sexta-feira, 22 de abril de 2011

Missa do Crisma - Santuário Nacional


Vimos preparando-nos durante a quaresma para a celebração do tríduo pascal, celebração da Paixão e Ressurreição do Senhor, que começa hoje, à tarde, com a celebração da Ceia do Senhor.

A celebração da Eucaristia nesta manhã da quinta-feira Santa, chamada Missa do Crisma, é sinal de comunhão dos presbíteros com o seu bispo. Durante essa celebração eucarística vamos benzer os óleos dos enfermos, o óleo dos catecúmenos e consagrar o óleo do crisma. No final da celebração, será entregue a cada paróquia e comunidade uma porção dos santos óleos para ser usado na administração dos sacramentos. O bispo não pode estar presente em todas as paróquias e comunidades, por isso o seu ministério pastoral se prolonga, por meio dos presbíteros, nas paróquias da Arquidiocese.

Os presbíteros que conformam o presbitério da nossa Arquidiocese de Aparecida vão renovar durante a celebração eucarística os compromissos sacerdotais que fizeram no dia de sua ordenação sacerdotal e prometeram cumprir com a graça de Deus.

O Documento conclusivo da V Conferência de Aparecida nos recorda que a Igreja Católica existe e se manifesta em cada Igreja particular, isto é, em cada diocese, em comunhão com o Bispo de Roma, o Papa. A diocese, afirma o Concílio Vaticano II “é uma porção do povo de Deus confiada a um bispo para que a apascente com o presbitério”. A Igreja particular é totalmente Igreja, mas não é toda a Igreja. Ela é a realização concreta do mistério da Igreja Universal em determinado lugar e tempo. Para isso, ela deve estar em comunhão com as outras Igrejas particulares e sob o pastoreio supremo do Papa, Bispo de Roma, que preside todas as Igrejas.

A Conferência de Aparecida exorta cada Diocese a fortalecer sua consciência missionária, saindo ao encontro dos que ainda não crêem em Cristo no espaço de seu próprio território e responder aos grandes problemas da sociedade na qual está inserida. É chamada a sair também em busca de todos os batizados que não participam na vida das comunidades cristãs.

A Diocese é o primeiro espaço da comunhão e da missão, e por isso, cada paróquia, cada comunidade de vida consagrada, cada associação ou movimento é chamado a participar na missão evangelizadora da Arquidiocese.

A Igreja diocesana é dom e missão, porque ela é obra de Deus e existe por causa dEle; o próprio Cristo disse: edificarei a minha Igreja e nós, como aqueles que nos precederam na edificação desta Igreja particular de Aparecida, somos todos colaboradores de Deus e como colaboradores não podemos deixar de trabalhar para que a salvação de Deus alcance todas as pessoas de nosso território geográfico. Essa é a nossa missão “instaurar o reino de Deus pelo anúncio de Cristo e do seu Evangelho, fundando comunidades e levando-as a maturidade da fé e da caridade mediante a abertura aos outros, o serviço à pessoa e à sociedade.


Nesta manhã, queridos irmãos no ministério presbiteral, a Igreja nos convida a reviver aquele dia em que o bispo impôs as mãos sobre nossa cabeça, ungiu nossas mãos com o santo óleo do crisma e nos conferiu o sacramento da ordem por meio do qual, Cristo, o bom pastor, nos fez participantes do seu sacerdócio ministerial em favor dos homens. Ao trazer à memória o dia de nossa ordenação, reavivamos, também o dom, o carisma recebido pela unção do Espírito Santo pelo qual Cristo nos deu a autoridade e o poder de falar e de agir em seu nome, in persona Christi capitis. Agradeçamos a Deus a fidelidade a nossa vocação. Quantas vezes diante da grandeza e das exigências do nosso ministério experimentamos o que São Paulo escreveu aos coríntios: “trazemos este tesouro em vaso de argila, para que esse incomparável poder seja de Deus e não de nós’ (2Cor 4,7).

Graças a Deus, às orações e ao apoio de tantas pessoas aqui estamos, para renovar nossos compromissos assumidos no dia da ordenação e para prosseguir com coragem, alegria e confiança nAquele que nos chamou, uma vez que fomos revestidos de tal ministério por misericórdia de Deus (2 Cor 4).

Queridos sacerdotes do clero diocesano e do clero religioso, na última ceia, Jesus chama os seus discípulos de amigos: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que seu senhor faz; mas eu vos chamo de amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu vos dei a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes frutos” (Jo 15,5). “Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Por esta amizade, devemos nos empenhar cada dia, procurando cultivá-la através da oração, fundada na rocha da Palavra de Deus, pois como afirma a Exortação Pós Sinodal Verbum Domini, “a Palavra de Deus é indispensável para formar o coração de um bom pastor, ministro da Palavra”; procuremos alimentar esta união com Cristo na celebração diária da Eucaristia, que, como o sacerdócio, surgiu do coração de Cristo, na Última Ceia. Nosso ministério permanece sem frutos e perde sua eficácia se ele não brotar da comunhão íntima com o Cristo.

Aos sacerdotes religiosos e diocesanos, meus parabéns pelo dia da instituição do sacerdócio ministerial e a todos os presentes, consagrados, seminaristas, fiéis da Arquidiocese, romeiros, e àqueles que estão nos acompanhando em todo o Brasil pela TV Aparecida, Rádio Aparecida e Rede Católica de Rádio, meus votos de uma Santa e proveitosa celebração do Tríduo Pascal.

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