sexta-feira, 16 de abril de 2010

HOMILIA – 3º DOMINGO DA PASCOA – 18/04/2010

Estamos no tempo pascal, tempo de alegria e de paz, fruto da ressurreição de Jesus. É uma ocasião oportuna para renovar nossa fé na presença do Ressuscitado em nosso meio para nos animar e nos acompanhar. Ele próprio prometeu a sua presença permanente entre nós: “Estou convoco, todos os dias, até o fim”.

As leituras deste III domingo da Páscoa nos recordam que o Ressuscitado não é um fantasma; é o Cristo em pessoa, vivo e vencedor da morte, centro de nossa fé.

A ressurreição é um acontecimento histórico demonstrável pelo sinal do sepulcro vazio e pela realidade dos encontros dos apóstolos e de outras testemunhas qualificadas com o Cristo ressuscitado.

É essa consciência viva da presença do Cristo ressuscitado que explica o testemunho corajoso dos apóstolos ao anunciar a Boa Nova da ressurreição apesar dos “açoites e proibições de falarem em nome de Jesus”. Mais ainda, os apóstolos, conforme a primeira leitura de hoje “saíram do Conselho muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus”

Caros irmãos e irmãs, o Senhor Jesus espera também de todos nós, seus discípulos e missionários, um testemunho corajoso, alegre, firme no mundo de hoje, procurando viver de maneira coerente a nossa fé, de acordo com o estado de vida que abraçamos e a profissão que exercemos.

Diante de uma sociedade muitas vezes indiferente e hostil à pregação e à vivência do evangelho não podemos adaptá-lo as conveniências do mundo para evitar oposição e rejeição, “pois a Igreja, como no tempo dos apóstolos, é chamada a obedecer a Deus, antes que aos homens”.

O evangelho de hoje nos apresenta uma seqüência de três episódios: num primeiro momento, Jesus ressuscitado aparece de manhã aos sete discípulos, no mar de Tiberíades, tendo Pedro à frente, após uma noite inteira de trabalho sem pescar nada. Jesus ordena-lhes que lancem novamente as redes. Apanharam uma grande quantidade de peixes, e João, disse a Pedro: é o Senhor, isto é, o Cristo ressuscitado.

No segundo momento, Jesus prepara uma refeição e distribui pão e peixe aos apóstolos, símbolo da Eucaristia, na qual Jesus se faz alimento para nós.

Finalmente, Jesus convida Pedro a professar três vezes seu amor pessoal por ele, antes de colocá-lo à frente de sua Igreja. Pedro que havia negado Jesus três vezes, agora é reabilitado pela sua tríplice profissão de amor incondicional a Jesus. Jesus fez de Simão Pedro a pedra sobre a qual construiu a sua Igreja e lhe entregou as chaves e o constituiu chefe dos apóstolos e pastor de toda a Igreja. Esta missão que Cristo deu a Pedro, é confiada também a seus sucessores, os Papas, que para nós, hoje, é Bento XVI, aquele que torna Jesus, o único pastor, presente e visível para nós.

No final do evangelho de hoje, depois de Jesus ter confiado a Pedro a missão de pastor, Ele anuncia a Pedro a sua morte, o seu martírio: “Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir. Jesus disse isso, acrescenta o evangelho, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus.”

Partilhar com Jesus o ofício de pastor, ou colocar-se no seu seguimento, tornando-se seu discípulo, significa também participar do seu destino, isto é, do seu sofrimento, da sua paixão. É o que mostra a história milenar da Igreja.

Temos acompanhado os acontecimentos que tem sido motivo de sofrimento não só para o Santo Padre, mas também para toda a Igreja. Igreja que amamos e da qual fazemos parte desde o nosso batismo. Temos a certeza que mediante a força que brota da ressurreição e o dom do Espírito Santo, o Cristo conduzirá a sua Igreja a uma renovação espiritual e a um novo impulso missionário para ser testemunha de vida nova para o mundo.

Neste mês de abril comemoramos três datas especiais na vida do Santo Padre Bento XVI e que são de grande importância para a Igreja: o seu aniversário de nascimento, ocorrido no dia 16 passado; o 5º aniversário de sua eleição como Pastor supremos da Igreja no dia 19, amanhã, e o 5º aniversário do início do seu pontificado, no dia 24, no próximo sábado. Felicitamos o Santo Padre Bento XVI e rezemos por ele para que Deus o conserve na sua missão de inestimável valor a serviço da unidade da fé, na verdade e na caridade.

Dom Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida-SP

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