo irá se concentrar aqui, no Rio de Janeiro. Aqui o acolhimento, com o típico sabor carioca, será uma das marcas da Jornada.

Mundialmente a Igreja é chamada a uma Nova Evangelização para a transmissão da fé, sobretudo às novas gerações. A preparação em vista da JMJ é uma grande oportunidade para isso. Sua realização o será ainda mais. Temos plena convicção! 

Caríssimo Sr. Arcebispo, Dom Orani João Tempesta, toda a Igreja no Brasil está com a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Caríssimos fiéis que farão o serviço do acolhimento dos peregrinos, caríssimos jovens: acolher é evangelizar! Da vossa generosidade todos vamos recolher os resultados. Sirva a todos de estímulo a belíssima página evangélica sobre a qual hoje novamente meditamos. Possa a alegria do reconhecimento da presença de Cristo contagiar a todos.

Que o Cristo, Redentor da humanidade, e sua santa Mãe, Nossa Senhora Aparecida, permanecendo convosco, como permaneceram na casa de Zacarias, Isabel e João Batista, os fortaleça nessa etapa importante da preparação para a 27a JMJ.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

15º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional


Saúdo os coordenadores (as) de Romaria e os felicito pelo trabalho que fazem, colaborando com o trabalho evangelizador do Santuário Nacional. Que Nossa Senhora Aparecida os proteja pelo trabalho que fazem.

As leituras deste 15º. domingo nos convidam a refletir sobre a vocação e a missão do profeta Amós, dos doze apóstolos, da Igreja e de cada cristão. 

Amós que viveu no século 8º. a.C., foi  enviado por Deus para profetizar no reino de Israel, ao norte, no Santuário real de Betel. As palavras de Amós incomodam o sacerdote Amasias e este expulsa o profeta e o ordena que vá profetizar  em outro lugar, em Judá, no reino do sul. A força do profeta Amós está na certeza do chamado recebido de Deus e na missão que Ele lhe confiou, por isso, não pode calar, apesar de sua mensagem não agradar.

No evangelho, Jesus chama os doze apóstolos que, na sua maioria, eram pescadores no lago de Genesaré. Homens simples, mas fascinados pela pessoa de Jesus e sua palavra, atendem ao seu chamado, deixam tudo e o seguem. Depois de  um  certo tempo de convivência com Jesus, ele os envia em missão, dois a dois, fazendo-os participantes do seu ministério de compaixão, de cura e do anúncio do Reino de Deus: “os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. 

Expulsavam muito demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo” (Mc 6, 12-13). As instruções práticas dadas por Jesus aos doze discípulos podem ser resumidas numa só: não devem confiar em segurança humana ou material e sim na força da mensagem que anuncia e na assistência do Pai e na força do Espírito de Cristo. 

Como o profeta Amós, o discípulo de Cristo deve estar preparado para o risco de sua mensagem e sua pessoa  serem rejeitados pelos ouvintes: “se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar, saiam daquele lugar e sacudam a poeira dos pés como testemunho contra eles.” Jesus deixa claro que aquele que rejeita a pregação dos apóstolos coloca em perigo o seu destino final. 

Ao escolher os doze apóstolos e ao estabelecer Pedro como sua cabeça, Jesus dá uma estrutura a sua Igreja, que permanecerá até o fim dos tempos. Os apóstolos são as colunas dessa comunidade querida por Jesus e os bispos são os sucessores dos Apóstolos.

Queridos irmãos e irmãs, a missão da Igreja é evangelizar, isto é, levar a boa nova do evangelho a toda criatura. Pelo batismo, Cristo nos fez  participantes de seu sacerdócio, de sua missão profética e real, por isso, somos chamados como discípulos de Cristo a sermos missionários no mundo de hoje, a começar na própria família, no ambiente de trabalho.

Enfim, em qualquer ambiente em que vivemos. Todo cristão e não só bispo, o padre, o religioso, tem o direito e o dever de ser mensageiro do evangelho pela sua vida e pela sua palavra. Para que o nosso anúncio do evangelho seja crível é fundamental viver de maneira coerente com a fé que professamos. 

Que esta celebração eucarística nos fortaleça na missão de testemunhar a nossa fé com coragem e alegria e de construirmos um mundo mais humano, segundo o projeto de Deus. 

terça-feira, 10 de julho de 2012

14º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional


As leituras deste domingo, que acabamos de escutar nos falam das dificuldades que o profeta Ezequiel, o apóstolo Paulo e o próprio Jesus enfrentam no cumprimento de sua missão. 

Estas dificuldades valem também, hoje, para o cristão chamado a testemunhar sua fé em Jesus Cristo por uma vida coerente com o evangelho, no seu ambiente social. O profeta Ezequiel, um entre os muitos judeus deportados para  a Babilônia, foi chamado e enviado para transmitir a mensagem de Deus ao povo israelita, um povo rebelde que não fazia caso de Deus. 

São Paulo na carta aos Coríntios, que nos foi proclamada descreveu as dificuldades enfrentadas por amor de Cristo na sua missão: injúrias, necessidades, perseguições, angústias.

Jesus ao regressar a Nazaré, sua terra, como a denomina Marcos no seu evangelho, acompanhado de seus discípulos provocou uma dupla reação: de admiração e de escândalo. Nazaré, onde Jesus nasceu e viveu até os 30 anos, antes de iniciar sua vida pública, era apenas uma aldeia na região da Galiléia. Os seus ouvintes na sinagoga eram, certamente, antigos conhecidos, vizinhos e familiares. O que eles ouvem de Jesus e o vêem realizar não corresponde à imagem que eles tinham dele. Para eles, Jesus era o carpinteiro, o filho de Maria, o  parente das pessoas que moram  na aldeia de Nazaré.

Nós o conhecemos bem, pensavam eles, mas era um conhecimento superficial, meramente humano. Como conseguiu  ele tanta sabedoria? De onde lhe veio esse poder de fazer milagres? Perguntavam eles. Jesus ficou admirado da falta de fé de seus conterrâneos. A expressão máxima da rejeição à pessoa e à pregação de Jesus será sua condenação à morte na cruz.

Muito de nós, também, muitas vezes nos  comportamos como os habitantes de Nazaré. Formamos uma idéia superficial de Deus, de Jesus, e até da Igreja e isso impede de acolher na fé Jesus como Ele se nos revela no Evangelho. Muitos admiram Jesus como um sábio, alguém que deixou belos ensinamentos, mas não reconhecem nele o Filho de Deus, o Salvador. 

Nós batizados e confirmados temos o direito e o dever de participar da missão que Cristo confiou à sua Igreja: anunciar e testemunhar o evangelho na sociedade de hoje.  Deus e a Igreja contam com todos nós, apesar de nossas limitações, dos nossos pecados e dos  obstáculos que temos a nossa frente. 

 A nossa força, o resultado do nosso trabalho está na obediência à ordem de Jesus dada  a seus discípulos e a confiança na sua graça e na ação do Espírito Santo. “A minha graça te basta, disse o Senhor a São Paulo, pois é na fraqueza que a força se manifesta.”  O importante não são os frutos que iremos colher ou o prestígio e reconhecimento humanos que teremos pelo nosso trabalho.  

O importante é a perseverança na fé que abraçamos desde o nosso batismo e o nosso trabalho na construção do Reino de Deus, a exemplo da Virgem Maria que permaneceu fiel ao  projeto de Deus até o fim de sua vida. 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Contagem Regressiva para a JMJ Rio 2013


Estamos em contagem regressiva para a Jornada Mundial da Juventude - a JMJ Rio 2013 -  a realizar-se de 23 a 28 de julho, na cidade do Rio de Janeiro. A Jornada tem como lema: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19) e contará - é o ardente desejo dos jovens - com a presença do Papa Bento XVI.

Todas as Arquidioceses e Dioceses do Brasil estão se organizando para este grande evento. E Aparecida, é claro, está empenhada nos preparativos, afinal, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira de nossa Arquidiocese, e São Frei Galvão, primeiro santo brasileiro e filho de Guaratinguetá,  são dois dos cinco patronos desta Jornada, que também contará com a proteção de  São Sebastião, Santa Teresa de Lisieux e do Beato João Paulo II, idealizador das Jornadas. 

A Arquidiocese está trabalhando em parceria com o Santuário Nacional e se prepara para receber os jovens  que participarão da Semana Missionária, de 17 a 20 de julho de 2013. Esta Semana, que antecede a Jornada  reunirá, aproximadamente,  2 mil jovens.  Você, jovem, não pode ficar de fora!  Procure se informar com a Pastoral da Juventude sobre como participar. 

Mas, o que são as Jornadas? No ano de 1984, em Roma, mais de 300 mil jovens participaram do “Jubileu Internacional da Juventude”, no Domingo de Ramos. A celebração começou com a Via-Sacra no Coliseu, seguida da Missa na Praça de São Pedro. A acolhida do evento foi impressionante, que nosso saudoso e querido Papa João Paulo II, dirigiu aos jovens estas palavras: “Que espetáculo tão magnífico ofereceis, vistos deste palco. Quem disse que a juventude de hoje não se interessa pelos valores?”  Nesta oportunidade, o Papa João Paulo II entregou aos jovens um símbolo: uma grande cruz de madeira, que mais tarde se chamaria a  “Cruz da Jornada Mundial da Juventude”. 

No ano seguinte, as Nações Unidas declararam 1985 como o “Ano Internacional da Juventude”.  Naquele ano, atendendo o convite do Santo Padre, mais de 250 mil jovens foram a Roma, no Domingo de Ramos. Uma semana depois do encontro, João Paulo II  anunciou que as Jornadas seriam periódicas. Este desejo do Papa ficou expresso em sua mensagem pascal de 7 de abril: “No domingo passado, encontrei centenas de milhares de jovens, e a imagem festiva de seu entusiasmo ficou profundamente gravada na minha alma. Meu desejo de repetir essa experiência maravilhosa nos anos vindouros, e de criar dessa forma um encontro internacional da juventude no Domingo de Ramos, corresponde à minha convicção de que os jovens estão diante de uma missão cada vez mais difícil e fascinante: a de mudar os mecanismos fundamentais que fomentam o egoísmo e a opressão nas relações entre os Estados e de assentar novas estruturas orientadas à verdade, à solidariedade e à paz”.

Assim nasciam as Jornadas. De lá para cá, as Jornadas percorreram várias cidades em diferentes países. A última foi em Madri, Espanha, em 2011.  Agora, o Brasil terá este privilégio. Participemos na preparação deste grande evento e rezemos pelo seu pleno êxito e por todos que estão empenhados na realização da Jornada, a fim de que seja um momento de rica experiência de fé, de convivência fraterna, de alegria, de paz e união entre os jovens do mundo inteiro.  

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Solenidade de São Pedro e São Paulo - Santuário Nacional


Neste domingo, a Igreja no Brasil celebra a festa de São Pedro e São Paulo, transferida do dia 29 de junho para o domingo seguinte, por decisão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A festa  de hoje é, no dizer do Papa Bento XVI, a festa da unidade e universalidade da Igreja.

A leitura dos Atos dos Apóstolos da missa de hoje nos fala da perseguição do rei Herodes Agripa I contra alguns membros da Igreja de Jerusalém. Mandou matar a Tiago, irmão do apóstolo João evangelista, e ordenou a prisão de Pedro.

“Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele” e um anjo enviado por Deus o libertou miraculosamente. Mais tarde, Pedro será preso em Roma e, segundo a tradição, morrerá crucificado de cabeça para baixo, confirmando sua  fé e seu amor a Jesus não mais com palavras, como o fez em Cesaréia de Filipe, mas com o testemunho do seu sangue. Foi sepultado no lugar onde está a basílica que  traz o seu nome: a basílica de São Pedro.

São Paulo, o apóstolo dos gentios, na sua segunda carta a Timóteo, faz de certo modo um balanço de sua atividade apostólica, ao pressentir  que sua morte está se aproximando. A sorte de Paulo em Roma será a mesma de Pedro. Foi decapitado e sepultado no lugar onde está a basílica de São Paulo, fora dos Muros.
Desde o martírio desses dois grandes apóstolos, Roma tornou-se o centro da cristandade e a sede da Igreja Católica.

Paulo, conhecido como o apóstolo dos gentios, levou o evangelho de um extremo ao outro do Mediterrâneo. “O Senhor me deu forças e esteve ao meu lado, afirma Paulo na segunda leitura de hoje e fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente e ouvida por todas as nações”.
Paulo nos recorda que a missão de levar a Boa Nova  do evangelho é responsabilidade de todos os batizados  e a Boa Nova da salvação é destinada a todos os povos.

Jesus fez de Pedro a pedra fundamental de sua Igreja; a ele entregou as chaves do reino dos céus e o constituiu pastor de toda a Igreja.  Essa missão confiada a Pedro continua nos seus sucessores. Bento XVI é o 265º. sucessor de Pedro, o primeiro Papa escolhido por Jesus. A ele se aplicam as palavras de Jesus dirigidas a Pedro: “Tu és  Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela” (Mt 16,18). O Papa é a garantia da unidade da fé e a obediência ao seu magistério é a certeza de que estamos no caminho certo. Essa sucessão histórica dos Papas, desde Pedro até hoje, nunca foi interrompida. Um protestante me disse certa vez, na Alemanha: vocês da Igreja Católica tem uma grande vantagem sobre nós. Vocês tem alguém com autoridade e poder para resolver as divergências e dúvidas em questões de fé e moral.

Jesus Cristo exerce seu pastoreio na Igreja de modo invisível pelo Espírito Santo e visivelmente, por seus ministros que constituem a hierarquia da Igreja.
Neste dia, rezemos pelo Papa Bento XVI, sucessor de Pedro, para que o Espírito Santo o ilumine no exercício de seu ministério a serviço da comunhão e unidade da fé. Neste Dia do Papa, não deixemos de fazer nossa oferta para o Óbolo de São Pedro, que será destinado ao Santo Padre para seu ministério de caridade em favor dos mais necessitados.