domingo, 9 de setembro de 2012

23º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional


As leituras deste domingo nos falam do amor de Deus para conosco manifestado   de maneira visível em seu Filho Jesus Cristo.

Isaías descreve com imagens variadas tiradas da natureza e das deficiências físicas sanadas, o retorno do povo de Israel do exílio da Babilônia. Grande parte do que o profeta anuncia se cumprirá nos dias de Jesus: “Os ouvidos dos surdos se descerrarão e a língua dos mudos se desatará.” 

Conforme o evangelho de Marcos,  Jesus se retira para uma região da Decápole, fora da Palestina, e aí cura um surdo-mudo, a pedido,  talvez, de familiares e amigos.  Jesus atende ao pedido em favor daquela pessoa com deficiência. Primeiramente, Jesus quer separar o surdo-mudo da dependência  e da tutela das pessoas que o cercam; em seguida, toca com a sua mão os seus ouvidos e a língua do deficiente; e por último, Jesus reza e restitui-lhe a audição e a fala.

Os milagres físicos feitos por Jesus são, também, símbolos de milagres espirituais que devem acontecer em nós. 

Através dos milagres físicos, Jesus quer também nos curar e transformar interiormente. Na Bíblia os ouvidos surdos simbolizam um coração fechado, indiferente à palavra de  Cristo, à palavra do evangelho e também às necessidades dos nossos irmãos. 

Conta-se que um rabi entrou no quarto onde o filho estava mergulhado em profunda oração. Ao lado, na esquina da rua havia uma criança chorando.  O Rabi perguntou-lhe: você não está ouvindo uma criança chorando? O filho respondeu: não, pai, eu  estava em profunda oração. Então o rabi retorquiu: “Filho, quem está mergulhado em Deus, ouve até as moscas que caminham pela parede.”  Deus não nos afasta do próximo; ao contrário nos torna mais sensíveis às misérias dos outros. 

No batismo, há um rito, opcional, porém significativo. Quando o ministro usa essa possibilidade, ele  toca os ouvidos e a boca da criança e diz.: “O Senhor Jesus, que fez os surdos ouvir e os mudos falar, lhe conceda que possa logo ouvir a sua Palavra  e professar a fé para a glória de Deus.”

Peçamos ao Senhor nesta Eucaristia que abra o nosso coração, nossos ouvidos à Palavra de Deus para poder escutar  melhor e interiorizar a Palavra de Deus e vivê-la, e escutar também nossos irmãos, especialmente,  os que sofrem, e que abra, também, os nossos lábios  para que não se apague em nós o ardor missionário para  levar a boa-nova do evangelho em nosso ambiente social, com o nosso testemunho de batizado e com a palavra.  Como batizados não podemos viver surdos e mudos a Palavra de Deus.    Se  somos cristãos e recebemos o Evangelho, temos o dever e o direito de anunciá-lo. 

 Peçamos, também, que sejamos vozes corajosas que saibam falar em defesa da vida, da justiça, da fraternidade e da paz.

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