terça-feira, 10 de julho de 2012

14º Domingo do Tempo Comum - Santuário Nacional


As leituras deste domingo, que acabamos de escutar nos falam das dificuldades que o profeta Ezequiel, o apóstolo Paulo e o próprio Jesus enfrentam no cumprimento de sua missão. 

Estas dificuldades valem também, hoje, para o cristão chamado a testemunhar sua fé em Jesus Cristo por uma vida coerente com o evangelho, no seu ambiente social. O profeta Ezequiel, um entre os muitos judeus deportados para  a Babilônia, foi chamado e enviado para transmitir a mensagem de Deus ao povo israelita, um povo rebelde que não fazia caso de Deus. 

São Paulo na carta aos Coríntios, que nos foi proclamada descreveu as dificuldades enfrentadas por amor de Cristo na sua missão: injúrias, necessidades, perseguições, angústias.

Jesus ao regressar a Nazaré, sua terra, como a denomina Marcos no seu evangelho, acompanhado de seus discípulos provocou uma dupla reação: de admiração e de escândalo. Nazaré, onde Jesus nasceu e viveu até os 30 anos, antes de iniciar sua vida pública, era apenas uma aldeia na região da Galiléia. Os seus ouvintes na sinagoga eram, certamente, antigos conhecidos, vizinhos e familiares. O que eles ouvem de Jesus e o vêem realizar não corresponde à imagem que eles tinham dele. Para eles, Jesus era o carpinteiro, o filho de Maria, o  parente das pessoas que moram  na aldeia de Nazaré.

Nós o conhecemos bem, pensavam eles, mas era um conhecimento superficial, meramente humano. Como conseguiu  ele tanta sabedoria? De onde lhe veio esse poder de fazer milagres? Perguntavam eles. Jesus ficou admirado da falta de fé de seus conterrâneos. A expressão máxima da rejeição à pessoa e à pregação de Jesus será sua condenação à morte na cruz.

Muito de nós, também, muitas vezes nos  comportamos como os habitantes de Nazaré. Formamos uma idéia superficial de Deus, de Jesus, e até da Igreja e isso impede de acolher na fé Jesus como Ele se nos revela no Evangelho. Muitos admiram Jesus como um sábio, alguém que deixou belos ensinamentos, mas não reconhecem nele o Filho de Deus, o Salvador. 

Nós batizados e confirmados temos o direito e o dever de participar da missão que Cristo confiou à sua Igreja: anunciar e testemunhar o evangelho na sociedade de hoje.  Deus e a Igreja contam com todos nós, apesar de nossas limitações, dos nossos pecados e dos  obstáculos que temos a nossa frente. 

 A nossa força, o resultado do nosso trabalho está na obediência à ordem de Jesus dada  a seus discípulos e a confiança na sua graça e na ação do Espírito Santo. “A minha graça te basta, disse o Senhor a São Paulo, pois é na fraqueza que a força se manifesta.”  O importante não são os frutos que iremos colher ou o prestígio e reconhecimento humanos que teremos pelo nosso trabalho.  

O importante é a perseverança na fé que abraçamos desde o nosso batismo e o nosso trabalho na construção do Reino de Deus, a exemplo da Virgem Maria que permaneceu fiel ao  projeto de Deus até o fim de sua vida. 

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