segunda-feira, 29 de agosto de 2011

22º Domingo do Tempo Comum - Dia do Catequista - Santuário Nacional


A primeira leitura deste domingo, do profeta Jeremias, ajuda-nos a compreender melhor o texto do evangelho de Mateus que acabamos de escutar.

Jeremias foi chamado por Deus para a missão de profeta aos 19 anos. Viveu num período dramático da história de Israel. Era uma pessoa muita sensível, terna e, no entanto, teve de lutar contra reis, falsos profetas, o povo e seus sacerdotes por causa da infidelidade deles ao Senhor. Anuncia a destruição do templo e da cidade de Jerusalém como sinal do juízo de Deus. Foi preso, ameaçado de morte. Sua vida de abnegação e de sofrimento a serviço de Deus fez dele uma figura de Cristo.

No evangelho, Jesus anuncia pela primeira vez, aos seus discípulos o seu mistério pascal: sua paixão, morte e ressurreição.

Pedro, pouco antes, como escutamos no evangelho do domingo passado, havia proclamado que Jesus era o Messias, o Filho do Deus vivo. Para ele e os outros discípulos era difícil compreender o anúncio da paixão feita por Jesus, pois eles aguardavam um Messias glorioso, poderoso, investido do poder de Deus para construir uma nação livre e forte: um rei vencedor dos inimigos e esperavam para si um futuro cheio de glória. Por isso, Pedro reagiu, dizendo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!”

Da mesma forma que Jesus rejeitou a proposta de demônio, no início do seu ministério, também, agora, rejeita veementemente a proposta de Pedro e convida os seus seguidores a assumirem o seu projeto pascal: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me; pois quem salvar a sua vida, vai perdê-la; quem perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la”.

Jesus não veio para libertar um território ou um povo; a salvação que ele realiza com a entrega de sua vida é vida plena para todos os povos de todas as nações e de todos os tempos.


Jesus sabe que deve passar pelo caminho da cruz, do sacrifício, para chegar à vida, à ressurreição. O caminho do discípulo não é diferente do caminho do Mestre. O seu caminho passa também pela cruz.

Não há santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual implica auto-domínio, renúncia ao próprio egoísmo, que conduzem, gradualmente, a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças.

Todos nós experimentamos no íntimo do nosso coração o desejo de vida plena, de felicidade e o apelo para o amor. Foi Deus quem nos criou assim. Jesus, no evangelho de hoje, nos dá uma orientação de como realizar essas aspirações profundas do nosso ser.

O evangelho de hoje nos diz que se quisermos alcançar a vida, a felicidade, devemos progredir no amor, libertar-nos do egoísmo que nos leva a procurar somente nossa satisfação, a nossa felicidade, e buscar a felicidade do outro, colocando nossa vida a serviço dos nossos irmãos, a exemplo do próprio Cristo “que não veio para ser servido, mas para servir”. Quem quiser salvar egoisticamente a própria vida, vai perdê-la, mas quem perder sua vida por causa do Cristo, por causa do irmão, vai salvá-la.

Felicito todos os catequistas do Brasil, neste seu dia, pelo ministério exercido em favor da educação da fé, da esperança e da caridade de milhões de pessoas, crianças, jovens e adultos que decidem seguir Jesus Cristo. Que nossos catequistas possam encontrar nos sacerdotes, orientação, apoio e reconhecimento pelo seu valioso trabalho.

Estamos encerrando hoje o mês vocacional. Rezemos pedindo a Deus que desperte nos corações dos jovens vocacionados a disponibilidade para se colocar sempre a serviço do Reino, assumindo com alegria a missão para o qual o Senhor os chamar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário