segunda-feira, 5 de agosto de 2013

18º Domingo do Tempo Comum - Dia do Padre

As leituras bíblicas deste Domingo nos falam da fragilidade  da condição humana e da perigosa situação daqueles que não têm outro horizonte na vida além deste mundo e colocam toda sua confiança nos bens materiais.

Lucas no seu evangelho dá importância muito grande às relações entre pobres e ricos e, sobretudo, à atitude que o discípulo de Cristo deve ter no uso dos bens materiais.

A primeira vista poderia parecer-nos que o texto do Livro do Eclesiastes, conhecido também como livro de Cohelet, e a parábola do evangelho desaprovam o lazer, o trabalho, o comércio, a indústria, o progresso e todo dinheiro que resulta dessas atividades humanas. Não é isso que a palavra de Deus quer nos dizer.

No evangelho, como vimos, Jesus parte de um problema concreto da vida diária, de uma pessoa anônima que lhe pede para que seu irmão reparta com ele a herança, lhe dê aquilo que lhe é devido.

Jesus aproveita a pergunta para através de uma parábola de um relato da vida real, aprofundar e refletir sobre nossas relações com os bens materiais, com a riqueza.

O rico da parábola que acumulou muitos bens e decidiu aproveitar  a vida egoisticamente, bebendo, comendo, divertindo-se, pensando que a riqueza lhe garantiria uma existência feliz indefinidamente é um insensato, um louco. Não podemos viver pensando que só há essa vida;  “esta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará a riqueza que tu acumulaste?” . A vida é dom de Deus, é um empréstimo que Deus nos dá por um prazo determinado para que a usemos para fazer o bem, para  servir a Deus e ajudar aos mais necessitados.

O mundo atual marcado por um grande desenvolvimento técnico-científico, por um extraordinário progresso material e por um consumo exagerado de bens materiais, pode facilmente seduzir de tal modo o nosso coração que podemos converter esses bens materiais necessários para o nosso desenvolvimento humano  e social,  em verdadeiros ídolos, afastando-nos da verdadeira riqueza que é Deus, origem e  meta de nossa vida e da solidariedade com nossos irmãos mais necessitados.

Jesus não condena a riqueza nem pede que seus seguidores vivam na miséria. O que ele nos diz é que os bens materiais não podem ocupar o primeiro lugar na nossa vida; eles são meios para viver com dignidade e nunca  fim em si mesmos.

O ensino social da Igreja nos lembra que a atividade econômica e o uso dos bens materiais exigem a prática das virtudes da  sobriedade,  da justiça, da solidariedade a fim de respeitar a dignidade humana.  A virtude da temperança modera a avareza e a cobiça; a justiça preserva os direitos do próximo e garante o que lhe é devido e a solidariedade nos leva a partilhar nossos bens  com os mais pobres.

Se somos todos filhos de Deus, Ele quer que nos amemos  como irmãos e que não fiquemos acomodados esperando a morte, mas que trabalhemos para construir uma sociedade mais justa e solidária, conscientes de que há valores maiores, mais elevados do que os bens terrenos,  como a solidariedade, a generosidade, a partilha,  a paz, a sobriedade, o cultivo da oração, esses valores do Reino nos  fazem ricos diante de Deus e nos abrem as portas do céu, valores pelos quais vale a pena lutar na vida.

Hoje, dia 04, celebramos a memória do Santo  Cura D’Ars, São João Maria Vianney, patrono dos padres. Ele foi um sacerdote cheio de zelo pastoral, organizador e bom conselheiro espiritual. Felicitamos os padres pelo seu dia  e pedimos que, a exemplo do Santo Cura D’Ars, vivam sua missão com muita fé e confiança em Deus a fim de que pelo seu testemunho, Deus possa suscitar vocações autênticas para a vida sacerdotal. 

Um comentário:

  1. Hoje fiquei sabendo que uma amiga da paróquia, católica praticante, está chamando um monge budista de uma cidade vizinha para dar aulas de meditação na sua clinica. Esta amiga não hesitaria em convidar um padre da paróquia para dar uma aula sobre meditação, mas aonde estão os padres? Não existem! É com muito pesar que assisto a pessoas se distanciando da Igreja Católica devido à falta de sacerdotes que sejam pastores e zelem pelo seu rebanho. Os católicos estão agindo como ovelhas sem pastor e acabam indo procurar águas cristalinas em outras fontes, pois a sede de Deus é mais forte....Quando vamos acolher os 6.000 padres casados que estão impedidos de exercerem seu ministério? Quem mais capacitados que eles para uma evangelização nas famílias? É por essas e por outras que o Cardeal Martini disse que a Igreja tem 200 anos de atraso.

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