sexta-feira, 11 de junho de 2010

Encerramento Ano Sacerdotal - 11 de junho - Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida

Como no ano passado, na abertura do Ano Sacerdotal no dia 19 de junho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, igualmente neste ano, a Província Eclesiástica de Aparecida se une ao Santo Padre Bento XVI e à toda a Igreja católica na mesma solenidade do Coração de Jesus, para celebrar o encerramento do Ano Sacerdotal e agradecer e louvar a Deus pelos numerosos frutos que o Ano Sacerdotal produziu na vida dos presbíteros, e por conseqüência, na vida e na missão da Igreja.

O lema: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote” deve continuar iluminando e inspirando a vida e o ministério de cada sacerdote. Jesus Cristo é o modelo de entrega total e de fidelidade à missão que o Pai lhe encomendou; entrega e fidelidade até a doação de sua vida na cruz por todos nós. A exemplo de Cristo, nós sacerdotes, devemos aprender a assumir com entrega plena e fidelidade até o fim o dom de nossa vocação a serviço de todos, principalmente, dos mais necessitados. Da mesma maneira, os objetivos propostos pelo Papa Bento XVI para o Ano Sacerdotal não devem valer apenas para este período de tempo, pois o aprofundamento da identidade e da missão do presbítero na Igreja e na sociedade contemporânea, a oração pelos sacerdotes e um maior empenho pela promoção das vocações ao ministério ordenado, devem constituir compromisso permanente de todos nós.

A festa de hoje, assim como as leituras da missa, nos falam da bondade inesgotável de Deus, de um Deus que quis escolher o símbolo do coração para expressar o seu amor para conosco. Amor que não é sentimentalismo, mas sacrifício que não se deteve nem mesmo diante da cruz. O coração de Jesus símbolo do amor humano e do amor divino é o modelo do amor que deve abrasar o coração do padre, pois como afirmava o Santo Cura d’Ars “o sacerdote é o amor do Coração de Jesus.”

O profeta Ezequiel anuncia o retorno de Israel do exílio e Deus se revela como pastor, que conduzirá o seu povo e o reunirá novamente na sua terra. “Vou retirar minhas ovelhas do meio dos povos e recolhê-las do meio dos países para reconduzi-los a sua terra”.
No evangelho de Lucas, Jesus retoma a imagem tradicional e simbólica do pastor na parábola da ovelha perdida e encontrada pelo pastor, para falar do amor e da ternura do seu Pai e nosso Pai manifestados em nosso Senhor Jesus Cristo.

“Quem de vós tem cem ovelhas e se perde uma não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu até encontrá-la?”

Para o pastor cada ovelha é única e por isso é preciosa e ele cuida de cada uma atentamente, sobretudo, das mais fracas, doentes e, quando nota que alguma ovelha se extraviou do rebanho, ele a busca e não descansa até encontrá-la.

A solicitude de Deus para conosco supera tudo o que os profetas anunciaram. Jesus é o pastor por excelência. Ele não só cuida de suas ovelhas, as reúne e as apascenta, mas as conhece individualmente, está a serviço delas e dá a vida por elas e as faz participantes da vida divina, vida plena e perpétua. “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem”.

Jesus Cristo, o grande e supremo pastor do rebanho (Hb 13,20) nos chamou a nós sacerdotes e nos enviou para continuar a obra da redenção e é nEle que nós, presbíteros, devemos nos espelhar.

Como recomenda São Pedro aos responsáveis da comunidade: “Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, cuidando dele não forçadamente, mas de boa vontade, como Deus quer; não por torpe ganância, mas generosamente; não como senhores daqueles que vos foram confiados, mas como modelos do rebanho. Assim quando se revelar o pastor supremo, recebereis a coroa de glória a que não murcha” (I Pd 5,2-4)

Conforme o Documento de Aparecida “o presbítero, à imagem do Bom Pastor, é chamado a ser homem de misericórdia e compaixão, próximo ao seu povo e servidor de todos, particularmente, dos que sofrem grandes necessidades” (DA 198). “O Povo de Deus tem necessidade de presbíteros configurados com o coração do Bom Pastor – Jesus Cristo, dóceis às orientações do Espírito; que se alimentam da Palavra de Deus, da Eucaristia e da oração, e movidos pela caridade pastoral cuidem do rebanho a eles confiados; saiam em busca dos mais distantes anunciando a Palavra de Deus, sempre em comunhão com o seu Bispo, os presbíteros, diáconos, consagrados e leigos; presbíteros servidores da vida, cheios de misericórdia, disponíveis para administrar o sacramento da reconciliação” (DA 199).
Como afirma o Santo Padre Bento XVI na Carta de proclamação do Ano Sacerdotal: “Todos nós sacerdotes deveríamos sentir que nos dizem pessoalmente respeito aquelas palavras que o Cura D’ Ars colocava nos lábios de Cristo: “encarregarei os meus ministros de anunciar aos pecadores que estou sempre pronto para os receber, que a minha misericórdia é infinita”.

Agradeçamos a Deus a graça da vocação sacerdotal e tudo o que ele nos permitiu realizar em nosso ministério em favor daqueles que Ele colocou ao nosso lado, em nossas vidas. Confiados na graça de Deus, no amor transbordante do Coração de Jesus e no amor materno da Virgem Maria, olhemos para o futuro com esperança e, a exemplo de São João Maria Vianney, nosso patrono, entreguemo-nos com amor, alegria e fé ao nosso ministério a serviço da santificação do povo de Deus.

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