segunda-feira, 13 de agosto de 2012

19º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional


O domingo, para nós cristãos, é o dia, por excelência da Eucaristia, dia em que nos reunimos para o encontro especial com o Cristo ressuscitado na mesa da palavra e na mesa do pão consagrado.

Na primeira leitura de hoje, escutamos um trecho do primeiro livro dos Reis que nos falou do profeta Elias, esse grande personagem que viveu no século 9o., antes de Cristo.

Abatido e desanimado diante do pouco resultado de sua luta contra a idolatria e perseguido pela sua fidelidade a Deus por Jesabel, esposa do rei Acaz, Elias pensa em abandonar sua missão de profeta e foge para o deserto. A sua situação é tão desesperadora que a oração que ele fez a Deus nos impressiona. “Agora, basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que os meus pais”.

É uma oração de revolta. Deus, porém, não atendeu ao pedido de Elias, pois, era necessário continuar ainda a missão que Ele  lhe havia confiado. Envia-lhe, então, por meio de um anjo, uma comida simples: um pão assado e um jarro de água. Comida simples,  mas misteriosa pela sua origem e pelo seu efeito. A crise do profeta se transforma num momento de graça, convertendo aquele momento de desespero num início de uma nova  vida. “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”. Com a força desse alimento, Elias caminhou quarenta dias e quarenta noites até chegar ao monte de Deus.

Quantas vezes na nossa vida experimentamos a mesma tentação de Elias! Quando as coisas não andam como desejamos, quando nosso trabalho não é reconhecido, quando nossos planos fracassam, quando a doença bate a nossa porta, quando não vemos resultado na nossa luta contra a injustiça, a corrupção, a violência, a nossa atitude, muitas vezes, se parece com a de Elias, somos levados ao desânimo, e, às vezes, até mesmo ao desespero e à descrença no poder de Deus.

No evangelho deste domingo, Jesus afirma que Ele é o  “pão que desceu do céu”, “pão da vida. Os judeus escandalizaram-se com as palavras de Jesus por causa de sua humanidade. Eles conheciam bem a sua origem e para eles, Jesus não podia querer igualar-se a Deus que fez surgir o maná e com o qual alimentou o povo de Israel no deserto. E mais ainda, no deserto, o povo de Israel alimentou-se com o maná, mas  não estava livre da morte. E agora, Jesus tem a ousadia de  dizer que quem comer de sua carne nunca morrerá.

Todos nós necessitamos de alimento para viver e refazer nossas forças. A medicina tem progredido muito no diagnóstico das doenças e na sua cura e com isso, prolongado o tempo de vida das pessoas, mas nenhum recurso material garante a nossa imortalidade. Necessitamos de outro tipo de alimento, como o aconchego e o calor de uma família, a amizade e o apoio dos amigos que nos encorajam na vida. Mas não podemos dispensar o alimento da palavra de Deus que nutre nossa fé e ilumina nossos passos. Não podemos ficar sem o Pão Vivo, que  é o Cristo na Eucaristia que nos fortalece na caminhada e nos garante a vida eterna.  “Quem comer desse pão viverá para sempre”.

Hoje comemoramos o Dia dos Pais. Ser pai é uma vocação.  Exige entrega,  sacrifício e renúncia. É doar-se, a cada dia, pelo bem-estar da esposa e dos filhos. É ser motivo de orgulho para a família, não pelo que ele contribui materialmente,  mas pelo seu papel na construção da família e da sociedade.  O verdadeiro pai - biológico ou adotivo -  é aquele que ama,  cuida e educa para a liberdade com responsabilidade; é aquele que sempre está ao lado do filho, mas que sabe ser firme quando necessário; é aquele que mostra o caminho do bem pelo exemplo e pela palavra; é o amigo das horas alegres e difíceis.

Parabéns a todos os pais! A eles, o nosso carinho, reconhecimento e gratidão. Aos que já não estão mais entre nós, nossas preces.  Que São José, modelo de esposo e de pai,  inspire  todos os homens e os ajude a cumprir esta missão tão desafiadora, e ao mesmo tempo, tão gratificante:  amar, educar e preparar os filhos que Deus lhes confiou, para serem bons cristãos e bons cidadãos, pois o futuro da humanidade passa pela família.

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