sexta-feira, 13 de abril de 2012

Missa pela Vida - Santuário Nacional - 12.04.12






Estamos no tempo pascal, período de 50 dias que se estende até a Solenidade de Pentecostes. A Igreja nos convida a viver, de modo particular neste tempo, da presença do Ressuscitado e do seu ensinamento.

Neste tempo pascal, a primeira leitura das missas é sempre um texto tirado do livro dos Atos dos Apóstolos, de tal maneira que isso facilita o acompanhamento do crescimento e da expansão da Igreja Católica no primeiro século do cristianismo, graças à pregação dos discípulos de Cristo e à ação do Espírito Santo.

A missão da Igreja nunca foi fácil e desde o começo, como se pode ver pelos Atos dos Apóstolos, a Igreja teve que enfrentar perseguição, indiferença, desprezo. A sua força, seu poder não está na dominação de um povo, na imposição de seus ensinamentos, mas no anúncio da Boa Nova do Evangelho, que é mensagem do amor a Deus e ao próximo, em especial, ao nosso semelhante mais frágil, indefeso, às vítimas de injustiça.

O julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre a legalidade do aborto de bebês anencéfalos ainda terá a sua votação final.

Seja qual for a decisão do Supremo Tribunal, é importante recordar que o direito à vida é um direito fundamentado na natureza do homem, independente de religião ou de credo. A vida humana é sempre um dom gratuito e o primeiro e o maior dos direitos humanos sobre o qual os outros direitos se fundamentam, e como tal deve ser acolhida e defendida sem pré-condições. O amor verdadeiro consiste em doar-se sem reservas. Além disso, o direito à vida é garantido, de forma clara, pela Constituição do Brasil, em seu artigo 5º. que diz: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”. Vale também recordar que nem tudo que é legal é ético e moral. Portanto, o fato de alguém não ser penalizado pela prática do aborto de um bebê anencéfalo, por uma eventual decisão do STF, não exime ninguém da responsabilidade e do dever de seguir a sua consciência moral, guiada pela reta razão e a lei divina.

Nesta Celebração Eucarística e na Adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento após a missa, queremos rezar, atendendo ao pedido da Igreja no Brasil, a CNBB, por todos que cuidam e zelam pela vida humana, desde o seu início no ventre materno e a defendem e a promovem até o seu fim natural. Queremos rezar, de modo especial, pelas mães e os pais que geram e acolhem a vida de seus filhos, com um amor capaz de suportar tudo para defender a vida de seus filhos, convencidos de que a vida é dom e graça e está nas mãos do Senhor Deus. O discípulo de Cristo sabe que o Ressuscitado traz em seu corpo glorioso as marcas da paixão, e aquele que o segue sabe que seu seguimento é exigente e com Jesus é possível levar a própria cruz e vencer o próprio egoísmo. “Quem quiser seguir-Me, negue a si mesmo, carregue a sua cruz e Me siga” (Mc 8,34).

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